Um quinto dos países do Globo
corre o risco de seus ecossistemas entrarem em colapso devido a um declínio na
biodiversidade e serviços benéficos relacionados.
“É triste pensar que a
natureza fala e que a humanidade não a ouve” - Victor Hugo (1802-1885)
O Relatório Planeta Vivo 2020
elaborado pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) mostra que o avanço do
processo de crescimento contínuo da produção e consumo de bens e serviços ao
bel-prazer da humanidade tem provocado uma degradação generalizada dos
ecossistemas globais e gerado um ecocídio da vida selvagem que sempre existiu
no planeta muito antes dos seres humanos.
Mais da metade (55%) do PIB
global, equivalente a US$ 41,7 trilhões, depende da biodiversidade e de
serviços ecossistêmicos de alto funcionamento. No entanto, um quinto dos países
do Globo (20%) corre o risco de seus ecossistemas entrarem em colapso devido a
um declínio na biodiversidade e serviços benéficos relacionados, segundo o
Instituto Swiss Re.
Estudo de David Williams et. al., publicado na Nature (21/12/2020), mostra que o aumento da demanda mundial de alimentos, em função do crescimento populacional e do aumento da renda, especialmente em países como China e Índia, levará à perda de milhões de quilômetros quadrados de ecossistemas naturais para atender o apetite humano. Para reduzir essas ameaças é preciso conhecer com detalhes como e onde a degradação tendo sido mais grave. Os autores desenvolveram um modelo geograficamente explícito de futuro desmatamento agrícola com base nas mudanças históricas observadas e combinaram os resultados com as preferências de habitat específicas da espécie para 19.859 espécies de vertebrados terrestres. Projetaram que 87,7% dessas espécies perderão habitat para a expansão agrícola até 2050, com 1.280 espécies projetadas para perder aproximadamente 25% de seu habitat.
Este infográfico ilustra as principais conclusões do artigo, mas não pretende representar com precisão seus resultados.
Mudanças na produção e
consumo de alimentos aliadas ao planejamento territorial inteligente podem
frear perda de biodiversidade e começar a regenerar o planeta até 2050.
Evidentemente, a redução do
crescimento demográfico global poderia mitigar o problema. Mas também políticas
proativas visando mudar a forma de produção agrícola poderiam reduzir as
ameaças, com uma combinação de abordagens que potencialmente evitam quase todas
essas perdas, ao mesmo tempo em contribuem para dietas humanas mais saudáveis.
Como as metas internacionais de biodiversidade estão definidas para serem
atualizadas em 2021, esses resultados destacam a importância de esforços
proativos para salvaguardar a biodiversidade por meio da redução da demanda por
terras agrícolas.
Observando o impacto sobre as espécies individuais em uma escala espacial detalhadas, os autores foram capazes de identificar as regiões específicas, e até mesmo espécies, que provavelmente necessitarão seriamente de apoio de conservação nas próximas décadas. Sem dúvida, este é um esforço que se deve somar a outros para evitar o desastre da 6ª extinção em massa das espécies. Lembrando que o ecocídio é também um suicídio.
ONU alerta: produção de alimentos está seriamente ameaçada pela perda de biodiversidade. (ecodebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário