Carta elaborada pela associação após os debates sobre o tema
recomenda a articulação entre os usuários e as instituições para garantir usos
múltiplos da água.
A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica
divulgou carta reforçando a necessidade da inclusão de hidrelétricas com
reservatórios no planejamento da expansão da oferta, para aumentar a
resiliência do sistema diante dos efeitos das mudanças climáticas.
Adaptação às mudanças climáticas é oportunidade para enfrentar
desafios históricos e estruturais do país, diz ministra.
Em oficina sobre justiça climática, que abriu debates para
elaboração do Plano Clima - Adaptação para o Brasil, Luciana Santos reafirmou
compromisso do MCTI de prover informações científicas para o processo
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos,
defendeu nesta segunda-feira (04), em Brasília, a ciência como instrumento
essencial para a estratégia de adaptação à mudança do clima. “Nosso papel é
avançar na fronteira do conhecimento e na interface entre conhecimento
científico e políticas públicas”, afirmou, durante a oficina “Justiça
Climática: um novo caminho para a adaptação no Brasil”, organizada pelo
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com apoio do MCTI, que é
co-coordenador da elaboração do Plano Clima.
No discurso, a ministra salientou as contribuições dos
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro
Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden) e da Rede Clima com a
produção de dados e informações a respeito de mudanças observadas, projeções
climáticas e os riscos e impactos para os diferentes segmentos sociais e
econômicos. Ela destacou ainda que a mudança do clima adiciona mais uma camada aos
desafios históricos e estruturais do Brasil e que a agenda de adaptação pode
ser uma oportunidade para enfrentar as desigualdades sociais, com populações
vulneráveis sem moradia adequada e sem igualdade de oportunidades.
“Quando falamos de justiça climática, também falamos de
oportunidade, se considerarmos que a agenda da adaptação constitui uma nova
chance para lidar com esses desafios”, ressaltou.
A ministra Luciana Santos lembrou que os esforços globais para a
redução de emissões de gases de efeitos estufa são imprescindíveis para conter
o aquecimento global, mas alertou que são necessárias ações de adaptação para
preservar vidas e evitar prejuízos ainda maiores para a sociedade.

“A ciência tem uma compreensão muito clara de que a adaptação é um
processo contínuo. Contudo, quanto antes agirmos com efetividade, daremos mais
possibilidades futuras à justiça climática e à sustentabilidade”, enfatizou.
Justiça climática
A ministra do MMA, Marina Silva, destacou que a importância do
conceito de justiça climática para as políticas públicas nacionais. “O conceito
sobre racismo ambiental é um debate que o Brasil está fazendo internamente, já
assimilando o conceito, para que ele seja expresso nas diferentes políticas
públicas que fazem com que as pessoas que são vulnerabilizadas não paguem o
preço mais alto”, afirmou Marina, em entrevista.
Ela citou que pessoas pretas, mulheres que são chefes de família e
jovens figuram entre os mais grupos mais vulneráveis em momentos de enchentes e
deslizamentos.
Segundo ela, o tema foi levado para a Cúpula da Amazônia, e o
Brasil quer que seja internalizado nas discussões dos fóruns multilaterais.
“Infelizmente, o conceito ainda não é aceito globalmente, mas tem avançado, até
porque já conseguimos avançar na questão de perdas e danos, e isso significa
justiça climática, significa combater racismo ambiental”, concluiu.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lembrou que a
pandemia da Covid-19 foi um dos maiores exemplos de racismo ambiental. Segundo
ela, a realidade se impôs revelando que em alguns locais não havia sequer água
para lavar as mãos.
Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, salientou a
necessidade do debate. “Quando damos nomes as coisas, conceituamos os
fenômenos, tiramos do campo da invisibilidade”.

Usina hidrelétrica no Brasil.
Crise global de energia pode agravar seca histórica na América do
Sul.
Mudanças climáticas interferem à medida que secas prolongadas e
cada vez piores atingem a região, tornando a energia hidrelétrica cada vez
menos confiável. (gov.br)
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