terça-feira, 15 de agosto de 2023

O impacto dos desastres climáticos na saúde mental dos jovens

Portal Oficial do Governo do Estado de Alagoas

Os desastres climáticos, como secas, inundações, furacões e incêndios florestais, são eventos traumáticos que podem afetar profundamente a saúde mental dos jovens que os vivenciam.

Um estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State) revelou que esses eventos podem ter efeitos de longo prazo na saúde mental dos jovens, aumentando o risco de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e comportamentos de risco.

O estudo, publicado na revista Psychological Trauma: Theory, Research, Practice, and Policy, analisou os dados de mais de 2 mil jovens entre 12 e 17 anos que participaram de uma pesquisa nacional sobre saúde comportamental nos Estados Unidos.

Os pesquisadores compararam os jovens que relataram ter vivenciado um desastre climático nos últimos 12 meses com os que não relataram essa experiência. Eles também levaram em conta outros fatores que poderiam influenciar a saúde mental dos jovens, como sexo, idade, raça, renda familiar e histórico de abuso ou negligência.

Os resultados mostraram que os jovens que vivenciaram um desastre climático tinham maior probabilidade de apresentar sintomas de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e comportamentos de risco, como uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas. Esses efeitos persistiram mesmo após um ano do evento traumático.

Ecoansiedade: 'Problemas ambientais aumentam o risco de ansiedade e depressão', alerta pesquisadora americana.

Os pesquisadores destacaram que os desastres climáticos podem afetar a saúde mental dos jovens de várias formas. Por exemplo, eles podem causar perdas materiais e emocionais, como a destruição da casa ou da escola, a separação da família ou dos amigos, ou a morte de entes queridos.

Eles também podem gerar medo, incerteza, insegurança e impotência diante da situação. Além disso, eles podem afetar as condições socioeconômicas e ambientais das comunidades afetadas, reduzindo o acesso a recursos básicos como água potável, alimentos, energia elétrica e serviços de saúde.

• Choques econômicos/agrícolas: Perda de emprego/fonte de renda/empresa familiar, pragas nas lavouras, quebra de safra, pragas no armazenamento, pragas no gado, morte do gado

• Choques ambientais: Seca, inundação, erosão, geada, terremoto

• Choques familiares: Morte de pai ou mãe, divórcio ou separação, morte de outro membro da família

Os pesquisadores ressaltaram a importância de oferecer apoio psicológico aos jovens que vivenciam desastres climáticos, tanto no curto quanto no longo prazo. Eles sugeriram que as intervenções devem ser adaptadas às necessidades específicas de cada grupo etário, cultural e geográfico.

Eles também enfatizaram a necessidade de prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas, que estão aumentando a frequência e a intensidade dos desastres climáticos em todo o mundo. (ecodebate)

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