Queimadas prejudicaram 200
mil clientes da Cemig em 2023
Com mais de 120 dias sem
chuvas em boa parte de Minas Gerais, as queimadas estão se intensificando e
prejudicando o cada vez mais o fornecimento de energia elétrica no estado, além
de causar danos à flora e fauna. De acordo com levantamento da Cemig, apenas em
julho, 159.505 unidades consumidoras tiveram o serviço interrompido pelas
queimadas.
Esse número é mais de três
vezes superior ao de clientes interrompidos no primeiro semestre deste ano,
quando os incêndios provocaram falta de energia para pouco mais de 45 mil
consumidores.
Para se ter uma ideia da
gravidade da situação, em comparação ao período que compreende janeiro a julho
de 2023, o número de ocorrências é quase quatro vezes maior em 2024: se no ano
passado a companhia registrou quase 55 mil unidades consumidoras interrompidas
em 112 incidentes provocados por incêndios até o sétimo mês, neste ano o número
já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig.
De acordo com o Corpo de
Bombeiros, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados mais de 16 mil
focos de incêndios em Minas Gerais. O engenheiro de Sustentabilidade da Cemig,
Demetrio Aguiar, explica como as queimadas prejudicam o sistema elétrico da
companhia e causam interrupção no fornecimento de energia elétrica para os
clientes.
“As chamas danificam
equipamentos – como postes, cabos e torres – e tornam o restabelecimento do
serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das
distribuidoras. Além disso, o alto volume de fumaça pode trazer sérios danos à
saúde, principalmente nesta época do ano em que doenças respiratórias são mais
comuns. As pessoas precisam se conscientizar dos impactos causados por suas
ações, pensar de forma coletiva e evitar dar início a focos de incêndio que
podem tomar grandes proporções e causar muitos estragos”, afirma.
Além disso, normalmente as
queimadas são feitas em locais de difícil acesso, o que torna complicado o
trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o
restabelecimento do serviço à população.
“Um dos maiores desafios para
as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo.
Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além
disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas,
torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”,
explica Aguiar.
Em relação ao primeiro semestre, a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) teve um acréscimo de 10 mil unidades consumidoras interrompidas por incêndios. Somente na RMBH, a Cemig registrou mais de 15 mil clientes prejudicados em 24 ocorrências em julho. Mas a região que teve o maior salto foi a Zona da Mata, que teve pouco mais de 66 mil consumidores interrompidos apenas em julho.
Experimento demonstra os perigos dos incêndios à rede elétrica
Ocorrências de queimadas mais
que triplicaram em Minas e afetando quase 160 mil clientes.
Para ressaltar os problemas
causados pelas queimadas e buscar conscientizar a população do risco dessa
prática, a Cemig realizou um experimento no Laboratório de Ensaios Elétricos de
Alta Tensão (LEATEP), em sua base no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte. Em um
ambiente controlado, especialistas da companhia simularam uma queimada sob uma
linha de alta tensão, como explica o técnico do Sistema Elétrico da Cemig,
Vitor Daniel Bento Lima.
“Na simulação feita no
LEATEP, a tensão aplicada foi sendo gradativamente aumentada até o nível de
tensão das linhas de transmissão, onde foi observado a formação de arcos
elétricos, proveniente da ionização do ar motivada pelo fogo que aqueceu o meio
externo. Dessa forma, o sistema de proteção age e desliga a linha para evitar
ainda problemas maiores”, explica.
QUEIMADA é CRIME
Além de deixar hospitais,
comércios e escolas sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime
e dar cadeia. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em
mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena
de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. Além disso, é proibido o uso de fogo em áreas de reservas
ecológicas, preservação permanente e parques florestais.
Sabendo da importância de unir esforços para combater as queimadas em todo o estado, a Cemig e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais estão juntos em uma campanha para conscientizar a população sobre o tema.
Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível. (cemig)
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