O paulistano ficou mais de três meses em 2012 respirando o
poluente em níveis inadequados, acima do padrão diário de 150 microgramas por
metro cúbico.
Poluição
em São Paulo: uma das justificativas para o aumento da poluição por ozônio é o
aumento da frota, que ultrapassa os 7 milhões de carros só na capital.
A poluição por ozônio bateu recorde na Região
Metropolitana de São Paulo no ano passado. O paulistano ficou mais de três
meses - ou exatos 98 dias - respirando o poluente em níveis inadequados, acima
do padrão diário de 150 microgramas por metro cúbico. É o pior índice dos
últimos dez anos.
Os dados são do relatório anual de qualidade do ar
da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Durante a maior parte
do tempo do ano passado (54,1%), a poluição por ozônio ficou entre regular,
inadequada e má.
Entre as 19 estações de medição desse tipo de
poluente, a do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, e a de São Caetano do Sul,
no ABC Paulista, foram as que apresentaram mais dias em estado de atenção: 17
cada.
"Quem tem problemas como asma, rinite ou
enfisema sofre mais. Mas a poluição também pode desencadear inflamações graves
a longo prazo", afirma o pneumologista Clystenes Soares, da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
"E o ozônio é especialmente perigoso em dias
ensolarados." A CETESB faz a ressalva de que a rede de monitoramento
cresceu ao longo dos anos - eram apenas 12 estações em 2003.
A situação também piorou em cidades do interior
como Jundiaí, onde o ozônio ficou acima do limite aceitável por dez dias.
Segundo a Cetesb, isso se deve ao fato de a cidade ficar a apenas 50 km da
capital e receber a poluição pelo vento.
Frota - Uma das justificativas para o aumento da
poluição por ozônio é o aumento da frota, que ultrapassa os 7 milhões de carros
só na capital. Além disso, em 2012, pouca chuva, temperaturas acima da média e
maior radiação solar em alguns meses criaram um ambiente propício à formação do
ozônio.
"O ozônio está fora de controle", diz o
coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, Paulo Saldiva.
"Nem com os veículos mais tecnológicos conseguimos reduzir os níveis de
poluição por ozônio porque a qualidade da gasolina e do diesel é ruim e a
queima do etanol também polui."
No padrão - Outros poluentes, como dióxido de
enxofre e partículas inaláveis (MP10), ficaram dentro dos padrões considerados
aceitáveis. Não houve nenhum dia em que a quantidade de monóxido de carbono no
ar, por exemplo, tenha sido inadequada. (abril)
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