A pandemia da covid-19 afetou
a dinâmica demográfica aumentando o número de mortes e diminuindo o número de
nascimentos. No território fluminense, 22 cidades apresentaram variação
vegetativa (Nascimentos – óbitos e migração zero) negativa em 2020.
O município do Rio de
Janeiro, segunda maior cidade do país e maior cidade fluminense, com 6,75
milhões de habitantes em 2020, registrou 72,9 mil nascimentos e 76,8 mil
óbitos, o que resultou em um decrescimento vegetativo de 3,85 mil pessoas. A
segunda maior cidade fluminense, São Gonçalo – com pouco mais de 1 milhão de
habitantes – registrou 7,2 mil nascimentos e 8,3 mil óbitos em 2020,
apresentando um decrescimento vegetativo de 1,16 mil pessoas.
Cidades fluminenses, nascimentos, óbitos e decrescimento vegetativo 2020.
Cidades
Fluminenses |
Nascimentos |
Óbitos |
Saldo |
Rio de Janeiro |
72
917 |
76
771 |
-3
854 |
São Gonçalo |
7
156 |
8
317 |
-1
161 |
São Francisco de Itabapoana |
80 |
387 |
-307 |
Barra do Pirai |
463 |
625 |
-162 |
Mendes |
17 |
177 |
-160 |
Cardoso Moreira |
33 |
157 |
-124 |
Engenheiro Paulo de Frontin |
28 |
120 |
-92 |
Cambuci |
96 |
147 |
-51 |
Sapucaia |
114 |
164 |
-50 |
Maricá |
1
564 |
1
609 |
-45 |
Iguaba Grande |
261 |
304 |
-43 |
Itaboraí |
2
321 |
2
359 |
-38 |
São João da Barra |
337 |
375 |
-38 |
São Fidélis |
370 |
405 |
-35 |
Itaocara |
265 |
299 |
-34 |
Miguel Pereira |
377 |
401 |
-24 |
Italva |
139 |
156 |
-17 |
Paraíba do Sul |
408 |
421 |
-13 |
Comendador Levy Gasparian |
70 |
81 |
-11 |
Laje do Muriaé |
85 |
94 |
-9 |
São José de Ubá |
61 |
69 |
-8 |
Paty do Alferes |
182 |
186 |
-4 |
Portal da Transparência do
Registro Civil (24/11/2021).
Os dados preliminares atuais
mostram que o decrescimento vegetativo nestas cidades fluminenses foi ainda
maior em 2021. Todavia, se a pandemia for controlada, provavelmente, o número
de nascimentos vai aumentar e o número de mortes vai diminuir em 2022. A
história brasileira foi marcada por grande crescimento demográfico, mas no
século XXI a tendência vai se inverter e o país deve iniciar um processo de
diminuição da população a partir da década de 2040.
O que estas 22 cidades fluminenses estão mostrando é que o regime de decrescimento populacional foi antecipado, mesmo que seja temporariamente. Com o fim da pandemia estas cidades devem voltar a apresentar crescimento. Mas o decrescimento demográfico estrutural vai prevalecer nas próximas décadas, a partir de 2030 para as cidades do Rio de Janeiro.
Esta nova realidade demográfica parece ser inexorável, mesmo na hipótese de aumento do fluxo imigratório. Cabe às políticas públicas se adaptarem para a nova realidade traçando metas para garantir o bem-estar social e ambiental. (ecodebate)
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