Pnuma afirma que frente à
soma de crises globais, mundo deve adotar abordagem prospectiva para proteger
saúde humana e planetária; levantamento destaca oito alterações globais
críticas, como degradação ambiental e avanço da IA, que amplificam a crise
climática, perda de biodiversidade e poluição.
Mudanças ambientais,
tecnológicas e sociais alteram a saúde humana e planetária. Por isso, de acordo
com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente,
Pnuma, o mundo deve melhorar o acompanhamento e a resposta a uma série de
desafios emergentes.
O estudo divulgado identifica 8 mudanças globais críticas que estão acelerando a tripla crise planetária de mudança climática, perda de natureza e biodiversidade e poluição e resíduos.
Oito aceleradores da crise ambiental
As mudanças incluem a degradação
da natureza pela humanidade, o rápido desenvolvimento de tecnologias como a IA,
a competição por recursos naturais, o aumento das desigualdades e a diminuição
da confiança nas instituições.
Segundo o levantamento, essas
transformações estão criando uma crise múltipla, amplificando, acelerando e
sincronizando questões críticas globais, com enormes implicações para o
bem-estar humano e planetário.
Dezoito sinais de alteração
acompanhantes, identificados por centenas de especialistas globais, oferecem
uma visão mais profunda das possíveis disfunções, tanto positivas quanto
negativas, para as quais o mundo deve se preparar.
Para a diretora executiva do
Pnuma, Inger Andersen, este é o momento antecipar e criar proteções contra
desafios emergentes. Ela avalia que rápidas mudanças em um contexto de
turbulência geopolítica significam que qualquer país pode ser desviado de seu
curso mais facilmente e com mais frequência.
Segundo Andersen, ao monitorar sinais de mudança e usar a abordagem de prospectiva delineada neste relatório, “o mundo pode evitar repetir os erros do passado e se concentrar em soluções que possam resistir às futuras interrupções”.
Sinais de mudança
Nível do mar e temperatura
elevada das alterações climáticas a nível mundial. Globo mundial afoga-se em
oceano sujo e terra seca com temperatura quente e metáfora do ambiente de seca
confrontados com as alterações climáticas.
Escassez de água potável,
aumento das inundações e do nível do mar, além da insegurança alimentar, serão consequências
das mudanças climáticas. O aumento na temperatura média do planeta pode
desencadear longos períodos de estiagem no futuro.
As principais alterações e
sinais de mudança delineados no relatório incluem a demanda por elementos de
terras raras, minerais e metais críticos para alimentar a transição para o zero
líquido que deverá quadruplicar até 2040. Essa realidade aumenta os apelos por
mineração em alto-mar e até mesmo mineração espacial.
O relatório indica que isso
representa potenciais ameaças à natureza e à biodiversidade, pode aumentar a
poluição e os resíduos, e provocar mais conflitos.
Além disso, o relatório
aponta que com o derretimento do permafrost, organismos antigos que podem ser
patogênicos podem ser liberados, resultando em grandes impactos ambientais,
animais e humanos. Esse fenômeno já levou a um surto de antraz na Sibéria.
De acordo com o estudo,
embora a IA e a transformação digital possam trazer benefícios, há implicações
ambientais, como aumento da demanda por minerais críticos e elementos de terras
raras e recursos hídricos para atender às demandas de centros de dados.
O uso da inteligência artificial em sistemas de armas e aplicações militares, e o desenvolvimento da biologia sintética, precisam ser cuidadosamente revisados através de uma lente ambiental.
Conflitos e deslocamentos
O Pnuma lembra que com o
aumento de conflitos armados e violência gera mais degradação do ecossistema e
poluição, levando a repercussões para populações vulneráveis.
O deslocamento forçado também aumenta os impactos na saúde humana e no meio ambiente. Uma em cada 69 pessoas está agora deslocada à força, quase o dobro dos números de uma década atrás. Conflito e mudança climática são os principais motores.
2024: Desafios Climáticos Emergentes
Adotando a prospectiva
No entanto, o relatório
conclui que o uso de ferramentas de prospectiva pode ajudar o mundo a antecipar
e se preparar para os próximos desafios emergentes e futuras rupturas.
O relatório recomenda a
adoção de um novo contrato social que envolva uma gama diversificada de partes
interessadas, incluindo povos indígenas, dar aos jovens uma voz mais forte e
repensar as medidas de progresso para ir além do Produto Interno Bruto.
Governos e sociedades também
podem introduzir metas e indicadores de curto prazo que permitam uma governança
mais ágil.
A proposta é que sejam implementadas ferramentas e ações para reconfigurar os sistemas financeiros e redirecionar fluxos de capital para ajudar a reduzir as desigualdades, erradicar a pobreza extrema e abordar crises ambientais.
O relatório ainda apoia a criação de uma governança ágil e adaptativa, isso inclui integrar e melhorar o monitoramento sobre mudanças ambientais e tornar os dados e conhecimentos mais acessíveis. (news.un.org)
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