quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Abrage defende UHEs com reservatório para enfrentar mudanças climáticas

Carta elaborada pela associação após os debates sobre o tema recomenda a articulação entre os usuários e as instituições para garantir usos múltiplos da água.

A Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica divulgou carta reforçando a necessidade da inclusão de hidrelétricas com reservatórios no planejamento da expansão da oferta, para aumentar a resiliência do sistema diante dos efeitos das mudanças climáticas.
Adaptação às mudanças climáticas é oportunidade para enfrentar desafios históricos e estruturais do país, diz ministra.

Em oficina sobre justiça climática, que abriu debates para elaboração do Plano Clima - Adaptação para o Brasil, Luciana Santos reafirmou compromisso do MCTI de prover informações científicas para o processo

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu nesta segunda-feira (04), em Brasília, a ciência como instrumento essencial para a estratégia de adaptação à mudança do clima. “Nosso papel é avançar na fronteira do conhecimento e na interface entre conhecimento científico e políticas públicas”, afirmou, durante a oficina “Justiça Climática: um novo caminho para a adaptação no Brasil”, organizada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) com apoio do MCTI, que é co-coordenador da elaboração do Plano Clima.

No discurso, a ministra salientou as contribuições dos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais (Cemaden) e da Rede Clima com a produção de dados e informações a respeito de mudanças observadas, projeções climáticas e os riscos e impactos para os diferentes segmentos sociais e econômicos. Ela destacou ainda que a mudança do clima adiciona mais uma camada aos desafios históricos e estruturais do Brasil e que a agenda de adaptação pode ser uma oportunidade para enfrentar as desigualdades sociais, com populações vulneráveis sem moradia adequada e sem igualdade de oportunidades.

“Quando falamos de justiça climática, também falamos de oportunidade, se considerarmos que a agenda da adaptação constitui uma nova chance para lidar com esses desafios”, ressaltou.

A ministra Luciana Santos lembrou que os esforços globais para a redução de emissões de gases de efeitos estufa são imprescindíveis para conter o aquecimento global, mas alertou que são necessárias ações de adaptação para preservar vidas e evitar prejuízos ainda maiores para a sociedade.

“A ciência tem uma compreensão muito clara de que a adaptação é um processo contínuo. Contudo, quanto antes agirmos com efetividade, daremos mais possibilidades futuras à justiça climática e à sustentabilidade”, enfatizou.

Justiça climática

A ministra do MMA, Marina Silva, destacou que a importância do conceito de justiça climática para as políticas públicas nacionais. “O conceito sobre racismo ambiental é um debate que o Brasil está fazendo internamente, já assimilando o conceito, para que ele seja expresso nas diferentes políticas públicas que fazem com que as pessoas que são vulnerabilizadas não paguem o preço mais alto”, afirmou Marina, em entrevista.

Ela citou que pessoas pretas, mulheres que são chefes de família e jovens figuram entre os mais grupos mais vulneráveis em momentos de enchentes e deslizamentos.

Segundo ela, o tema foi levado para a Cúpula da Amazônia, e o Brasil quer que seja internalizado nas discussões dos fóruns multilaterais. “Infelizmente, o conceito ainda não é aceito globalmente, mas tem avançado, até porque já conseguimos avançar na questão de perdas e danos, e isso significa justiça climática, significa combater racismo ambiental”, concluiu.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, lembrou que a pandemia da Covid-19 foi um dos maiores exemplos de racismo ambiental. Segundo ela, a realidade se impôs revelando que em alguns locais não havia sequer água para lavar as mãos.

Já a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, salientou a necessidade do debate. “Quando damos nomes as coisas, conceituamos os fenômenos, tiramos do campo da invisibilidade”.

Usina hidrelétrica no Brasil.

Crise global de energia pode agravar seca histórica na América do Sul.

Mudanças climáticas interferem à medida que secas prolongadas e cada vez piores atingem a região, tornando a energia hidrelétrica cada vez menos confiável. (gov.br)

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