terça-feira, 31 de agosto de 2010

Queimadas aumentaram 100%

Dados do INPE registram que focos de queimadas aumentaram 100% em relação a 2.009.
O número de focos de incêndios acumulado entre os dias 1° de janeiro e 16 de agosto aumentou 100% em relação ao mesmo período de 2009. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até 16/7, registrava 30.825 focos de incêndios em todo o Brasil, o dobro de 2009, quando foram registrados 15.228 focos. De acordo com o coordenador do Monitoramento de Queimadas do INPE, Alberto Setzer, 2010 está sendo um ano muito mais seco do que 2009, com temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa e sem chuvas, o que facilita o uso e a propagação do fogo. “Em 2009, essa região do Brasil Central chegou a ter 10 milímetros de chuva em agosto. Este ano, até agora, não caiu uma gota d’água. Em partes de Minas Gerais e Goiás e no Tocantins não chove há mais de três meses”, comparou. Além da questão climática, Setzer disse que o aumento expressivo dos focos de queimadas de um ano para o outro também se deve á dinâmica do setor agropecuário e ao período eleitoral. Na avaliação do pesquisador, o momento econômico favorável à expansão dos rebanhos e das áreas agrícolas leva ao aumento do uso de fogo pelos produtores rurais, para abrir pastagem e limpar a terra para o cultivo. Com a estiagem e a vegetação seca, o risco de perder o controle da queimada é quase inevitável. Já o período eleitoral influencia na fiscalização. “Por ser ano eleitoral, a fiscalização não está tão intensa quanto poderia estar”, ponderou Setzer. A indefinição sobre o futuro da legislação ambiental brasileira – com a possibilidade de mudanças no Código Florestal – também pode estar estimulando, segundo ele, crimes ambientais, inclusive as queimadas. “Nenhuma dessas queimadas é natural. Sempre começam porque alguém fez o que não devia, agindo contra as leis florestais. Não são incêndios naturais, o clima seco ajuda a expandir, mas alguém começou o fogo”, explicou o pesquisador. As chamadas queimadas naturais, segundo Setzer, só acontecem no período de chuvas, porque são provocadas por raios. E não têm o mesmo efeito devastador que os incêndios provocados. “Esse fogo natural ocorre a cada cinco ou dez anos. As queimadas propositais às vezes são feitas mais de uma vez por ano. Não há ecossistema ou vegetação que suporte”. O aumento expressivo do número de focos de queimadas em 2010 ainda não deverá ter reflexos na taxa anual de desmatamento, calculada pelo INPE e com previsão de divulgação até novembro. Isso porque a taxa considera apenas o chamado corte raso, desmate total de uma área, o que o fogo não faz sozinho. “O fogo danifica muito a floresta, há uma degradação intensa, o que facilita o processo de desmate”, explica Setzer. “Todas as áreas afetadas pelo fogo em pouco tempo deixam de ser floresta e viram outra coisa”, acrescenta. Pelo menos para os próximos dias, a previsão é que as condições climáticas continuem favoráveis às queimadas, com a combinação de estiagem, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. Em 17/08/2010, em todo o Brasil, o INPE registrou 13,5 mil focos de incêndios. (EcoDebate)

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