Sistemas Agroflorestais podem gerar renda, alimentos e recuperação florestal no Brasil.
Estudo destaca os potenciais resultados do investimento em agroflorestas como parte da estratégia de cumprimento da meta de recuperar 12 milhões de hectares até 2030.
Recuperar
1,02 milhão de hectares de área desmatada usando modelos de Sistemas
Agroflorestais (SAFs) pode gerar R$ 260 bilhões de receita líquida, remover
482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera e produzir 156
milhões de toneladas de alimentos para o país.
Os
números são do estudo inédito do Instituto Escolhas, que revelou os benefícios
que podem advir da recuperação de 12 milhões de hectares de florestas até 2030,
meta assumida pelo Brasil no Acordo de Paris.
Em
novo recorte do estudo, a organização mostra o potencial que reside na
recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) desmatadas e localizadas
em pequenas propriedades.
“Os
dados reforçam que é fundamental direcionar recursos para a recuperação de
florestas também nas pequenas propriedades, especialmente aquelas da
agricultura familiar, que são, historicamente, importantes na produção e na
diversificação dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros”, afirma
Patricia Pinheiro, gerente de projetos do Escolhas.
Segundo
ela, nesse caso, a opção pelos SAFs como método de recuperação florestal deu-se
pelas vantagens imediatas para os agricultores familiares. “Os SAFs permitem o
retorno do investimento em curto prazo, graças as culturas agrícolas de ciclo
rápido, e, ao mesmo tempo, asseguram a renda em longo prazo, graças ao cultivo
de espécies perenes”, explica Pinheiro.
Os Sistemas Agroflorestais se caracterizam pelo plantio consorciado de plantas arbóreas nativas, frutíferas e/ou madeireira e de cultivos agrícolas de maneira simultânea ou sequencial. Alguns SAFs incluem a criação de animais.
Saiba mais sobre os Sistemas Agroflorestais (SAFs), esta forma de policultivo que visa a harmonia entre florestas e a agricultura.
Aumento
e diversificação dos alimentos no Brasil
Os
modelos de SAF propostos pelo estudo levam em consideração as características
ecológicas e a aptidão produtiva das cinco regiões do país. Ao todo, 43
variedades de alimentos de lavoura e extrativismo foram contempladas.
Nos
cenários gerados pela aplicação dos modelos, alimentos como milho verde,
pinhão, buriti, cumaru, jabuticaba, mangaba, erva-mate e palmito superariam em
mais de 100% a sua produção atual no país. Já para os outros 15 alimentos sobre
os quais há dados oficiais disponíveis para comparação direta, há aumentos
variáveis – por exemplo, 27,4% para o cacau, 40,4% para o cupuaçu e 71,1% para
o pequi. Para as lavouras de ciclo curto, cultivadas nos três primeiros anos, o
aumento é de 11% para o feijão, 12,4% para a banana e 28,9% para a mandioca1.
A
produção total dos SAFs representaria, portanto, uma média de 5,2 milhões de
toneladas de alimentos a mais produzidos por ano, aumentando a oferta em
quantidade e diversidade na mesa da população brasileira. Para isso, o país
teria que investir R$ 33,1 bilhões na implementação dos modelos. “No entanto,
os ganhos chegariam à marca de R$ 260 bilhões, quase oito vezes o valor a ser
investido”, destaca Pinheiro.
O
estudo está sendo desenvolvido em parceria com a Biodendro Consultoria
Florestal. No início de agosto, nesta onepage, o Escolhas liberou os dados
referentes ao montante total a ser investido pelo país para recuperar os 12
milhões de hectares e seus potenciais benefícios. O lançamento da íntegra do
estudo ainda não tem data prevista.
Para saber mais, clique aqui: https://escolhas.org/wp-content/uploads/2023/09/Onepage_SAFs.pdf.
(ecodebate)
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