Concentração de gases estufa na atmosfera atinge novo recorde em 2012
Dióxido de carbono é o maior responsável pelo aumento e um dos vilões
do aquecimento global. Segundo a WMO, maior presença de gases estufa na atmosfera
interfere no equilíbrio do planeta.
A concentração dos
gases de efeito estufa na atmosfera atingiu novo recorde em 2012, divulgou a
Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) em 06/11/13. Segundo
o relatório, o dióxido de carbono, CO2, é o maior responsável por
esse aumento.
Desde 1750, época
pré-industrial, a concentração global de CO2 aumentou 141%. Segundo
a WMO, em 2012 a quantidade desse gás na atmosfera era de 393.1 partes por
milhão – 2.2 acima do valor medido em 2011. Nesse período, o aumento registrado
foi maior que a média da última década. O dióxido de carbono é o principal gás
estufa emitido em consequência da atividade humana, como a queima de
combustíveis fósseis e o desmatamento.
“O Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas aponta que o aumento das
concentrações atmosféricas de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso
atingiram níveis sem precedentes, pelo menos nos últimos 800 mil anos”, disse o
secretário-geral da WMO, Michel Jarraud, em Genebra.
Além do CO2,
a presença de metano e óxido nitroso – também de efeito estufa – na atmosfera
cresceram consideravelmente. “Os gases estufa provenientes das atividades
humanas têm interferido no equilíbrio natural da nossa atmosfera e estão
diretamente ligados às mudanças climáticas”, afirmou Jarraud.
A concentração desses
gases influenciou ainda o efeito de aquecimento que eles têm sobre o clima – o
aumento foi de 32% entre 1990 e 2012.
Futuro comprometido
Durante a divulgação
dos dados, o órgão ressaltou a possibilidade de as mudanças climáticas
influenciarem a forma de vida na terra no curto prazo de tempo. “A temperatura
média global pode ser de até 4,6 graus a mais até o final do século em relação
aos níveis registrados antes da era industrial, e ainda maior em algumas partes
do mundo. Isso teria consequências devastadoras”, ressalta Jarraud.
A divulgação ocorre
às véspera da Conferência de Mudanças Climáticas, que acontece em Varsóvia, na
Polônia, entre os dias 11 e 22 de novembro. O assunto será uma das pautas do
encontro e deve ocupar boa parte das discussões.
“Os números mostram a
necessidade da redução na emissão de gases de efeito estufa. Precisamos agir
agora, caso contrário, vamos comprometer o futuro dos nossos filhos, netos e
muitas outras gerações”, disse Jarraud. “O tempo não está do nosso lado”,
acrescentou. (ecodebate)
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