Em 2060, 3 trabalham para cada 2 crianças ou aposentados
Os brasileiros de
30 anos de idade são a crista da onda demográfica do País. Nunca houve uma
corte tão populosa; não há perspectiva de que haverá outra igual neste século.
Hoje, a onda demográfica pode ser surfada com grande vantagem econômica. Em
2060, será um problema previdenciário e de saúde pública.
Em 2003, quando
Luiz Inácio Lula da Silva virou presidente, a crista estava com 20 anos de
idade. Ao longo da década seguinte houve um feliz casamento: a maior força de
trabalho que o Brasil já teve encontrou um mercado de consumo em expansão,
vagas de emprego e remuneração crescendo acima da inflação. Criou-se um círculo
virtuoso com potencial para mais 20 anos.
Pelas projeções do
IBGE, a janela demográfica brasileira fica escancarada até 2022. A partir de
2023, ela começa a se fechar. Em 2034, a relação entre os economicamente
dependentes (crianças e idosos) e a população potencialmente ativa (15 a 64
anos) já deverá ser pior do que é hoje. Daí para frente, o envelhecimento da
população e a falta de reposição pelo nascimento ou imigração vai agravar essa
dependência a cada ano. Em 2060, para cada três trabalhadores haverá dois
aposentados ou crianças.
Todas as projeções
têm por base modelo teórico. Crescimentos do número de filhos por mulher, ondas
migratórias e padrão de mortalidade podem mudar. Fora isso, os seres humanos,
como conjunto, são mais previsíveis do que gostamos de admitir. (OESP)
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