Campinas tem 30% de analfabetismo funcional na população de
15 a 64 anos
O analfabetismo
funcional na população de 15 a 64 anos em Campinas/SP é de 30%, somando-se os
3% da população considerada analfabeta e 27% da população com alfabetismo
rudimentar. Os dados foram divulgados em 05/11/13, durante o evento Observando
Campinas: novos dados do Observatório da Educação, realizado na Fundação FEAC.
A apresentação foi feita por Rosi Rosendo, em nome do Instituto Paulo
Montenegro, que levantou o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) de
Campinas em 2013. O evento de hoje integra a extensa programação da 4ª Semana
da Educação de Campinas, iniciativa da FEAC, no âmbito do Compromisso Campinas
pela Educação (CCE).
O INAF de 2013 do
município foi levantado pelo Instituto Paulo Montenegro, como uma das pesquisas
contratadas pelo Observatório da Educação de Campinas, iniciativa lançada em
maio deste ano pela Fundação FEAC, também no âmbito do Compromisso Campinas
pela Educação. O objetivo do Observatório é justamente democratizar e ampliar o
direito de acesso às informações sobre Educação, bem como disponibilizar dados,
de forma simples, ao grande público, com ênfase na melhoria da educação pública
em Campinas.
Braço “social” do
IBOPE, o Instituto Paulo Montenegro realiza a pesquisa nacional do INAF desde
2001, quando a iniciativa foi criada em parceria com a ONG Ação Educativa. A
metodologia seguida considera quatro níveis de alfabetismo na população:
analfabetismo e alfabetismo rudimentar, compondo o contingente de analfabetos
funcionais, e alfabetismo básico e pleno, compondo o grupo de funcionalmente
alfabetizados. O INAF revela os níveis de habilidade em leitura e escrita
(letramento) e em atividades matemáticas (numeramento) da população entre 15 e
64 anos, com vistas a subsidiar o planejamento de ações educacionais de uma
localidade.
Para o Instituto, o
nível de analfabetismo é aquele caracterizado por pessoas que não realizam
tarefas como a leitura de palavras e frases. Uma parte consegue ler números
familiares (números de telefone, preços etc). O nível de alfabetismo
rudimentar, considerado aquele característico de analfabetismo funcional, é
aquele em que as pessoas apenas localizam uma informação explícita em textos
curtos e familiares e leem e escrevem números usuais em situações cotidianas.
O INAF de 2013 de
Campinas foi apurado a partir de 406 entrevistas domiciliares, feitas entre 3 e
16 de junho e 2 e 10 de setembro. O intervalo de confiança estimado é de 95% e
a margem de erro máxima é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos sobre
os resultados encontrados no total da amostra. O INAF de 2013 de Campinas
também levantou, junto à população da área em estudo, seus hábitos de leitura,
escrita e cálculo.
Os resultados – O
estudo do Instituto Paulo Montenegro apurou que, entre o contingente pesquisado
em Campinas, 3% eram analfabetos e 27% estavam situados no grupo classificado
de alfabetismo rudimentar. Com isso, o universo de analfabetismo funcional em
Campinas é de 30% na população pesquisada, de 15 a 64 anos de idade. O
contingente com alfabetismo básico era de 43% da população pesquisada, e o de
alfabetismo pleno, de 28%, somando 70% da população pesquisada.
O INAF de 2011 do
Brasil, apurado pelo próprio Instituto Paulo Montenegro, revelou que o
contingente de analfabetos no país entre a população de 15 a 64 anos era de 6%.
Já o contingente de alfabetismo rudimentar era de 21%. Com isso, o contingente
de analfabetismo funcional apurado no Brasil foi de 27% na população
pesquisada. O contingente com alfabetismo básico era de 47% da população
brasileira pesquisada, e o de alfabetismo pleno, de 26%, somando 73% da
população pesquisada.
Quando a pesquisa é
decomposta por faixas etárias, ela revela que a maior proporção de analfabetos
em Campinas está entre o grupo de 50 a 64 anos: são 8% de analfabetos nesta
faixa. Em termos de alfabetismo rudimentar, a maior proporção também está no
grupo de 50 a 64 anos: são 40% de pessoas com alfabetismo rudimentar nesta
faixa. Foi apurado um índice considerado muito preocupante de 21% de jovens de
15 a 24 anos com alfabetismo rudimentar em Campinas, sendo, portanto,
classificados como analfabetos funcionais.
Em termos de
escolaridade, o INAF de 2013 de Campinas apurou que 74% dos entrevistados
cursando até a 4ª série do ensino fundamental eram considerados analfabetos
funcionais (18% de analfabetos, mais 56% com alfabetismo rudimentar, neste
segmento escolar). Entre entrevistados cursando da 5ª a 8ª série do ensino
fundamental, 44% eram analfabetos funcionais, todos com alfabetismo rudimentar.
Entre os entrevistados cursando ensino médio, 21% eram analfabetos funcionais,
sendo todos com alfabetismo rudimentar. E, entre os entrevistados cursando
ensino superior em Campinas, 6% eram analfabetos funcionais (todos considerados
com alfabetismo rudimentar), 45% eram classificados na dimensão de alfabetismo
básico e 49% no alfabetismo pleno.
Infraestrutura
escolar e ENEM – No mesmo evento da manhã de 05 de novembro, como parte da 4ª
Semana da Educação de Campinas, foi divulgada uma análise estatística da
infraestrutura das escolas de Campinas entre 2007 e 2011, por Dalton Francisco
de Andrade, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, e Joaquim José
Soares Neto, da Universidade de Brasília. Foi mais um estudo realizado na
esfera do Observatório da Educação de Campinas, liderado pelo Prof. Dalton,
também membro do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação. A análise
considerou os dados de infraestrutura das escolas de ensino fundamental e médio
de Campinas, no período de 2007 a 2011, referentes a 22 itens, de serviços
básicos como água, esgoto, sanitários e cozinha, até a disponibilidade de
computadores, TV, DVD, acesso a internet, laboratório de informática e parque
infantil, entre outros.
De acordo com a
análise, no período estudado Campinas manteve uma média pouco superior à média
brasileira e inferior à média da Região Sudeste e do Estado de São Paulo.
Outro estudo
apresentado, também a pedido do Observatório da Educação e sob responsabilidade
do Prof. Dalton, foi a análise estatística do desempenho dos inscritos no ENEM
de Campinas, entre 2009 e 2011, nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências
Humanas, Linguagens e Códigos e Matemática. Os autores do estudo são, além do
Prof. Dalton Francisco de Andrade, o pesquisador Adriano Ferreti Borgatto,
ambos da Universidade Federal de Santa Catarina. A conclusão foi a de que está
aumentando o número de alunos cursando o ENEM e que o desempenho dos alunos de
Campinas é na média superior à média do estado, da Região Sudeste e do Brasil,
sempre considerando que se trata de um exame voluntário e, portanto, não
representa a totalidade dos concluintes do ensino médio.
Todos os dados
apresentados foram posteriormente comentados pela Profa. Dra. Maria Inês Fini,
consultora em educação da Fundação FEAC, dedicada ao Compromisso Campinas pela
Educação, e membros do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação, todos
profissionais com reconhecida experiência na área e atuantes em algumas das
principais instituições educacionais do Brasil. Contribuíram com as discussões
Angela Correa Silva, Dalton Francisco de Andrade, Norma Kerches de Oliveira
Rogeri, Nilson Robson Guedes da Silva, Ismael Bravo, Maria Helena Guimarães
Castro e Samuel Mendonça.
A 4ª Semana da
Educação de Campinas é uma iniciativa da Fundação FEAC, no âmbito do
Compromisso Campinas pela Educação, que tem nesta edição o Patrocínio Master de
Graber, DPaschoal, Iguatemi Campinas, Brasilinvest e CPFL Energia. Tem ainda
Patrocínio Especial do Vitória Hotel Concept Campinas e Apoio Especial da
Brasil Kirin. A Semana da Educação 2013 conta também com apoio do SESI, Colégio
Oficina do Estudante, Fundação Educar DPaschoal, movimento nacional Todos Pela
Educação, Academia Prodança, Prefeitura Municipal de Campinas e Governo do
Estado de São Paulo.
EPTV Campinas, RAC –
Rede Anhanguera de Comunicação, Grupo Bandeirantes de Comunicação, Rádios
Globo-CBN Campinas, TVB Record, GM7 Mídia Digital e Clear Channel integram o
rol de aliados do Compromisso Campinas pela Educação já que a divulgação da
campanha publicitária da Semana da Educação de Campinas 2013 se dá graças aos
apoios desses parceiros que gentilmente cedem espaços para publicação e
exibição das peças. (ecodebate)
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