Segundo o estudo, os
oceanos estão mais quentes e os níveis do mar estão subindo, as águas estão se
tornando mais ácidas e menos oxigenadas. Além disso, o gelo marinho no Ártico e
na Antártida vem diminuindo e o sistema de correntes que impulsionam o clima em
todo o mundo está se alterando.
Em 2023, a superfície
do mar atingiu a temperatura recorde de 21,1ºC e várias áreas do oceano global
sofreram ondas de calor marinhas intensas ao longo do ano, e o aumento
histórico da temperatura está provocando impactos negativos no clima, na
biodiversidade e nas sociedades.
Os dados fazem parte da sétima edição do relatório anual Ocean State Report, publicado pelo observatório Copernicus Marine Service sob supervisão da organização Mercator Ocean international.
O relatório traça um panorama global das águas ao longo do último ano e, nesta edição, alerta para alterações sem precedentes na situação dos mares e oceanos, provocadas pelas mudanças climáticas resultantes das atividades humanas. Segundo o estudo, os oceanos estão mais quentes e os níveis do mar estão subindo, as águas estão se tornando mais ácidas e menos oxigenadas. Além disso, o gelo marinho no Ártico e na Antártida vem diminuindo e o sistema de correntes que impulsionam o clima em todo o mundo está se alterando.
O Ocean State Report
7 foi elaborado com contribuições de mais de 80 especialistas de 30
instituições em 14 países. O trabalho indica que as ondas de calor marinhas
estão se tornando mais comuns, representando ameaças substanciais a muitas
espécies e às atividades humanas que dependem da saúde dos oceanos. Essas ondas
de calor podem alterar permanentemente os habitats naturais marinhos e as
cadeias alimentares, afetando todo o ecossistema.
Além disso, a elevação da temperatura contribui para a perda do gelo marinho. Dados mostram que o gelo da Antártida diminuiu drasticamente este ano, atingindo, entre maio e junho, os níveis mais baixos desde o início dos registros, com a perda de 2,2 milhões de km2. Já o gelo do Ártico está diminuindo constantemente, perdendo aproximadamente 3,5 milhões de km2 desde 1979 – uma área sete vezes maior do que a Espanha.
No Brasil, o estudo aponta que, na área ao redor de São Paulo, os crescentes riscos costeiros estão ligados a um número cada vez maior de eventos de ondas extremas.
Causa e consequências do aquecimento
O oceano tem uma capacidade
de armazenamento de calor maior do que qualquer outro componente do sistema
climático da Terra, e quase 90% do calor extra retido no sistema terrestre
devido a atividades antropogênicas é absorvido pelo oceano, explica o
relatório. Com a continuidade das emissões de gases de efeito estufa, a
quantidade de calor armazenada no oceano aumentou nas últimas décadas. “Nos
últimos 15 anos, a taxa de variação do calor acumulado no oceano aumentou em
quase 50% em comparação com a taxa de acumulação nos últimos 50 anos”, diz o
estudo.
O aquecimento do
sistema climático da Terra faz com que o gelo terrestre derreta, como as
geleiras e as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica. Além disso, as
águas oceânicas estão absorvendo cada vez mais calor, expandindo-se e
contribuindo ainda mais para o aumento do nível do mar.
As consequências são complexas e impõem grandes desafios. As variações no transporte de calor do oceano são vitais para regular o clima global. O aumento a longo prazo das temperaturas do mar e das ondas de calor marinhas também pode afetar perigosamente a capacidade de sobrevivência de espécies, como corais, ervas marinhas, algas e peixes, e causar eventos de mortandade em massa e migração em massa de espécies marinhas, levando a menores quantidades de captura e colocando pressão econômica sobre setores de pesca. Além disso, a elevação do nível do mar representa uma ameaça aos meios de subsistência humana, às estruturas e ao modo de vida das populações que vivem perto dos litorais em todo o mundo.
Aquecimento global pode gerar consequências irreversíveis, em efeito dominó, para o equilíbrio do planeta.
Estudo alemão aponta
que aumento da temperatura pode causar um desequilíbrio no sistema terrestre,
afetando oceanos, atmosfera, vegetação e biodiversidade em possíveis
interconexões a milhares de quilômetros de distância. (ecodebate)
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