terça-feira, 1 de agosto de 2023

Mudar escolhas alimentares ajuda a combater as mudanças climáticas

Emissões globais de CO2 aumentaram e aceleraram desde 1970.
Uma das formas de contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa é mudar os hábitos alimentares.

Um estudo publicado na revista Nature Food mostrou que uma dieta mais saudável e sustentável poderia evitar 1,6 bilhão de toneladas de CO2 por ano até 2050.

O aquecimento global é um dos maiores desafios da humanidade no século XXI. As emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e da agropecuária são as principais responsáveis pelo aumento da temperatura média do planeta.

Para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas, é preciso reduzir drasticamente essas emissões nas próximas décadas.

Uma das formas de contribuir para essa redução é mudar os hábitos alimentares. Segundo um estudo publicado na revista Nature Food, se as pessoas adotassem uma dieta mais saudável e sustentável, com menos carne vermelha e mais frutas, verduras e grãos, seria possível evitar cerca de 1,6 bilhão de toneladas de emissões de dióxido de carbono por ano até 2050. Isso equivale a 4% das emissões globais projetadas para esse ano.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, que analisaram os dados de consumo alimentar e emissões de gases de efeito estufa de 171 países. Eles criaram quatro cenários diferentes para o futuro: um em que as pessoas continuam com os mesmos hábitos alimentares atuais; um em que as pessoas seguem as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS); um em que as pessoas adotam uma dieta vegetariana; e um em que as pessoas adotam uma dieta vegana.

Os resultados mostraram que o cenário mais benéfico para o clima seria o vegano, que eliminaria quase 70% das emissões relacionadas à alimentação. No entanto, os pesquisadores reconhecem que essa mudança seria muito difícil de ser implementada na prática, pois envolveria uma transformação radical nos hábitos culturais e sociais das pessoas. Por isso, eles defendem que o cenário mais viável seria o que segue as recomendações da OMS, que reduziria as emissões em 32%.

O estudo também apontou que os países com maior potencial de redução de emissões são aqueles que têm uma dieta baseada em carne vermelha, como os Estados Unidos, a Austrália e o Brasil. Já os países que têm uma dieta mais diversificada e equilibrada, como a Índia, a China e a Nigéria, teriam um impacto menor na mitigação das mudanças climáticas.

Os pesquisadores ressaltam que a mudança nos hábitos alimentares não é a única solução para o problema do aquecimento global, mas sim uma das medidas complementares que podem ser adotadas pelos indivíduos e pelos governos. Eles afirmam que é preciso também investir em tecnologias limpas, em energias renováveis, em eficiência energética e em políticas públicas que incentivem a transição para uma economia de baixo carbono.

O estudo conclui que a escolha dos alimentos que consumimos tem um impacto significativo não só na nossa saúde, mas também na saúde do planeta. Portanto, é preciso conscientizar a população sobre os benefícios de uma alimentação mais saudável e sustentável, tanto para o bem-estar individual quanto para o coletivo. (ecodebate)

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