É uma jornada complexa, sem
margem para simplificações, e requer uma análise meticulosa das nuances que
devem ser cuidadosamente consideradas no planejamento para a gestão da
descarbonização, impondo desafios e oportunidades importantes para a indústria
brasileira.
Neste contexto, a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) propõe um roteiro estratégico com o
objetivo de alcançar as metas de descarbonização, fortalecendo simultaneamente
a competitividade e a estabilidade econômica.
Mas o que é a descarbonização? É o processo de interromper ou reduzir a liberação de gases de efeito estufa, especialmente dióxido de carbono, na atmosfera, como resultado de um processo, como a queima de combustíveis fósseis.
Este artigo destaca algumas propostas da CNI, considerando sua repercussão no cenário nacional.
Para alcançar o cenário net
zero, a CNI estabelece um conjunto de medidas gerais e específicas que
contribuem para acelerar a descarbonização do setor industrial brasileiro e
garantir competitividade frente a uma indústria global que está acelerando seu
processo de descarbonização, tendo em consideração o cenário internacional e
aspectos nacionais de mitigação, as potencialidades e custos das medidas de
baixo carbono no setor industrial.
Entre as medidas destacamos
aquelas que merecem especial atenção por apresentarem potencial de gerar
benefícios a curto-médio prazo.
A CNI destaca a necessidade
de maior engajamento do setor industrial na construção do novo Plano Setorial
de Mitigação e do Plano de Adaptação, que permite a integração de perspectivas
práticas e conhecimentos especializados do setor, contribuindo para a
elaboração de estratégias mais eficazes e alinhadas com as metas nacionais de
mitigação e adaptação.
A redução das emissões de
metano é outra prioridade, abrangendo setores como agricultura, produção de
petróleo e gás, e resíduos. No contexto brasileiro, práticas agrícolas de baixo
carbono e inovações na gestão de resíduos são consideradas estratégias para o
alcance das metas.
O roteiro da CNI destaca ainda a necessidade premente do inventário de emissões completo, considerando não apenas as emissões diretas, mas também dados de fornecedores e emissões incorporadas aos produtos, permitindo uma compreensão holística do impacto ambiental da cadeia produtiva, identificando áreas específicas para redução e compensação de emissões residuais.
Diante do complexo desafio da descarbonização da indústria brasileira, o roteiro da CNI apresenta um caminho promissor. Para adentrar esse cenário de transformações, é imprescindível estabelecer medidas específicas que possam conduzir este setor em direção a uma trajetória mais sustentável e competitiva.
Este desafio passa pela
implementação de processos sólidos de monitoramento, relato e verificação
(MRV), em conjunto com a criação de um registro nacional de emissões de gases
de efeito estufa (GEE) provenientes das atividades industriais. Essa estrutura,
alinhada aos padrões internacionais, como o GHG Protocol, garante a
comparabilidade de dados e fortalece a transparência, oferecendo uma base
consistente e confiável para avaliar o progresso em direção às metas de
descarbonização.
Além disso, apoiar a
simplificação dos processos de transação de créditos de carbono no mercado
voluntário, garantindo a integralidade de seus ativos, é fundamental para
estimular a participação ativa das indústrias e impulsionar o desenvolvimento
de projetos de Soluções Baseadas na Natureza (SBN), reforçando a posição do
Brasil no cenário global.
Outro aspecto importante é o
investimento em projetos capazes de gerar co-benefícios, transformando-se em
recursos para comunidades tradicionais e pequenos produtores, como forma de
suavizar os impactos sociais da descarbonização e criar oportunidades tangíveis
para o desenvolvimento local e a promoção de práticas sustentáveis.
Ao implementar essas medidas específicas, a indústria brasileira se consolida como protagonista na transição para uma economia sustentável, de baixo carbono e reforça sua competitividade no panorama internacional.
Embora o setor industrial seja grande e diversificado, a meta de descarbonizar a produção industrial para alcançar emissões líquidas zero até 2050 é viável, de acordo com diversos estudos e casos práticos de sucesso internacionais.
É fundamental que a indústria
brasileira busque referências no mercado para a gestão da descarbonização, com
a competência técnica e experiência requerida para tratar de um tema tão
complexo e transversal.
Segundo a CNI, o custo
adicional de descarbonização para a economia brasileira, considerando os dados
obtidos em conjunto com segmentos industriais neste estudo, seria de US$ 8
bilhões, ou cerca de R$ 40 bilhões até 2050. Por custo adicional de
descarbonização entende-se o custo de investimento total na tecnologia de baixo
carbono subtraído do custo de investimento total da tecnologia business as
usual.
Nesse quesito, vale destacar a startup MOWA – Carbon Neutral, especializada em gestão da descarbonização e net-zero, com foco em setores como energia, resíduos, efluentes, processos industriais e agricultura de baixo carbono e que conta com um time de profissionais com mais de uma década de experiência em mudanças climáticas e desenvolvimento de baixo carbono.
Como um startup inovador, oferece a oportunidade de iniciar ou aprimorar a contabilização e relato de emissões corporativas segundo diretrizes e procedimentos globalmente reconhecidos, de elaborar um plano de descarbonização embasado em pesquisas, estudos de tecnologias, oportunidades de mercado e ainda uma análise minuciosa e detalhada do potencial de redução de emissões para cada ação adotada. Além disso, oferece orientação na compra de créditos de carbono verificadas a partir de fontes credíveis que se alinhem com a missão da sua empresa e com os princípios net zero. (ecodebate)
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