Desde aquela percepção de que
o clima na sua cidade já não é mais o mesmo até as grandes tragédias, como a
que ocorreu recentemente em Petrópolis (RJ), trazem evidências de que as
mudanças climáticas podem influenciar a nossa vida de uma forma mais intensa do
que imaginávamos há poucas décadas.
Ao longo da história das
civilizações, os fenômenos climáticos foram fatores de preocupação e moldaram a
organização dos agrupamentos humanos. Proteger-se de grandes tempestades, do
frio ou calor extremos foi decisivo para prosperarmos enquanto espécie. Esse
desafio ainda persiste e, atualmente, enfrentamos as consequências da
intensificação do efeito estufa. Talvez, em seus pensamentos, você seja contra
ele e possa até saber sobre os danos resultantes, mas é preciso lembrar que,
sem esse fenômeno, seria difícil a vida se desenvolver em nosso planeta. O
efeito estufa ocorre, pois uma camada de gases que envolve o planeta é
responsável por reter e distribuir parte da radiação solar que incide,
resultando em um importante controle nas variações de temperatura ao longo do
dia. Sem esse mecanismo, enfrentaríamos temperaturas escaldantes de dia e um
frio congelante à noite, que inviabilizariam a sobrevivência das espécies.
Ocorre que, a partir do século XVIII, o ser humano passa a utilizar a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia, lançando toneladas de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera. Desde então, o desmatamento, as queimadas e o descarte incorreto de resíduos sólidos contribuem para agravar a situação pela liberação desses gases (principalmente o dióxido de carbono e o metano). O problema dessas modificações no ambiente está na intensificação do fenômeno natural do efeito estufa, pois, com a geração dos GEEs, a camada de gases que envolve o planeta se torna continuamente mais espessa. Consequentemente, o nível de retenção da energia solar se eleva e observamos o aumento médio da temperatura global.
Além de todas as consequências para espécies que não possuem a capacidade de se adaptar às mudanças de clima, nessas condições de aquecimento, os eventos climáticos extremos ocorrem com maior frequência e intensidade.
Enfrentamos uma realidade
que, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – sigla
da nomenclatura em inglês), é resultante da ação humana. Em seu relatório mais
recente, publicado em fevereiro de 2022, o IPCC indica que há riscos para quase
metade da população mundial decorrentes de secas, incêndios florestais,
inundações, tempestades acima da média, declínio na produção de alimentos —
fatores responsáveis por afetar a saúde física e mental da população.
Esse contexto preocupante,
aliado às evidências diárias dos eventos climáticos extremos, demanda ações
urgentes dos países para a redução dos GEEs. Cada região deve avaliar quais os
caminhos mais adequados para frear as mudanças climáticas. No Brasil, por
exemplo, a ocorrência de queimadas e o desmatamento contribuem para 58% das
emissões, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
demandando ações específicas para reduzir essas práticas danosas. No contexto
dos países desenvolvidos, a atividade industrial responde pela maior parcela
nas emissões gasosas.
Os esforços internacionais existem, a exemplo do Protocolo de Kyoto e mais recentemente do Acordo de Paris, porém as ações ainda estão distantes da efetividade para a resolução do problema. A urgência pela redução dos GEEs demanda engajamento de todos os setores da sociedade, na busca por soluções mais sustentáveis de produzir, consumir e descartar. Mais do que nunca, é preciso um esforço coletivo em busca de um ambiente que permita condições saudáveis de existência.
Quer ajudar nesse desafio? Cobrar as autoridades por políticas efetivas na redução dos GEEs, consumir de forma responsável, reduzir o desperdício e descartar corretamente os resíduos são os primeiros passos da jornada. (ecodebate)
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