Extremos de calor e chuva
estão muito além dos padrões históricos.
Estudo enfatiza que as
mudanças climáticas já estão manifestando eventos extremos que estão muito além
da variabilidade natural, com uma aceleração particular nos extremos de calor
mais severos e um aumento constante nos recordes de precipitação.
Artigo explora como o
aquecimento global impulsionou um aumento sem precedentes em eventos de calor
extremo e chuvas intensas.
Os autores, Alexander
Robinson e sua equipe, demonstram que, mesmo com um pequeno aumento de
temperatura, a frequência de ondas de calor severas e recordes de precipitação
aumentou exponencialmente, tornando-se praticamente impossível sem a influência
humana.
A pesquisa destaca que
regiões tropicais, apesar de contribuírem menos para as mudanças climáticas,
são as mais afetadas por esses extremos.
1. Aceleração dos Extremos de
Calor: O aquecimento global, mesmo em pequenos incrementos, tem levado a um
aumento desproporcional na frequência e intensidade dos extremos de calor,
especialmente os mais severos.
2. Aumento dos Recordes de
Chuva: Eventos de chuva recorde continuaram a crescer globalmente, com uma
parcela significativa atribuível às mudanças climáticas.
3. Impacto Desproporcional
nas Regiões Tropicais: As regiões tropicais, apesar de terem contribuído menos
para as mudanças climáticas antropogênicas, estão experimentando os aumentos
mais fortes nos extremos de calor e chuva, tornando-as particularmente
vulneráveis.
4. Atribuição Clara às
Mudanças Climáticas Antropogênicas: Muitos eventos extremos recentes, como
ondas de calor e incêndios florestais, são “virtualmente impossíveis” de terem
ocorrido sem a influência humana no clima.
5. Implicações Futuras: A
tendência de aumento de extremos mais intensos e frequentes e novos recordes de
calor e precipitação é esperada, representando riscos críticos para as
populações globais.
Ideias e Fatos mais
importantes:
• Aquecimento Recente e Suas
Consequências: “Na última década, o mundo aqueceu 0,25°C, em linha com a
tendência aproximadamente linear desde a década de 1970. Aqui apresentamos
análises atualizadas mostrando que essa mudança aparentemente pequena levou ao
surgimento de extremos de calor que seriam virtualmente impossíveis sem o
aquecimento global antropogênico”. Este pequeno aquecimento resultou em
impactos extremos e desproporcionais.
• Aumento Não Linear dos
Extremos de Calor: O estudo destaca uma relação não linear entre o aquecimento
global e a ocorrência dos extremos de calor mais intensos.
• Durante o período de
referência (1951-1980), extremos de calor de 4-sigma (quatro desvios padrão
acima da média) eram “essencialmente inexistentes”, com uma probabilidade
esperada de 0,003%.
• No entanto, “a ocorrência
de extremos de 4-sigma, ainda quase ausente na primeira década deste século,
afetou ~3% da área terrestre durante 2011-2020, refletindo um aumento de
aproximadamente 1000 vezes em comparação com 1951-1980”.
• Os extremos de 3-sigma
aumentaram aproximadamente 90 vezes no mesmo período (de 0,1% para 9% da área
terrestre).
• Isso significa que “o
aumento aproximadamente linear da tendência de aquecimento global de
~0,2°C/década resulta em um aumento não linear no número dos eventos extremos
que excedem o limiar mais alto”.
• Recordes de Temperatura
Mensais: O número de temperaturas mensais recorde observadas aumentou “para 8
vezes as esperadas em um clima sem aquecimento de longo prazo”.
• Eventos Extremos
Impulsionados por Mudanças Climáticas:
• A onda de calor prolongada
na Sibéria e na Austrália em 2020 teria sido “virtualmente impossível sem as
mudanças climáticas”. A onda de calor siberiana causou incêndios florestais
massivos (liberando 56 Megatoneladas de CO2) e colapso de
infraestrutura devido ao derretimento do permafrost. Os incêndios florestais
australianos (“Black Summer”) resultaram em 34 fatalidades, milhões afetados
pela má qualidade do ar e a perda de 0,5 a 1,5 bilhão de animais selvagens.
• As temperaturas recordes em
partes dos EUA e Canadá em 2021 (quase 50°C a 50°N) também foram “praticamente
impossíveis sem a influência humana no clima”.
• Aumento dos Recordes de
Chuva:
• “Recordes de chuva
continuaram a aumentar em todo o mundo e, em média, 1 em cada 4 recordes de
chuva na última década pode ser atribuído às mudanças climáticas”.
• Até 2016, a anomalia do
recorde diário de chuva atingiu cerca de +30% na última década em áreas
terrestres amostradas.
• Este aumento é esperado
pela termodinâmica básica (equação de Clausius-Clapeyron: o ar pode reter 7%
mais umidade por grau de aquecimento).
• Concentração dos Extremos
nas Regiões Tropicais:
• “Regiões tropicais,
compostas por países vulneráveis que tipicamente menos contribuíram para as
mudanças climáticas antropogênicas, continuam a ver o aumento mais forte nos
extremos”.
• A baixa variabilidade anual
da temperatura mensal nos trópicos, combinada com o forte sinal de aquecimento
de longo prazo, leva a altas frequências de extremos de calor excepcionais
nessas áreas.
• As regiões subtropicais
secas (oeste dos EUA, sul da África, Mediterrâneo, Austrália) tiveram aumentos
menores nos recordes de chuva do que as regiões úmidas nos trópicos e latitudes
médias.
• Risco Crescente: “Na
próxima década, uma tendência ascendente para extremos mais intensos e
frequentes e novos recordes de calor e precipitação deve ser esperada, representando
riscos críticos para populações em todo o planeta”.
Especialista e estudos
explicam que o aquecimento global desencadeia eventos climáticos extremos no
mundo e no Brasil.
As implicações são
particularmente graves para as regiões tropicais, que são as mais afetadas e as
menos responsáveis pelas emissões históricas. (ecodebate)



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