Mudanças climáticas e instabilidade macroeconômica ameaçam o setor,
diz pesquisa da PWC.
Com os eventos extremos registrados no Brasil por causa da crise
climática e do El Niño, as projeções para a safra agrícola de 2024 vêm sendo
revistas – para baixo. Assim, a possibilidade de o desempenho do setor
agropecuário decepcionar, por causa de fatores climáticos, e puxar para baixo o
crescimento da economia brasileira neste ano entrou no radar do Ministério da
Fazenda (MF).
A pasta projeta alta de 2,2% para o PIB neste ano. Já a estimativa
para o PIB agropecuário é, por enquanto, de crescimento de 0,5%. O número,
divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do MF em novembro,
considerava a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) para “a evolução do plantio de algumas culturas agrícolas até meados de
2024”.
A questão climática permeou a conversa que o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, teve em 30/01/24 com Fernando Haddad, titular da Fazenda para tratar dos problemas que vêm impactando o setor, destaca o Valor. “Vamos discutir o Plano Safra 2023-2024, contextualizar o cenário, que é bem mais difícil que os últimos anos, as intempéries climáticas, seca no Centro-Oeste e Nordeste, excesso de chuva no Sul, preço das commodities bem mais achatado, custo de produção alto, endividamento dos produtores”, disse Fávaro antes da reunião.
CEOs confiam mais nas perspectivas de crescimento do país do que na expansão da economia global.
A disrupção tecnológica, as mudanças climáticas e outras
megatendências globais em aceleração têm sido fonte de ameaça aos negócios
tradicionais e pressionam os CEOs a adaptarem suas estratégias de negócios em
um ambiente cada vez mais incerto.
A dor de cabeça que a crise climática causa nos ministérios da
Agricultura e da Fazenda – e também na população brasileira, já que 8 em cada
10 brasileiros se preocupam com ela – passa longe do setor financeiro nacional.
Uma pesquisa global da PwC com CEOs de diversos setores mostra que o segmento
de finanças não está tão preocupado com as mudanças do clima.
Quando questionados sobre as principais ameaças nos próximos 12
meses, o que mais preocupa os executivos brasileiros são riscos cibernéticos
(43%), inflação (37%), instabilidade macroeconômica (37%), riscos sanitários
(17%) e conflitos geopolíticos (11%). Mudanças climáticas e desigualdade social
empatam na última posição, com apenas 9%, detalha o Valor.
A média de 9% de preocupação do setor financeiro brasileiro com a crise climática está abaixo do setor financeiro global (14%). E também atrás da média de todos os setores da economia brasileira (16%) e da economia global (12%).
Em tempo: Na contramão do FED, dos Estados Unidos, que alega que atuar contra a crise climática não é sua atribuição, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu expandir o seu trabalho para combater o impacto das mudanças climáticas, informa o Valor. Em documento divulgado em 30/01/24 com o planejamento de suas atividades para 2024 e 2025, o BCE identificou três áreas prioritárias: o impacto e os riscos da transição para uma economia verde, especialmente os custos de transição e as necessidades de investimentos associados; o crescente impacto físico das alterações climáticas e a forma como as medidas de adaptação a um mundo mais quente afetam a economia; e os riscos decorrentes da perda e degradação da natureza, a forma como interagem com os riscos relacionados com o clima e como podem afetar o trabalho do BCE no seu impacto na economia e no sistema financeiro. (climainfo.org)
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