Bilhões de fragmentos plásticos ameaçam vida no Mediterrâneo
Cerca de 250 bilhões de pedaços microscópicos de plástico
flutuam no mar Mediterrâneo, representando uma ameaça à biodiversidade marinha.
Esse impacto reverbera na cadeia alimentar, segundo estimativas feitas por
biólogos marinhos da França e da Bélgica. As conclusões vieram da análise de
amostras de água coletadas em julho nas costas da França, do norte da Itália e
da Espanha a uma profundidade de 10 a 15 centímetros.
Noventa por cento das amostras, coletadas por voluntários da
Expedição Mediterrâneo em Perigo (MED, na sigla em inglês), continham esses
fragmentos. O peso médio de cada um deles é de 1,8 miligrama, “que superam,
grosso modo, as 500 toneladas em todo o Mediterrâneo”, disse François Galgani,
do Instituto Francês de Exploração do Mar (Ifremer).
A amostragem cobriu apenas as águas superficiais e deu uma
avaliação preliminar do problema. Coletas futuras, na costa de Gibraltar,
Marrocos, Argélia, Tunísia, Sardenha e sul da Itália serão feitas em 2011 para
uma análise mais abrangente.
Entenda a ameaça - Pequenos fragmentos plásticos são uma
ameaça permanente no mar, pois se misturam ao plâncton e são confundidos com
ele. Pequenos peixes se alimentam deles e, mais tarde, são comidos por
predadores maiores e assim sucessivamente por toda a cadeia alimentar. Há
evidências de que isso provoca danos acumulados até nas maiores formas de vida
marinha, como focas, tartarugas e baleias. Ingeridos, os compostos plásticos
obstruem o aparelho digestivo dos animais, causam lesões no estômago e liberam
compostos tóxicos.
“A única solução para o problema é conter os microfragmentos
nas fontes”, disse o integrante da Expedição MED, Bruno Dumontet. O grupo está
lançando uma petição online para exigir da União Europeia (UE) o
estabelecimento de regras sobre o descarte e a biodegradabilidade de bens de
consumo. (fsj.edu)
Nenhum comentário:
Postar um comentário