Os 7 países em
desenvolvimento mais populosos emitem mais CO2 do que a OCDE.
Os países ricos e
desenvolvidos foram os principais responsáveis pelas emissões de CO2
nos séculos XIX e XX e, sem dúvida, responderam pelas maiores emissões
históricas de gases de efeito estufa (GEE). Contudo, o crescimento
demoeconômico dos países de renda média e baixa fez com que as nações do
“Terceiro Mundo” passassem a liderar as emissões no século XXI.
O gráfico abaixo mostra as emissões de carbono de 1880 a 2021 da OCDE (36 países ricos) e dos 7 países em desenvolvimento mais populosos do mundo, com dados do The Global Carbon Project. Em 1880, a OCDE emitia mais de 400 vezes além da emissão dos 7 países em desenvolvimento mais populosos. Em 1900 passou para 141 vezes. Em 1950 passou para 26 vezes. No ano 2000 passou para 2,5 vezes e em 2012 houve empate. Em 2021, os países em desenvolvimento já emitiam 25% mais do que os países ricos da OCDE.
Os 36 países ricos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) são Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia. No conjunto, possuem, atualmente, uma população de 1,38 bilhão de habitantes. Já os 7 países em desenvolvimento (China, Índia, Indonésia, Paquistão, Nigéria, Brasil e Bangladesh) possuem uma população conjunta de 3,96 bilhões de habitantes
Evidentemente, os países em
desenvolvimento possuem emissões per capita bem abaixo das emissões per capita
dos países ricos da OCDE. Mas no cômputo total, os 7 países em desenvolvimento
mais populosos emitem mais do que os 36 países ricos da OCDE.
Esta realidade tem provocado
divergências sobre as “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”. Na COP27
foi aprovado um fundo de “Perdas e Danos”, visando garantir dinheiro a ser
utilizado para remediar os danos e as perdas causados pelo clima nos países em
desenvolvimento mais vulneráveis. Contudo, não há consenso quais são os países que
devem receber os recursos e quais os países que devem pagar pelos prejuízos e
pelas mudanças no padrão de produção e consumo.
O fato é que as emissões de carbono continuam aumentando, a dependência dos combustíveis fósseis permanece, o que torna cada vez mais difícil deter o aquecimento global e colocar em prática os limites estabelecidos pelo Acordo de Paris, de 2015.
Os países ricos da OCDE, embora sejam responsáveis pelas maiores emissões históricas, já estão diminuindo as emissões correntes, embora precisem acelerar a meta de carbono zero. Já os países em desenvolvimento (fora da OCDE) enfrentam o desafio de reduzir a pobreza, mas sem agravar a crise climática e ambiental. No longo prazo, o planejamento do decrescimento demográfico e econômico poderá garantir o bem-estar humano e ambiental. (ecodebate)
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