O grupo de trabalho
que acompanha a situação do Sistema Cantareira emitiu
comunicado em 18/03/14 informando que, apesar do aumento das chuvas
nas últimas semanas, a retirada de água do manancial continua sendo superior a
quantidade que o sistema está recebendo. O grupo é formado pela Agência
Nacional de Águas (ANA), Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e
Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
“Praticamente se
passou metade do mês março e a vazão média afluente [recebida pelo sistema]
correspondeu a 15,2 m³/s, o que equivale a apenas
25,2% da média histórica deste mês, a menor média mensal de março registrada
desde 1930. Neste mesmo período (1º a 14 de março), a retirada média foi 21,9
m³/s. O balanço entre as vazões afluentes e as retiradas está deficitário em
6,7 m³/s”.
O déficit explica os
recorrentes recordes negativos do nível do reservatório do Cantareira. O
manancial chegou a sua menor marca, 14,9%. No entanto, em março, a média de
chuva diária nas represas do sistema (8,1milímetros) está acima da média
histórica do mês (6,13 milímetros), mas não é sendo suficiente para reverter a
situação.
“Vai demorar um
tempo, é gradativo [a recuperação do manancial]. Agora as chuvas estão
melhores. Mas o reflexo da recuperação do nível da represa leva algum tempo. A
água se infiltra no solo, leva tempo para essa infiltração chegar no lençol
freático e, depois, abastecer as minas, as nascentes, que mantêm a represa. O
processo não é assim de imediato”, destaca o professor de engenharia da
Fundação Educacional Inaciana, Jorge Giroldo.
A Sabesp anunciou
que, a partir de maio, cerca de 200 bilhões de litros de água, que estão no
volume morto do sistema Cantareira, estarão disponíveis para distribuição. As
obras foram iniciadas em 17/03/14 nas represas de Atibainha e Jaguari. De
acordo com a companhia, essa quantidade de água será suficiente para abastecer
os moradores da região metropolitana de São Paulo por quatro meses.
Segundo a Sabesp, as
águas do fundo das represas ficam abaixo do nível das comportas, por isso a
obra é necessária. Serão construídos dois canais de 3,5 quilômetros e serão
instaladas 17 bombas, que envolvem investimento de R$ 80 milhões. A Sabesp
garantiu que a água passará pelo mesmo tratamento da que é fornecida atualmente
e terá a mesma qualidade.
A companhia destacou
ainda que o total de água no volume morto é 300 bilhões, mas serão
disponibilizados, neste momento, 200 bilhões. Além disso, informou que a
quantidade será utilizada apenas se houver necessidade.
“O problema maior é
Guarulhos e São Caetano, já que o único fornecimento para esses dois municípios
vem do Cantareira. No resto de São Paulo, na zona leste, a região do ABC, não
haverá problema porque o Sistema Rio Claro, o Sistema Alto Tietê e o Sistema
Guarapiranga estão com os níveis praticamente normais”, ressaltou o professor.
Segundo a Sabesp, o
Sistema Rio Claro está com 87,8% do reservatório cheio; Alto Tietê está com
37,8%; e o Guarapiranga, 76,1%. Além desses, a Sabesp administra ainda o
Sistema Alto Cotia (59,1%) e o Rio Grande (93,8%). (horizontems)
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