sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eletrodomésticos gastarão menos energia

Eletrodomésticos terão de gastar menos energia. Inmetro reavalia eficiência energética e promete puxar régua 'para cima'; apenas 36% das geladeiras cumprem novas regras. Os eletrodomésticos vendidos no Brasil deverão seguir normas mais rigorosas de economia de energia a partir do ano que vem. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) informou ao Estado que está revisando os padrões de eficiência energética dos eletrodomésticos brasileiros. Para ostentar o selo A, que indica um eletrodoméstico mais eficiente, geladeiras, fogões e máquinas de lavar roupa deverão consumir menos energia. Atualmente os produtos são classificados em cinco classes de consumo, do A (mais eficiente) ao E (menos eficiente). Do total de geladeiras fabricadas no País, 90,5% são classificados dentro do padrão A. Entre as lavadoras de roupa, 98,7% são classificadas entre as mais eficientes em consumo de eletricidade e, no caso dos fogões, 69,4% estão entre os mais econômicos. Com a nova proposta elaborada pelo Inmetro, que deve entrar em vigor em 2011, apenas 5% dos fogões, 36,1% das geladeiras e 37,3% das máquinas de lavar roupa poderão ostentar o selo A. De acordo com Marcos Borges, coordenador do programa de etiquetagem do Inmetro, a revisão é necessária para fazer com que o consumidor tenha acesso a equipamentos cada vez mais eficientes. "Hoje há um acúmulo de produtos classificados nas faixas A e B de economia de energia. Isso é bom para o consumidor, mas é preciso fazer com que a indústria desses equipamentos não se acomode aos padrões atuais", explica Borges. O Inmetro avalia também outros aspectos dos eletrodomésticos, como gasto de água, no caso das lavadoras, e eficiência dos queimadores dos fogões, o que impacta no consumo de gás. Outra proposta do Inmetro é unificar as informações sobre eficiência energética nos fogões: hoje há duas avaliações, uma para os queimadores do fogão e outra para o forno. "Para facilitar a vida do consumidor, queremos concentrar a informação em um só selo." Corrida tecnológica. De acordo com Borges, a mudança na classificação, que será apresentada às indústrias de eletrodomésticos, deverá estimular uma corrida tecnológica entre os fabricantes para atender aos padrões de menor consumo de energia. Os fabricantes deverão avaliar a viabilidade das mudanças. Se tudo correr conforme o cronograma planejado pelo Inmetro, os novos eletrodomésticos, mais eficientes, chegarão às lojas no segundo semestre de 2011. "Com a nova classificação, a régua vai subir. Teremos critérios mais rígidos de economia de energia do que europeus e americanos", diz o coordenador do Inmetro. Nos Estados Unidos, o governo tem o selo Energy Star, que abrange mais de 50 categorias de produtos, de geladeiras a computadores. No Brasil, o selo de eficiência energética foi lançado em 1994, dentro do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), do governo federal. Desde então, os fabricantes de eletrodomésticos buscam aprimorar sua tecnologia para classificar seus produtos na faixa mais eficiente. "Uma geladeira fabricada hoje consome em média 60% menos energia do que há dez anos", diz Vanderlei Niehues, diretor de sustentabilidade e regulamentações da fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, dona das marcas Consul e Brastemp. Os consumidores também já se acostumaram a observar o selo nos equipamentos, especialmente após a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que os equipamentos receberam no ano passado, durante a crise econômica. Segundo pesquisa encomendada pelo Inmetro à Associação Cândido Mendes de Ensino e Pesquisa, 78% dos consumidores levam o selo de economia de energia em conta na tomada de decisão de compra, e 40% acham a certificação importante a ponto de optarem por comprar um produto com selo Procel, ainda que de marca desconhecida, e aceitariam pagar 10% mais caro pelo produto com selo. Foram ouvidos 2.015 consumidores, em dez Estados brasileiros. Imposto "verde". A proposta de reclassificação dos eletrodomésticos de acordo com a eficiência energética deverá ainda dar subsídios ao governo para uma futura redução do IPI dos eletrodomésticos, no segundo semestre. Segundo Borges, do Inmetro, a proposta será apresentada em uma reunião entre Inmetro, a indústria de eletrodomésticos e o Ministério da Fazenda em agosto. Deverá servir para embasar novas alíquotas de "IPI verde", com base na economia de energia dos equipamentos. (OESP)

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