Está ficando
impossível ignorar as evidências, cada vez mais visíveis, do aquecimento
global. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgou relatório recente
onde indica que 2012 foi o nono ano mais quente desde 1850, quando teve início
este tipo de medição. De acordo com a National Oceanic and Atmospheric
Administration o mês de julho de 2012 foi o mais quente dos últimos 100 anos
nos Estados Unidos. A Austrália está sofrendo com ondas de calor. O Nordeste
brasileiro enfrenta a sua pior seca. Segundo a NASA, o degelo na Groenlândia
chegou a 97%, no verão de 2012, no
hemisfério Norte.
No Ártico o degelo
bateu o recorde histórico. Não há certezas absolutas até que ponto o degelo tem
sido resultado das mudanças climáticas, provocado pela emissão de gases de
efeito estufa. Porém, os dados mostram que os efeitos deletérios do aumento da
temperatura, pelo menos em parte, já estão provocando o derretimento das
geleiras, além de espalhar secas catastróficas, tornados, tufões, queimadas,
etc.
O aumento da
temperatura global não segue uma tendência monotônica. Existem variações de um
ano para outro. Mas se tirarmos uma reta de tendência entre 1970 e 2012 veremos
que a temperatura global aumentou cerca de 6 graus centígrados, a despeito das
variações anuais. Porém, alguns pesquisadores céticos olham os dados de maneira
diferente. Estabelecendo tendências por períodos, os céticos têm alertado de
que o aquecimento global estancou nos últimos 7 anos. Eles argumentam que houve
aumento da emissão de gases de efeito estufa mas a temperatura global está
estável entre 2005 e 2012. Porém, os céticos não dizem que a reta estável dos
últimos anos está bem acima de todos os períodos anteriores.
A redução da camada
de gelo tem se acelerado desde os anos 1990 e muitos cientistas acreditam que o
Ártico pode ficar sem gelo nos verões ainda neste século, possivelmente já na
década de 2020. O climatologista do Centro Nacional de Ciências Atmosféricas da
Universidade de Reading, Jonny Day, disse ao jornal The Guardian: “Desde os
anos 1970, houve uma redução de 40% na extensão do gelo do Ártico”.
Além do Ártico, há
também o derretimento das geleiras do Himalaia, dos Andes, do Kilimanjaro e de
outras cordilheiras do mundo. Isto tem provocado, além da falta de água nas
regiões montanhosas, o aumento do nível dos oceanos, ameaçando a existência dos
países insulares e as populações das regiões costeiras dos diversos
continentes.
Uma situação mais
preocupante foi encontrada por pesquisadores na ilha Roosevelt, na Antártida. A
pesquisadora Nancy Bertler e sua equipe levaram um freezer ao lugar mais frio
da Terra e arriscaram passar o inverno na escuridão antártica para buscar gelo
para estudar o futuro do degelo. A plataforma de Ross tem potencial de aumentar
o nível dos mares entre dois e seis metros, se partes significativas
desabassem.
Reportagem da Agência
Brasil mostrou que o Ceará já está bastante afetado pela erosão das praias e
pelo avanço do oceano. Em Caucaia (CE), município onde foi decretada situação
de emergência em abril de 2013, o avanço do mar varia de 8 a 10 metros. Em
Caponga, no município de Cascavel, a leste de Fortaleza, a taxa anual de erosão
chega a 13 metros. Já em Icapuí, na divisa com o Rio Grande do Norte, o avanço
do mar ameaça a existência de uma comunidade inteira de pescadores.
As evidências mostram
que o aquecimento global já está fazendo muitos estragos. Evidentemente,
ninguém tem certezas sobre o futuro. Mas é prudente ser cético em relação aos
chamados “céticos do clima”. (EcoDebate)
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