São Paulo e Rio de Janeiro vão discutir captação de água
O volume armazenado no Sistema Cantareira, que serve a
Região Metropolitana de São Paulo, atingiu em 27/03/14, 14% da capacidade, o
menor nível da história.
O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB); afirmou em 27/03/14, que equipes técnicas de São
Paulo e do Rio devem encontrar-se na próxima semana para discutir a questão do
abastecimento de água nos dois Estados. O volume armazenado no Sistema
Cantareira, que serve a Região Metropolitana de São Paulo, atingiu ontem 14% da
capacidade, o menor nível da história. Ainda assim, Alckmin voltou a descartar
a possibilidade de racionamento.
Nos últimos dias, o
governador paulista e seu colega fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), chegaram a
trocar farpas quanto à intenção de São Paulo de utilizar uma parte da água do
sistema do Rio Paraíba do Sul para ajudar a recompor o Cantareira. Cabral disse
que "jamais permitirá que se retire água que abastece o povo
fluminense" e ameaçou acionar a Justiça para barrar o plano.
O governador
paulista reiterou que o projeto de interligação de 15 km entre as Represas
Atibainha, no Sistema Cantareira, e Jaguari, que pertence ao Paraíba, é de mão
dupla - favorecendo um dos lados só em caso de crise. "Até já levantamos
os dados: em 2010, em 2011 e um pouco em 2012, no Cantareira sobrou água,
porque a capacidade de reserva não é tão grande. Por isso, quando chove demais,
solta (a água), e quando tem estiagem, abaixa rápido. Então, quando chove
demais nós precisamos guardar e a maneira de guardar é integrar, fazer essa
interligação com o Capivari", declarou o tucano durante evento no Anhembi,
na zona norte da capital paulista. Ele ainda reiterou que não haverá
racionamento. "Não tem nada, nada previsto."
Precipitação
O nível do Sistema
Cantareira chegou a 14% em 27/03/14, um novo recorde em 40 anos, mesmo
tendo chovido no mês 181,6 milímetros na área dos reservatórios. A quantidade
de chuva está muito próxima da média histórica de março, de 184,1 milímetros.
Apesar do Sistema
Cantareira alcançar o menor nível da história, Geraldo Alckmin voltou a
descartar a possibilidade de racionamento.
De acordo com o
secretário de Recursos Hídricos do Estado, Edson Giriboni, como o sistema
continua cedendo quase 27,9 mil metros cúbicos por segundo para abastecer a
Região Metropolitana de São Paulo, a recuperação do nível torna-se lenta.
"É necessário que chova mais nas cabeceiras dos rios que formam o sistema,
pois essa é a vazão que tem peso."
Giriboni afirmou
ontem que só será possível usar o volume morto - a água do fundo dos
reservatórios - em maio, pois é preciso concluir um conjunto de obras.
"Acredito que ainda são necessários pelo menos 40 dias para deixar tudo
pronto." Pelas suas contas, o Cantareira ainda tem em torno de 140 milhões
de metros cúbicos disponíveis, e o volume morto é de outros 200 milhões de m3.
Essa reserva só será usada em caso de necessidade extrema, o que, segundo ele,
ainda não ocorre. "O volume que está sendo liberado é suficiente para
manter o abastecimento, sem necessidade de rodízio, apenas com uma boa gestão
da água."
Opções
O secretário lembrou
que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está
usando a água dos Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para atender uma parte da
população abastecida pelo Cantareira. "E a Sabesp ainda trabalha para
buscar água em outros mananciais para aumentar a oferta até o fim deste ano, ou
pelo menos até o início do ano hidrológico, em outubro."
Em alta
76,7% era a capacidade
em 27/03/14 do Sistema Guarapiranga, na zona sul da capital paulista, o mais
beneficiado pelas chuvas de março, acumulando 226,1 milímetros, ante média
histórica de 152,3 mm. (diariodolitoral)
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