O crescimento estadual foi
muito baixo e a maioria dos 497 municípios gaúchos apresentou decrescimento
demográfico entre 2010 e 2022.
Em 28/06/23 o IBGE divulgou
os primeiros resultados do censo demográfico de 2022. Em geral, os totais
populacionais vieram abaixo do esperado.
As projeções populacionais de
2018 para o estado do Rio Grande do Sul indicavam uma população de 11.507.906
habitantes em 2022. Mas o número apurado pelo IBGE ficou em 10.880.506
habitantes.
O gráfico abaixo, com dados
de 13 censos, mostra a evolução da população gaúcha, que era de 434,8 mil
habitantes em 1872, passou para 897,4 mil em 1890 e ultrapassou 1,1 milhão de
habitantes em 1900. No ano 2000 ultrapassou 10 milhões de habitantes, alcançou
10,7 milhões em 2010 e, nos últimos 12 anos, cresceu muito pouco, chegando a
10,88 milhões de habitantes em 2022.
Entre 1872 e 1890 o crescimento médio anual da população sul-rio-grandense foi de 4,1% ao ano (o maior crescimento de toda a série). Entre 1920 e 1940 cresceu 2,1% aa e voltou a subir para 2,7% aa entre 1950 e 1960. A partir da década de 1960 a taxa de crescimento veio caindo progressivamente ficando em apenas 0,5% ao ano na primeira década do século XXI e em 0,1% aa entre 1910 e 2022.
Enquanto o crescimento estadual foi muito baixo, houve municípios com crescimento, mas a maioria dos 497 municípios gaúchos apresentou decrescimento demográfico entre 2010 e 2022. Foram 207 cidades com crescimento da população e 290 cidades com redução do número de habitantes. As duas tabelas abaixo apresentam os municípios que reduziram de tamanho no último período intercensitário.
O censo demográfico é a mais profunda e abrangente pesquisa do país, sendo fundamental para a formulação das políticas públicas e para a decisão de investimentos da iniciativa privada. Mas é preciso reconhecer que houve muita dificuldade para se realizar o recenseamento 2022. O governo passado restringiu os recursos para o IBGE se equipar e se preparar para realizar o levantamento em 2020. As dificuldades já eram grandes quando veio a pandemia da covid-19 que inviabilizou a realização da pesquisa no segundo semestre de 2020.
Em 2021, novamente, faltou dinheiro e vontade. A questão foi judicializada e o Supremo Tribunal Federal obrigou o Governo Federal a liberar os recursos e fazer o censo em 2022.
O recenseamento foi a campo
com a sociedade dividida e em meio a uma eleição extremamente polarizada. Houve
atraso na coleta dos dados e não foi fácil aplicar os questionários nos
inúmeros domicílios brasileiros. Desta forma, não tivemos um censo perfeito,
mas sim um censo possível.
Todavia, com modelos estatísticos, dados secundários de registros administrativos e uma boa dose de criatividade os demógrafos e demais cientistas sociais poderão corrigir as eventuais falhas e desvendar a realidade da sociedade brasileira. Muitas dúvidas poderão ser dirimidas quando o IBGE divulgar as demais informações do censo 2022.
As enormes surpresas do censo demográfico no Rio Grande do Sul.
População em 2022 ficou
praticamente estável e 290 municípios tiveram redução no número de habitantes.
(ecodebate)
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