“Estamos verificando efeitos muito intensos e cada vez mais
frequentes das mudanças climáticas e nós não temos políticas públicas
efetivamente implantadas aqui no País para dar conta disso”, explica Pedro Luiz
Côrtes.
Nos últimos dois meses, São Paulo registrou um volume de chuvas
acima do usual. Marcadas por vários pontos de alagamento, transbordamento de
córregos, desabamento de estruturas e uma morte, apenas em alguns pontos da
região sul, a chuva ultrapassou 50 mm. A pergunta que fica é: esse é o novo
normal?
Não apenas São Paulo, mas o mundo vem sofrendo com as mudanças
climáticas e eventos meteorológicos extremos. “O clima, infelizmente, não se
comporta mais como se comportava no século XX. Portanto, estamos diante de uma
nova situação, mas não dá ainda para dizer que esse é o novo normal, porque não
sabemos efetivamente aonde isso vai e aonde o novo equilíbrio vai se
estabelecer”, explica Pedro Luiz Côrtes, titular da Escola de Comunicações e
Artes/ ECA e do Instituto de Energia e Ambiente/ IEE da USP.
Segundo o professor, o relatório do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já previu que haveria alternância de eventos
extremos. Um exemplo disso são as secas intensas que vêm acontecendo no
interior de São Paulo, e que atingiram a região central do País em 2021, e as
chuvas concentradas que caíram sobre o município nos últimos dias.
“Imagina o impacto que isso causa, considerando que a nossa infraestrutura urbana às vezes não dá conta de chuvas um pouco acima do normal”, lembra o professor. A infraestrutura é um dos pontos mais sensíveis quando o assunto são os eventos climáticos extremos, principalmente considerando que qualquer chuva em São Paulo já causa transbordamentos e alagamentos.
Intensificação do problema
Uma das questões levantadas por Côrtes é qual deve ser a atuação
dos governos frente a essa responsabilidade. Não há infraestrutura suficiente
para lidar com as mudanças climáticas, que tendem a piorar daqui para frente.
Ele ainda expande o problema para outros países: a Itália e a França têm
sofrido com secas muito intensas. A região central da Itália quase não viu
neve, importante fator turístico e econômico da região. “Estamos verificando
efeitos muito intensos e cada vez mais frequentes das mudanças climáticas e nós
não temos políticas públicas efetivamente implantadas aqui no País para dar
conta disso”, ressalta. O panorama serve como um alerta mundial.
Na avaliação, é necessário que cada município tenha um plano de ação e de destinação de recursos para a realização de obras que facilitem, por exemplo, o escoamento das águas da chuva. “Quando a chuva cessar, nós caímos no problema oposto”, diz Côrtes. Ele ainda lembra dos problemas trazidos pelos períodos de seca prolongados: temperaturas muito altas, concentração de partículas de fuligem provenientes da queima de combustíveis fósseis, problemas de abastecimento e problemas de saúde, principalmente em idosos e crianças.
Intensificação do problema
Uma das questões levantadas por Côrtes é qual deve ser a atuação
dos governos frente a essa responsabilidade. Não há infraestrutura suficiente
para lidar com as mudanças climáticas, que tendem a piorar daqui para frente.
Ele ainda expande o problema para outros países: a Itália e a França têm
sofrido com secas muito intensas. A região central da Itália quase não viu
neve, importante fator turístico e econômico da região. “Estamos verificando
efeitos muito intensos e cada vez mais frequentes das mudanças climáticas e nós
não temos políticas públicas efetivamente implantadas aqui no País para dar
conta disso”, ressalta. O panorama serve como um alerta mundial.
Na avaliação, é necessário que cada município tenha um plano de ação e de destinação de recursos para a realização de obras que facilitem, por exemplo, o escoamento das águas da chuva. “Quando a chuva cessar, nós caímos no problema oposto”, diz Côrtes. Ele ainda lembra dos problemas trazidos pelos períodos de seca prolongados: temperaturas muito altas, concentração de partículas de fuligem provenientes da queima de combustíveis fósseis, problemas de abastecimento e problemas de saúde, principalmente em idosos e crianças.
Mas nem tudo são flores: com o aumento da temperatura, também vai ter aumento das arboviroses, como a dengue, chikungunya e zika. “O panorama climático exige uma ação integrada não só de adaptação da infraestrutura urbana, mas também de uma ação integrada com as equipes de saúde”, ele ressalta. Para ele, ações coordenadas e planos efetivos para a adaptação às mudanças climáticas são essenciais, e algo que não acontece efetivamente. (ecodebate)
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