quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

O alerta das emissões globais de carbono em 2022

Na COP27 foi apresentado um relatório que aponta 2022 como sendo, claramente, um ano macabro para as perspectivas futuras de qualidade de vida. O estudo aponta que a emissão de dióxido de carbono, neste ano, passará de 40 bilhões de toneladas.

Esse número está deixando de ser apenas preocupante e torna-se frustrante, pois um mundo que dissemina a ideia do Desenvolvimento Sustentável, não pode ser o mesmo com esses dados tão alarmantes.

Considera-se muito discutível o que tem ocasionado esse aumento nas emissões: não existe só uma fonte, como, também, não existe apenas um culpado. Sendo generalista e quase ingênuo, o principal motivo pode estar relacionado ao estilo de vida que temos levado.

Sabemos qual é o problema, suas consequências e reconhecemos a importância de tomarmos atitudes, mas, pelo andar da carruagem, como se diz no Brasil, “empurramos com a barriga”.

Parece evidente que o aumento das emissões tem como pano de fundo a clara volta das atividades econômicas globo afora, uma vez que a estagnação da economia mundial, por conta dos impactos da pandemia, é algo indiscutível.

A Índia, por exemplo, é uma das maiores poluidoras atuais, não com automóveis, mas com carvão.

A Europa também cresceu na sua emissão, mas a famigerada guerra na Ucrânia está alterando todos os padrões de consumo naquele continente.

Podemos considerar 2022 como um claro indício do que serão os próximos anos?

Acredite, mas a resposta é não. Tudo ainda está tão desgovernado com o pós-pandemia e a guerra no leste europeu, além da COP27, que terminou com a falta de compromisso dos países mais ricos, os maiores causadores de poluição.

Ter a ideia de que isso será exatamente o futuro é ser completamente alienado à realidade das coisas que estão acontecendo diante de nossos olhos.

Porém, com o número citado de 40 bilhões em emissões, só podemos ter uma certeza, e esta é uma afirmação técnica, não de “achismo”: o futuro não é promissor para termos qualidade de vida melhor e a Sustentabilidade almejada está ficando comprometida com a falta de empenho das pessoas.

A verdade dói, mas é a única que pode abrir os olhos de quem quer ver.

Dr. Rogerio Aparecido Machado é professor de Química e Meio Ambiente na Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Químico, Mestre em Saneamento Ambiental e Doutor em Saúde Pública (USP). (ecodebate)

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