segunda-feira, 11 de maio de 2009

Plástico vira tábua ecológica

O material utilizado na produção de sacolas plásticas de supermercado passa a ter outras utilidades que são baratas e ecologicamente corretas Um destino inusitado para o polietileno de baixa densidade, matéria-prima de sacolas plásticas. Através da descoberta do engenheiro químico formado este ano pela Feevale, Diego Rafael Bayer, o material antes poluente e descartado na natureza se transforma em bancos, cercas, floreiras, apoio para os pés e até deck de marina. A pesquisa que iniciou há cerca de quatro anos como um trabalho acadêmico, hoje é desenvolvida sob a coordenação do engenheiro institucionalmente pela Feevale na Oficina Tecnológica no Campus II. O insumo utilizado é descartado por uma indústria de sacolas do Vale dos Sinos e se transforma em um material bastante rígido, ao qual foi apelidado de “tábua ecológica”. Para produzir um quilo da “tábua” é necessário o equivalente a 200 sacolas de plástico. Após passar por um processo, as sacolas se transformam em material bastante resistente, que como conta Bayer, apesar de haver divergências sobre o tempo real da decomposição do material, ele dura seguramente várias décadas. O objetivo é demonstrar para as pessoas, que é fácil e barato reciclar esse material, que existe numa quantidade enorme no meio ambiente. As possibilidades de utilização da tábua ecológica são várias, mostrando-se também um material versátil. Algumas aplicações podem ser conferidas em bancos, floreiras e cadeiras do Campus II da Feevale. Além disso, foram confeccionados também 100 apoios para os pés de funcionários que trabalham sentados, o que contribuiu para a melhoria ergonômica dos postos de trabalho. O sucesso do objeto fez com que o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho da Instituição encomendasse mais 100. Em Angra dos Reis, no litoral fluminense, 4.200 barras do material podem ser vistas em uma marina. Os custos fazem com que as empresas reciclem, transformando custos em ganhos. No entendimento do coordenador do curso de Engenharia Industrial Química da Feevale, Ramon Fernando Hans, "a indústria, além de deixar de gastar com armazenamento dos resíduos, tem um ganho econômico e social ao reciclar e vender aquilo que seria descartado". Hans salienta também que, além de lucrar com o material o meio ambiente é preservando, e ao criar um produto reciclado a empresa está racionalizando matéria-prima. "No caso da tábua ecológica, ela substituiu a madeira das árvores", acrescenta. O assunto da reciclagem passou a rondar os bancos acadêmicos, pelo negocio lucrativo que é. Por isso, na Feevale foi criada uma área específica no tema. Gerenciamento Ambiental e desenvolvimento de matérias-primas fazem parte do curso de Engenharia Industrial Química. O curso que foi implantado em 1999 vem colocando no mercado, profissionais desde 2003. De acordo com Ramon Hans, a oferta de profissionais, porém, é muito baixa em relação à demanda do mercado. "Só se preocupar não basta, as empresas precisam de profissionais capacitados que pensem tecnicamente a gestão dos resíduos", aponta o professor. Ele explica que determinadas idéias que aparentam ser boas podem ter o efeito inverso no meio ambiente, como por exemplo, pegar borracha descartada e misturá-la ao concreto para a construção de casas. Com a água da chuva, a casa pode virar uma usina de poluição, e acabar depositando material tóxico no solo.

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