Esse número está deixando de
ser apenas preocupante e torna-se frustrante, pois um mundo que dissemina a
ideia do Desenvolvimento Sustentável, não pode ser o mesmo com esses dados tão
alarmantes.
Considera-se muito discutível
o que tem ocasionado esse aumento nas emissões: não existe só uma fonte, como,
também, não existe apenas um culpado. Sendo generalista e quase ingênuo, o
principal motivo pode estar relacionado ao estilo de vida que temos levado.
Sabemos qual é o problema,
suas consequências e reconhecemos a importância de tomarmos atitudes, mas, pelo
andar da carruagem, como se diz no Brasil, “empurramos com a barriga”.
Parece evidente que o aumento das emissões tem como pano de fundo a clara volta das atividades econômicas globo afora, uma vez que a estagnação da economia mundial, por conta dos impactos da pandemia, é algo indiscutível.
A Índia, por exemplo, é uma das maiores poluidoras atuais, não com automóveis, mas com carvão.
A Europa também cresceu na
sua emissão, mas a famigerada guerra na Ucrânia está alterando todos os padrões
de consumo naquele continente.
Podemos considerar 2022 como
um claro indício do que serão os próximos anos?
Acredite, mas a resposta é
não. Tudo ainda está tão desgovernado com o pós-pandemia e a guerra no leste
europeu, além da COP27, que terminou com a falta de compromisso dos países mais
ricos, os maiores causadores de poluição.
Ter a ideia de que isso será
exatamente o futuro é ser completamente alienado à realidade das coisas que
estão acontecendo diante de nossos olhos.
Porém, com o número citado de 40 bilhões em emissões, só podemos ter uma certeza, e esta é uma afirmação técnica, não de “achismo”: o futuro não é promissor para termos qualidade de vida melhor e a Sustentabilidade almejada está ficando comprometida com a falta de empenho das pessoas.
A verdade dói, mas é a única que pode abrir os olhos de quem quer ver.
Dr. Rogerio Aparecido Machado é professor de Química e Meio Ambiente na Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Químico, Mestre em Saneamento Ambiental e Doutor em Saúde Pública (USP). (ecodebate)
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