terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reunião na China a caminho da COP16

A caminho da COP16: Reunião na China tenta salvar conferência da ONU sobre o clima A última rodada de negociações preparatórias para a conferência das Nações Unidas sobre o clima em Cancún (COP 16), prevista para começar no final de novembro, foi iniciada em outubro de 2010 na cidade de Tianjin, no leste da China. Muitos veem na reunião de seis dias como a última chance de se encontrar denominadores comuns e salvar os esforços internacionais por um acordo sobre o clima, fortemente abalados desde a COP 15, a reunião de 2009 em Copenhague. A própria secretária-executiva da convenção da ONU sobre o clima, a costa-riquenha Christiana Figueres, alertou para a urgência dessa necessidade. “Um avanço concreto em Cancún é uma necessidade crucial para restaurar a fé e a capacidade dos envolvidos de levarem o processo adiante, evitando que o multilateralismo seja visto como uma estrada sem fim”, disse Figueres em seu discurso de abertura em Tianjin. A conferência de Copenhague, que começou cercada de expectativas de um acordo que viesse a substituir o Protocolo de Kyoto (o tratado que prevê cortes nas emissões dos gases que provocam o efeito estufa e que expira em 2012), acabou sem qualquer acordo oficial assinado por todos os países. Apenas as maiores economias, entre elas, Brasil, China, Índia, Europa e Estados Unidos, assinaram uma carta de intenções, que estipula um teto de aquecimento global e prevê um fundo de emergência para países atingidos pelas mudanças climáticas. Obstáculos Ao longo do ano, o processo sofreu outro revés importante com a não aprovação da legislação climática americana pelo Senado. Os Estados Unidos, por serem historicamente os maiores poluidores – embora, em números absolutos anuais, tenham sido superados pela China – estão no centro dos principais impasses nas negociações. O país, a única grande economia que não ratificou o Protocolo de Kyoto, defende a criação de um novo tratado internacional, em vez de uma continuação de Kyoto. Paralelamente, o grupo de países em desenvolvimento apelidado de Basic – Brasil, África do Sul, Índia e China – tomou forma e realizou encontros ao longo do ano, tentando afinar uma posição conjunta. Risco Para alguns, o encontro em Cancún pode, em vez de restabelecer a confiança no processo internacional, acabar como a pá de cal dele. As reuniões anuais das Nações Unidas são caras e levam milhares de representantes de mais de 190 países, além de cientistas, ativistas a locais tão díspares como Bali, Nairóbi, Copenhague e Cancún. Sem avanços, as críticas sobre a quantidade de emissões e dinheiro empenhado no processo ganham força. Nos Estados Unidos, há cada vez mais gente defendendo acordos paralelos e legislações nacionais, em vez de um acordo internacional abrangente nos moldes de Kyoto. Em Tianjin, negociadores tentarão reduzir o texto negociado, que atualmente tem mais de 70 páginas. Problemas Entre os principais pontos de discórdia estão metas pós-2012 de emissões de gases que produzem o efeito estufa e como administrar as verbas de US$ 100 bilhões por ano do fundo de emergência já proposto pelos países ricos. No entanto, tampouco está claro de onde virão bilhões deste fundo. O chamado Acordo de Copenhague, adotado por alguns países em 2009, também estipula como teto para o aquecimento global 2ºC acima da temperatura pré-industrial. Este número também precisa ser aceito por outros países para que se possa começar a pensar em medidas que levem a manutenção deste limite. Cientistas afirmam que as atuais promessas de cortes de emissões apresentadas pelos integrantes da convenção do clima não evitariam um aquecimento mais catastrófico. (EcoDebate)

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