Século 20 têm maiores temperaturas em 1,4 mil anos, diz
estudo
O século 20 teve as maiores médias de temperaturas registradas em 1,4
mil anos, segundo uma pesquisa climática que envolveu 78 cientistas de
universidades em 24 países.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira na publicação científica
Nature Geoscience, reconstituiu as temperaturas dos últimos 2 mil anos em sete
regiões continentais do planeta.
Para mapear as temperaturas no período, os pesquisadores usaram dados de
511 registros regionais - a maioria deles consistia na análise dos anéis de
crescimento de árvores. Amostras de pólen, recifes de coral, núcleos de gelo,
estalagmites e sedimentos em lagos e mares, além de registros históricos
oficiais, também foram utilizados na pesquisa.
Os cientistas afirmam que o aquecimento global, que começou no fim do
século 19, reverteu uma longa tendência de resfriamento em todo o planeta,
pontuada por períodos de aquecimento em regiões especificas.
'O mais impressionante sobre o aumento repentino da temperatura média
global no século 20 é que ela acontece após uma tendência de resfriamento que
durou mais de um milênio', disse um dos autores do estudo, o professor Steven Phipps,
do Centro de Excelência em Ciência Climática da Universidade de New South
Wales, na Austrália.
'A pesquisa mostra que em somente um século a Terra reverteu 1,4 mil
anos de resfriamento.
Sem explicação natural
"Poluição em Hong Kong, em abril de 2013
O estudo, que foi iniciado em 2006, revelou ainda que períodos como o
Aquecimento Medieval - que atingiu a Europa por volta do ano 950 - e a Pequena
Idade do Gelo, período de resfriamento que se seguiu, não afetaram
simultaneamente todo o globo terrestre.
Esses fenômenos seriam explicados principalmente por ciclos naturais na
órbita da Terra e pela influência de atividade vulcânica e solar.
No entanto, fenômenos naturais não explicam o aumento da temperatura
global no século 20, de acordo com os pesquisadores.
A reconstituição do ambiente climático aproximado dos últimos dois
milênios mostrou que o período entre 1971 e 2000 foi mais quente do que
qualquer outro em cerca de 1,4 mil anos em todo o planeta.
Os pesquisadores afirmam que reconstrução das médias de cada área cobriu
períodos diferentes dentro dos 2 mil anos, a depender da disponibilidade de
dados. Em regiões como o continente africano, por exemplo, a escassez de
registros não permitiu determinar as mudanças de temperatura de longo prazo.
O estudo foi coordenado pelo projeto International Past Global Changes
(PAGES), que realiza esforços internacionais de pesquisa sobre dinâmicas
ambientais e climáticas com base em informações do passado. (msn)
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