Municípios em áreas de desmatamento na Amazônia sofrem mais
com a violência, diz IPEA
Um estudo publicado
em 20/12/13 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) concluiu que
os municípios localizados em áreas de desmatamento da Amazônia sofrem mais com
a violência do que outras cidades com o mesmo tamanho e importância econômica.
Segundo a pesquisa, a média da taxa de homicídios nos 46 municípios que mais
desmatavam em 2010 era 48,8 por 100 mil habitantes naquele ano. A taxa é quase
o dobro da observada em outros 5.331 municípios pequenos e médios do país (27,1
por 100 mil habitantes).
Além disso, segundo o
estudo, as cidades em área de desmatamento tiveram uma piora de 51,9% na taxa
de homicídios, entre 2000 e 2010, enquanto no restante dos municípios esse
aumento foi 2%.
O IPEA dividiu os
municípios em área de desmatamento em cinco grupos: os municípios pequenos (com
até 100 mil habitantes) e renda per capita mais baixa (até R$ 5.193),
os pequenos (com renda média entre R$ 5.193 e R$ 15.460), os pequenos com renda
mais alta (acima de R$ 15.460), os municípios médios (com população entre 100
mil e 500 mil) com renda média e os médios com renda mais alta.
A maior discrepância
na violência entre os municípios de área de desmatamento e o restante do país
foi observada nas cidades média com renda média. Enquanto entre aqueles que
mais desmatam a taxa de homicídios era 108,7 por 100 mil habitantes, entre
aqueles que não desmatam a taxa era quase três vezes menor (38,9 por 100 mil).
“Constatamos que nos
municípios onde há um maior valor econômico a explorar, há um ciclo de
ilegalidades que começa com a grilagem de terra, o desmatamento e outras
violências, inclusive o homicídio. A gente percebeu isso claramente no nosso
estudo”, disse o coordenador da pesquisa, Daniel Cerqueira.
A maioria dos 46
municípios que mais desmatam está nos estados do Pará e de Mato Grosso. Dois
deles, inclusive, figuram entre os 20 mais violentos do país, de acordo com o IPEA:
Marabá, com taxa de 108,7 por 100 mil habitantes, e Novo Progresso, com taxa de
91,7 por 100 mil, ambos no Pará. (ecodebate)
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