O Egito teve, no
passado distante, a civilização mais avançada da Terra. Dez mil anos antes de
Cristo (a.C.) havia uma sociedade de caçadores-coletores e pescadores. Há cerca
de 6 mil anos a. C. houve o desenvolvimento de uma agricultura e de núcleos
sedentários no Vale do Nilo. Por volta de 3 mil anos a.C. o rei Menés
estabeleceu um governo unificado e iniciou uma sequência de dinastias que
dominariam o Egito nos 3 milênios seguintes. As pirâmides de Gizé foram
construídas por volta de 2.500 anos a.C. O último faraó egípcio, Nectanebo II,
foi derrotado pelos persas em 343 a.C. Em seguida, o Egito foi conquistado
pelos gregos, depois pelos romanos, pelos árabes e pelos otomanos, num total de
mais de dois mil anos de controle estrangeiro.
A República Egípcia
foi proclamada em 1953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal
Abdel Nasser assumiu a presidência e declarou a completa independência do Egito
em relação ao Reino Unido, em 1956, nacionalizando o canal de Suez. Nasser
morreu em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e
ocupou a península do Sinai. O sucessor Anwar Al Sadat, afastou o país da
órbita da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos. O tratado de paz de
1979, garantiu a retirada israelita do Sinai. Um soldado fundamentalista
islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1981. Subiu ao poder Hosni Mubarak que
governou de forma autoritária durante 30 anos. Em 25 de janeiro de 2011,
protestos contra o regime de Hosni Mubarak começaram em todo o país, com as
massas populares ocupando a Praça Tahrir. Em 30 de junho de 2012, Mohamed
Morsi, da Irmandade Muçulmana, se tornou o primeiro presidente civil do Egito.
Mas os desafios econômicos, sociais, demográficos e ambientais são enormes e o
país está divido entre aqueles que querem impor uma legislação islâmica e
aqueles que querem a construção de um Estado Democrático e Laico.
O Egito tinha uma
população de 21,5 milhões de habitantes em 1950, passando para 81,1 milhões em
2010, quase quadruplicando de tamanho em 60 anos. A divisão de população da ONU
estima, para o ano de 2050, uma população de 141,8 milhões na hipótese alta, de
123,5 milhões na hipótese média e de 106,7 milhões, na hipótese baixa. Para o
final do século as hipóteses são: 198,4 milhões de habitantes, na hipótese
alta, de 123,3 milhões, na média, e 71,9 milhões na hipótese baixa. Ou seja, o
Egito apresentou um grande crescimento populacional na segunda metade do século
XX e ainda vai crescer na primeira metade do século XXI (mesmo na hipótese
baixa), podendo estabilizar na segunda metade do atual século.
A densidade
demográfica do Egito era de somente 21 habitantes por km2, em 1950, passou para
81 hab/km2, em 2010, e deve chegar a 123 hab/km2 em 2050.
Atualmente, o Egito é o 16º país do mundo em termos de tamanho populacional,
mas deve subir para o 15º lugar até 2050.
A taxa de fecundidade
total (TFT) estava em 6,4 filhos por mulher no quinquênio 1950-55 e caiu para
2,9 filhos por mulher no quinquênio 2005-10. A divisão de população da ONU
acredita que as taxas de fecundidade vão cair para abaixo do nível de reposição
no quinquênio 2045-50, devendo ficar em 1,9 filhos por mulher. A idade mediana
estava em 20,4 anos em 1950, passou para 24,4 anos em 2010, deve chegar a 37
anos em 2050 e a 46,5 anos em 2100.
As taxas de
mortalidade infantil estavam em 202 por mil no quinquênio 1950-55, passou para
26 por mil no quinquênio 2005-10 e deve atingir 11 por mil no quinquênio
2045-50. Já a esperança de vida subiu de 42,9 anos, para 72,3 anos e deve
atingir 79 anos, nos mesmos quinquênios. O Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) era de 0,407 em 1980 e passou para 0,661 em 2010 e se manteve estagnado
em 2011 e 2012, período de grandes transformações políticas e de crise social.
A pegada ecológica
egípcia era de 2,06 hectares globais (gha) em 2008, de acordo com o relatório
Planeta Vivo, da WWF, para uma biocapacidade de somente 0,65 gha. Além deste
alto déficit ambiental o país tem déficit de energia e déficit de alimentos,
precisando importar insumos fundamentais para a sua economia. Mas o Egito não
tem uma estrutura produtiva que garanta aumento das exportações.
Consequentemente, a população jovem e em crescimento não encontra emprego e esperança
de melhoras na qualidade de vida.
Além da pobreza e da
desigualdade social, as questões imediatas que podem comprometer o futuro da
população são a falta de água, a escassez de energia e as consequências do
aquecimento global. O Egito precisa disputar água com os países que controlam
as cabeceiras do rio Nilo e tem que enfrentar o processo de desertificação. Uma
diminuição no fluxo da água terá graves consequências na redução da produção de
energia da represa de Assuã, além de reduzir a produção agrícola egípcia.
Não custa lembrar que
a Primavera Árabe começou devido ao aumento do preço dos alimentos. (EcoDebate)
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