Uma em cada sete
pessoas passa fome no mundo, diz Graziano, diretor geral da FAO
Atualmente uma pessoa
em cada grupo de sete passa fome no mundo, alertou em 30/05/12 o diretor-geral
do Fundo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO), o brasileiro José Graziano da Silva. Segundo ele, o quadro atual tem de
ser revertido e um momento importante para a discussão de propostas nesse
sentido será a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. A expectativa é que, no evento, os líderes mundiais se
empenhem em debater ações para garantir a alimentação e atender às demandas de
cerca de 9 bilhões de pessoas – população mundial estimada para 2050.
“Nós não podemos
chamar [o que ocorre] de desenvolvimento sustentável, enquanto essa situação
persistir, enquanto quase um em cada sete homens, mulheres e crianças são
deixados para trás, vítima de desnutrição”, disse Graziano. “A busca da
segurança alimentar pode ser o fio condutor que liga os diferentes desafios que
enfrentamos e ajuda a construir um futuro sustentável. Na Rio+20, temos a
oportunidade de ouro para explorar a convergência entre as agendas de segurança
alimentar e sustentabilidade.”
Pelos dados da ONU,
em 2050 as pessoas terão uma renda mais elevada e a demanda por alimentos será
maior, pressionando o sistema agrícola. O cálculo é que a produção de alimentos
deverá ser 60% maior do que a atual para evitar que 300 milhões de adultos,
jovens e crianças passem fome no mundo.
Graziano disse hoje
que a expectativa é que durante a Rio+20, de 13 a 22 de junho no Rio de
Janeiro, seja reiterado o empenho no comprometimento de reduzir a fome e a
desnutrição no mundo, a partir de diretrizes sobre o direito à alimentação e à
posse da terra para alcançar a segurança alimentar de forma equitativa e com
base no desenvolvimento sustentável.
Para FAO, o ideal é
investir também nos sistemas agrícolas, que servem como base para a alimentação
no mundo. No relatório Rumo ao Futuro que Queremos: Acabar com a Fome e Fazer a
Transição para Sistemas Sustentáveis de Agricultura e Alimentação, o órgão
apela aos governos para que invistam nos sistemas agrícolas e em infraestrutura
que sirva de base para a alimentação no mundo.
Também há
recomendações sobre o estímulo à geração de empregos, para que as pessoas
recebam salários adequados e consigam se alimentar de forma correta. Para
Graziano, é fundamental apoiar a agricultura familiar, sobretudo, nos países em
desenvolvimento. “Com isso, estaremos contribuindo para as nossas metas de
desenvolvimento sustentável”, disse ele. (EcoDebate)
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