segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Campinas tem 30% de analfabetismo funcional

Campinas tem 30% de analfabetismo funcional na população de 15 a 64 anos
O analfabetismo funcional na população de 15 a 64 anos em Campinas/SP é de 30%, somando-se os 3% da população considerada analfabeta e 27% da população com alfabetismo rudimentar. Os dados foram divulgados em 05/11/13, durante o evento Observando Campinas: novos dados do Observatório da Educação, realizado na Fundação FEAC. A apresentação foi feita por Rosi Rosendo, em nome do Instituto Paulo Montenegro, que levantou o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) de Campinas em 2013. O evento de hoje integra a extensa programação da 4ª Semana da Educação de Campinas, iniciativa da FEAC, no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação (CCE).
O INAF de 2013 do município foi levantado pelo Instituto Paulo Montenegro, como uma das pesquisas contratadas pelo Observatório da Educação de Campinas, iniciativa lançada em maio deste ano pela Fundação FEAC, também no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação. O objetivo do Observatório é justamente democratizar e ampliar o direito de acesso às informações sobre Educação, bem como disponibilizar dados, de forma simples, ao grande público, com ênfase na melhoria da educação pública em Campinas.
Braço “social” do IBOPE, o Instituto Paulo Montenegro realiza a pesquisa nacional do INAF desde 2001, quando a iniciativa foi criada em parceria com a ONG Ação Educativa. A metodologia seguida considera quatro níveis de alfabetismo na população: analfabetismo e alfabetismo rudimentar, compondo o contingente de analfabetos funcionais, e alfabetismo básico e pleno, compondo o grupo de funcionalmente alfabetizados. O INAF revela os níveis de habilidade em leitura e escrita (letramento) e em atividades matemáticas (numeramento) da população entre 15 e 64 anos, com vistas a subsidiar o planejamento de ações educacionais de uma localidade.
Para o Instituto, o nível de analfabetismo é aquele caracterizado por pessoas que não realizam tarefas como a leitura de palavras e frases. Uma parte consegue ler números familiares (números de telefone, preços etc). O nível de alfabetismo rudimentar, considerado aquele característico de analfabetismo funcional, é aquele em que as pessoas apenas localizam uma informação explícita em textos curtos e familiares e leem e escrevem números usuais em situações cotidianas.
O INAF de 2013 de Campinas foi apurado a partir de 406 entrevistas domiciliares, feitas entre 3 e 16 de junho e 2 e 10 de setembro. O intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima é de 5 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O INAF de 2013 de Campinas também levantou, junto à população da área em estudo, seus hábitos de leitura, escrita e cálculo.
Os resultados – O estudo do Instituto Paulo Montenegro apurou que, entre o contingente pesquisado em Campinas, 3% eram analfabetos e 27% estavam situados no grupo classificado de alfabetismo rudimentar. Com isso, o universo de analfabetismo funcional em Campinas é de 30% na população pesquisada, de 15 a 64 anos de idade. O contingente com alfabetismo básico era de 43% da população pesquisada, e o de alfabetismo pleno, de 28%, somando 70% da população pesquisada.
O INAF de 2011 do Brasil, apurado pelo próprio Instituto Paulo Montenegro, revelou que o contingente de analfabetos no país entre a população de 15 a 64 anos era de 6%. Já o contingente de alfabetismo rudimentar era de 21%. Com isso, o contingente de analfabetismo funcional apurado no Brasil foi de 27% na população pesquisada. O contingente com alfabetismo básico era de 47% da população brasileira pesquisada, e o de alfabetismo pleno, de 26%, somando 73% da população pesquisada.
Quando a pesquisa é decomposta por faixas etárias, ela revela que a maior proporção de analfabetos em Campinas está entre o grupo de 50 a 64 anos: são 8% de analfabetos nesta faixa. Em termos de alfabetismo rudimentar, a maior proporção também está no grupo de 50 a 64 anos: são 40% de pessoas com alfabetismo rudimentar nesta faixa. Foi apurado um índice considerado muito preocupante de 21% de jovens de 15 a 24 anos com alfabetismo rudimentar em Campinas, sendo, portanto, classificados como analfabetos funcionais.
Em termos de escolaridade, o INAF de 2013 de Campinas apurou que 74% dos entrevistados cursando até a 4ª série do ensino fundamental eram considerados analfabetos funcionais (18% de analfabetos, mais 56% com alfabetismo rudimentar, neste segmento escolar). Entre entrevistados cursando da 5ª a 8ª série do ensino fundamental, 44% eram analfabetos funcionais, todos com alfabetismo rudimentar. Entre os entrevistados cursando ensino médio, 21% eram analfabetos funcionais, sendo todos com alfabetismo rudimentar. E, entre os entrevistados cursando ensino superior em Campinas, 6% eram analfabetos funcionais (todos considerados com alfabetismo rudimentar), 45% eram classificados na dimensão de alfabetismo básico e 49% no alfabetismo pleno.
Infraestrutura escolar e ENEM – No mesmo evento da manhã de 05 de novembro, como parte da 4ª Semana da Educação de Campinas, foi divulgada uma análise estatística da infraestrutura das escolas de Campinas entre 2007 e 2011, por Dalton Francisco de Andrade, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, e Joaquim José Soares Neto, da Universidade de Brasília. Foi mais um estudo realizado na esfera do Observatório da Educação de Campinas, liderado pelo Prof. Dalton, também membro do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação. A análise considerou os dados de infraestrutura das escolas de ensino fundamental e médio de Campinas, no período de 2007 a 2011, referentes a 22 itens, de serviços básicos como água, esgoto, sanitários e cozinha, até a disponibilidade de computadores, TV, DVD, acesso a internet, laboratório de informática e parque infantil, entre outros.
De acordo com a análise, no período estudado Campinas manteve uma média pouco superior à média brasileira e inferior à média da Região Sudeste e do Estado de São Paulo.
Outro estudo apresentado, também a pedido do Observatório da Educação e sob responsabilidade do Prof. Dalton, foi a análise estatística do desempenho dos inscritos no ENEM de Campinas, entre 2009 e 2011, nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e Matemática. Os autores do estudo são, além do Prof. Dalton Francisco de Andrade, o pesquisador Adriano Ferreti Borgatto, ambos da Universidade Federal de Santa Catarina. A conclusão foi a de que está aumentando o número de alunos cursando o ENEM e que o desempenho dos alunos de Campinas é na média superior à média do estado, da Região Sudeste e do Brasil, sempre considerando que se trata de um exame voluntário e, portanto, não representa a totalidade dos concluintes do ensino médio.
Todos os dados apresentados foram posteriormente comentados pela Profa. Dra. Maria Inês Fini, consultora em educação da Fundação FEAC, dedicada ao Compromisso Campinas pela Educação, e membros do Comitê Deliberativo do Observatório da Educação, todos profissionais com reconhecida experiência na área e atuantes em algumas das principais instituições educacionais do Brasil. Contribuíram com as discussões Angela Correa Silva, Dalton Francisco de Andrade, Norma Kerches de Oliveira Rogeri, Nilson Robson Guedes da Silva, Ismael Bravo, Maria Helena Guimarães Castro e Samuel Mendonça.
A 4ª Semana da Educação de Campinas é uma iniciativa da Fundação FEAC, no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação, que tem nesta edição o Patrocínio Master de Graber, DPaschoal, Iguatemi Campinas, Brasilinvest e CPFL Energia. Tem ainda Patrocínio Especial do Vitória Hotel Concept Campinas e Apoio Especial da Brasil Kirin. A Semana da Educação 2013 conta também com apoio do SESI, Colégio Oficina do Estudante, Fundação Educar DPaschoal, movimento nacional Todos Pela Educação, Academia Prodança, Prefeitura Municipal de Campinas e Governo do Estado de São Paulo.
EPTV Campinas, RAC – Rede Anhanguera de Comunicação, Grupo Bandeirantes de Comunicação, Rádios Globo-CBN Campinas, TVB Record, GM7 Mídia Digital e Clear Channel integram o rol de aliados do Compromisso Campinas pela Educação já que a divulgação da campanha publicitária da Semana da Educação de Campinas 2013 se dá graças aos apoios desses parceiros que gentilmente cedem espaços para publicação e exibição das peças. (ecodebate)

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