Este artigo aborda os impactos dos eventos climáticos extremos na população e na economia, considerando os principais tipos de eventos, a influência das mudanças climáticas e as consequências diretas e indiretas desses fenômenos. São apresentados exemplos de como os eventos extremos podem causar mortes, ferimentos, deslocamentos, migrações, prejuízos econômicos, problemas de saúde e conflitos sociais e, também, discute as possíveis formas de prevenção e adaptação aos eventos extremos, bem como as políticas públicas necessárias para enfrentar esse desafio global.
Tipos de eventos climáticos extremos
Os eventos climáticos extremos podem ser classificados em quatro
categorias, de acordo com a sua origem:
– Hidrológicos: são aqueles relacionados à água, como inundações,
alagamentos, enchentes, deslizamentos e secas.
– Geológicos ou geofísicos: são aqueles relacionados à terra, como
processos erosivos, movimentação de massa e terremotos.
– Meteorológicos: são aqueles relacionados ao ar, como raios,
ciclones, tornados, vendavais e granizo.
– Climatológicos: são aqueles relacionados à temperatura, como
ondas de calor, ondas de frio, geadas e incêndios florestais.
Influência das mudanças climáticas
As mudanças climáticas são alterações no clima da Terra causadas
principalmente pela emissão de gases de efeito estufa provenientes das
atividades humanas. Essas alterações afetam o equilíbrio do sistema climático e
podem aumentar a frequência, a intensidade e a duração dos eventos climáticos
extremos.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), há evidências científicas de que as mudanças climáticas já estão influenciando alguns tipos de eventos extremos, como ondas de calor, secas, chuvas intensas e ciclones tropicais. Além disso, o IPCC projeta que esses eventos se tornarão mais frequentes e severos com o aumento do aquecimento global.
Impactos dos eventos climáticos extremos na população
Os eventos climáticos extremos podem causar diversos impactos na
população, como:
– Mortes e ferimentos: muitas pessoas podem perder a vida ou ficar
feridas por causa dos eventos extremos, seja por afogamento, soterramento,
choque elétrico, hipotermia ou hipertermia.
– Deslocamentos e migrações: muitas pessoas podem ser obrigadas a
deixar suas casas ou regiões por causa dos eventos extremos, seja por perda de
moradia, infraestrutura, serviços ou meios de subsistência.
– Prejuízos econômicos: muitas pessoas podem perder seus bens ou
fontes de renda por causa dos eventos extremos, seja por danos à agricultura,
indústria, comércio ou turismo.
– Problemas de saúde: muitas pessoas podem desenvolver ou agravar
problemas de saúde por causa dos eventos extremos, seja por doenças
infecciosas, respiratórias, cardiovasculares ou mentais.
– Conflitos sociais: muitas pessoas podem entrar em conflito por causa dos eventos extremos, seja por disputa de recursos naturais, territórios ou direitos humanos.
Impactos dos eventos climáticos extremos na economia
Esses eventos têm causado não apenas danos ambientais e humanos,
mas também impactos econômicos significativos em diversas regiões do mundo.
Segundo um relatório da ONG Christian Aid, em 2021 ocorreram 10
eventos climáticos extremos que provocaram mortes, deslocamentos e prejuízos
bilionários em vários países. O furacão Ida, que atingiu os Estados Unidos em
agosto, foi o mais destrutivo em termos financeiros, causando cerca de US$ 95
bilhões em danos. As enchentes na Europa em julho também foram devastadoras,
com um custo estimado de US$ 30 bilhões. Outros eventos citados no relatório
foram o ciclone Yaas na Índia e Bangladesh, a onda de calor na América do
Norte, as inundações na China e as queimadas na Sibéria.
Além desses casos, a América Latina também sofreu com os efeitos
das mudanças climáticas em 2021. A seca do Rio Paraná, que atinge Argentina,
Brasil e Paraguai, afetou a navegação, a agricultura, a geração de energia e o
abastecimento de água. As enchentes na Bahia deixaram milhares de desabrigados
e provocaram deslizamentos de terra. Os incêndios florestais na Amazônia e no
Pantanal continuaram a consumir a biodiversidade e a liberar mais carbono na
atmosfera.
Os eventos climáticos extremos têm consequências econômicas
diretas e indiretas. Os danos diretos são aqueles que afetam a infraestrutura,
os bens e os serviços essenciais. Os danos indiretos são aqueles que afetam a
produção, o consumo, o emprego, a renda e o bem-estar das populações. Ambos os
tipos de danos podem gerar efeitos multiplicadores negativos na economia,
reduzindo o crescimento potencial e aumentando a pobreza e a desigualdade.
Para evitar ou minimizar esses impactos, é preciso adotar medidas
de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. A adaptação consiste em
aumentar a resiliência dos sistemas naturais e humanos aos eventos climáticos
extremos, por meio de planejamento, prevenção, proteção e recuperação. A
mitigação consiste em reduzir as emissões de gases de efeito estufa e
aumentar os sumidouros de carbono, por meio de transição energética,
eficiência, inovação e cooperação.
A recuperação verde é uma oportunidade para aliar essas medidas com a retomada econômica pós-pandemia. Investir em setores baixos ou neutros em carbono pode gerar empregos, renda e desenvolvimento sustentável. Além disso, é preciso integrar os riscos climáticos nas decisões financeiras públicas e privadas, para evitar perdas futuras e incentivar a transição para uma economia de baixo carbono.
Ruas em Nova York ficaram cobertas de neve devido a uma tempestade de inverno que atingiu todo o nordeste dos Estados Unidos.
Eventos climáticos extremos estão ficando cada vez mais
frequentes!!!
Os eventos climáticos extremos são fenômenos que podem trazer
graves consequências para a sociedade. Por isso, é importante entender as suas
causas e efeitos, bem como buscar formas de prevenção, adaptação e mitigação. A
ação conjunta dos governos, das empresas e da sociedade civil é fundamental
para enfrentar esse desafio global. (ecodebate)
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