Especísmo e ecocídio: o sumiço das abelhas
De todas as espécies
que estão sendo vítimas do crime de ecocídio – como os tubarões, os elefantes,
os rinocerontes, os gorilas, as onças, etc – as abelhas são as mais
fundamentais para a alimentação humana e a sobrevivência da humanidade.
Três quartos das culturas alimentares do mundo dependem de polinização por
insetos, sendo que as abelhas são as agentes mais fundamentais neste processo.
As abelhas não produzem só mel, também viabilizam a produção de alimentos em
geral. Em cerca de 250 mil espécies de plantas com flores, chamadas
angiospermas, 90% são polinizadas por insetos, borboletas e, especialmente, por
abelhas, que são tão importantes para a reprodução das plantas, tanto quanto a
luz e a água.
O ser humano e demais mamíferos da Terra dependem da polinização das
plantas para obter seus alimentos, fibras (como algodão) e inúmeros outros
produtos. A redução dos animais polinizadores compromete grande parte da
produção agrícola do mundo, além de afetar a biodiversidade e a sobrevivência de
outras espécies.
As abelhas surgiram há cerca de cem milhões de anos, junto com o
desenvolvimento das flores e ambas possuem intensa relação de dependência
recíproca. As abelhas possuem uma relação simbiótica com as plantas e o meio
ambiente, pois ao se alimentar do néctar elas não destroem suas fontes de
alimentos, mas sim viabilizam a reprodução das mesmas. As abelhas encontram nas
flores o pólen indispensável à sua sobrevivência e aos trasportá-los de planta
em planta, fecundam as flores e garantem o florescimento da vida. Quanto mais
abelhas no mundo, melhor!
Porém, as abelhas estão sendo vítimas do crime de ecocídio. Segundo
reportagem do jornal The Guardian, especialistas independentes da Agência
Europeia de Segurança Alimentar declararam os neonicotinóides (imidacloprid,
clotianidina e tiametoxam) um risco inaceitável para as abelhas, quando usados em plantações floridas. Estes estudos apontam os efeitos
nocivos dos agrotóxicos (neonicotinóides) para as abelhas, incluindo perdas das
rainhas.
Mas as empresas químicas condenaram os estudos e dizem a proibição dos
inseticidas neonicotinóides não iria salvar uma única colméia. Porém, nos EUA e
Europa, há uma redução de até 50% no número de colmeias e este fenômeno já
atinge o Brasil. O Brasil caiu da 5ª para a 10ª colocação mundial em exportação
de mel nos últimos dois anos. O motivo foi o abandono das colmeias na região
produtora mais importante do país, o Nordeste. Em 2012, alguns estados
registraram queda de 90% na produção e o abandono de colmeias chegou a 60%.
Diversos outros estudos mostram que o uso de produtos químicos estão
provocando a morte das colméias. O fenômeno é caracterizado como Síndrome do
Colapso das Abelhas (CCD, sigla em inglês para Colony Collapse Disorder) e
verifica-se quando há um abandono repentino e massivo de colmeias.
Como disse Albert
Einstein: “Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá
apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há
reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça
humana”. (EcoDebate)
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