quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Onda de calor afeta os países nórdicos

Países nórdicos atingidos por onda de calor "sem precedentes"

Em julho de 2025, as temperaturas globais ficaram 0.45°C acima da média de 1991-2020, marcando o terceiro julho mais quente já registrado. Globalmente, a temperatura média do ar na superfície atingiu 16.68°C. Em relação ao período pré-industrial (1850-1900), julho de 2025 foi 1.25°C mais quente.

Gráfico e Série histórica:

Para visualizar a série histórica das anomalias de temperatura, você pode consultar o painel interativo do Copernicus Climate Change Service, que permite analisar as variações temporais. O gráfico, baseado nos dados do ERA5, mostra as anomalias da temperatura média global do ar na superfície em relação ao período de referência pré-industrial (1850-1900) para cada mês de julho, todos os meses e médias móveis de 12 meses de 1979 a 2025. Você pode acessar o painel e explorar os dados de forma interativa para visualizar a série histórica específica para julho de 2025 e outros períodos.

Observações:

Julho de 2025 foi o terceiro julho mais quente já registrado globalmente.

Apesar do calor, a sequência de recordes de temperatura global registrada em 2023 e 2024 chegou ao fim, mas isso não significa que as mudanças climáticas pararam.

O aumento da temperatura está relacionado ao aquecimento global e às mudanças climáticas, com as atividades humanas emitindo gases de efeito estufa para a atmosfera, segundo especialistas da Empresa de Pesquisa Energética.

No Brasil, julho de 2025 não teve temperaturas tão altas quanto em 2023 ou 2024, mas ainda assim, a temperatura ficou acima da média para o período.

O inverno de 2025 no Brasil tem sido marcado por ondas de frio intensas, em parte devido à ausência de fenômenos como El Niño e La Niña.

Figura 1-Anomalias da temperatura média global do ar na superfície em relação ao período de referência pré-industrial de 1850–1900 para cada mês de julho, todos os meses e médias móveis de 12 meses de 1979 a 2025. Use os botões cinza e amarelo para alterar a amostragem temporal.

Gráfico da série histórica das anomalias na temperatura do ar para o mês de julho/2025.

A intensa onda de calor que atingiu a Escandinávia em julho foi potencializada pela crise climática e mostra que “nenhum país está a salvo das mudanças do clima”, alertam cientistas.

Tradicionalmente conhecidos por seu clima frio, Noruega, Suécia e Finlândia enfrentaram temperaturas inéditas. A Finlândia registrou um recorde de 22 dias consecutivos acima de 30°C, enquanto a Suécia viveu 10 noites com os termômetros não caindo abaixo de 20°C.

Segundo pesquisadores do consórcio internacional World Weather Attribution, que tem como objetivo analisar a relação entre eventos climáticos extremos e as mudanças climáticas causadas pela ação humana, o aquecimento global causado pela queima de combustíveis fósseis torna ondas de calor ao menos dez vezes mais prováveis e 2°C mais quentes. Alguns modelos climáticos indicaram que o fenômeno seria impossível sem a ação humana.

Os impactos foram sentidos em várias frentes. Hospitais superlotaram e chegaram a cancelar cirurgias devido ao calor excessivo. Pelo menos 60 pessoas morreram afogadas com o aumento dos banhos em rios e lagos, onde também se multiplicaram algas tóxicas; centenas de incêndios florestais foram registrados. Em 2018, uma onda de calor semelhante provocou 750 mortes na Suécia, com especialistas prevendo números semelhantes neste ano.

Sob onda de calor, Escandinávia registra suas maiores temperaturas em décadas

A fauna também sofreu: renas, símbolo da Escandinávia, morreram ou buscaram refúgio em áreas urbanas. Motoristas foram alertados sobre o risco de animais procurarem sombra em túneis rodoviários.

O episódio se insere em um padrão mais amplo: ondas de calor recentes atingiram também Reino Unido, Espanha, Croácia – onde os incêndios já destruíram o dobro da média histórica – além de EUA, Japão e Coreia do Sul. Para os cientistas, não há dúvida de que a crise climática está intensificando esses eventos extremos.

Nenhuma nação está segura, afirmou a climatologista Friederike Otto, do Imperial College de Londres. “A queima de petróleo, gás e carvão está matando pessoas. Os combustíveis fósseis estão alimentando as mudanças climáticas extremas, e só a transição para energias renováveis pode evitar que o problema se agrave”.

Um dado revelador (e assustador) é que o aumento de apenas 0,2°C na temperatura global desde 2018 dobrou a probabilidade de ondas de calor como a deste ano. “Cada fração de grau conta”, resumiu a pesquisadora Clair Barnes, também do Imperial College.

A especialista Maja Vahlberg, da Cruz Vermelha sueca, reforça o alerta: “Nossa infraestrutura não foi feita para suportar temperaturas tão altas, e uma população envelhecida torna-se ainda mais vulnerável.

O que vimos neste julho é um lembrete de que o calor extremo não é ameaça distante, mas já está dentro de hospitais, lares de idosos e casas do norte europeu”.

Países nórdicos atingidos por onda de calor “sem precedentes”

Cientistas registam a maior sequência de temperaturas acima dos 30°C na região.

Infelizmente, situações similares já estão afetando também o Brasil. (ecodebate)

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