As mudanças climáticas são um grande desafio para a saúde pública,
especialmente para as pessoas que sofrem de doenças respiratórias como asma e
DPOC. Um relatório da Sociedade Respiratória Europeia, publicado no European
Respiratory Journal, reúne as evidências científicas sobre os impactos das
mudanças climáticas na saúde respiratória e faz recomendações para reduzir os
riscos e mitigar os efeitos.
O relatório Climate change and respiratory health: a European
Respiratory Society position statement mostra que as mudanças climáticas
aumentam a exposição a alergênicos, poluentes e patógenos transportados pelo
ar, que podem causar ou agravar problemas respiratórios.
Além disso, as mudanças climáticas aumentam a frequência e a intensidade de eventos extremos, como ondas de calor, incêndios florestais e inundações, que podem ter consequências graves para a saúde respiratória das populações vulneráveis, como bebês, crianças pequenas e idosos.
A professora Zorana Jovanovic Andersen, presidente do Comitê de Meio Ambiente e Saúde da Sociedade Respiratória Europeia e autora do relatório, disse: “As mudanças climáticas afetam a saúde de todos, mas os pacientes respiratórios estão entre os mais vulneráveis. Estas são pessoas que já têm dificuldades respiratórias e são muito mais sensíveis às mudanças climáticas. Os sintomas piorarão e, para alguns, isso será fatal”.
O relatório destaca particularmente o risco adicional para bebês e
crianças, cujos pulmões ainda estão em desenvolvimento.
Este ano, foram estabelecidos novos recordes de temperaturas
elevadas em todo o mundo, e a Europa sofreu ondas de calor, incêndios
florestais devastadores, tempestades e inundações.
O relatório apela ao Parlamento Europeu e aos governos de todo o
mundo para que tomem medidas urgentes para reduzir as emissões de gases com
efeito de estufa e adaptar-se aos efeitos das mudanças climáticas.
Entre as medidas propostas estão o aumento do investimento em energias renováveis, o incentivo ao transporte público e ativo, o fortalecimento dos sistemas de saúde pública e o apoio à investigação e à educação sobre a saúde respiratória e as mudanças climáticas.
Os padrões existentes da União Europeia (UE) sobre qualidade do ar estão bem acima daqueles estabelecidos nas Diretrizes de Qualidade do Ar da Organização Mundial da Saúde (OMS) (25 microgramas por metro cúbico para partículas finas [PM 2,5] e 40 microgramas por metro cúbico para dióxido de nitrogênio em na UE em comparação com 5 microgramas por metro cúbico para PM 2,5 e 10 microgramas por metro cúbico para dióxido de nitrogênio nas diretrizes da OMS). No entanto, a UE está atualmente revendo sua Diretiva de Qualidade do Ar Ambiente. (ecodebate)
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