sexta-feira, 21 de março de 2014

“Transposição de rios entre os Estados será comum no futuro”

“Transposição de rios entre os Estados será comum no futuro”, diz presidente da Agência Nacional de Águas
Agência Nacional de Águas alerta que é preciso se antecipar ao problema de escassez de água
A polêmica entre São Paulo e Rio de Janeiro, que "disputam" as águas do rio Paraíba do Sul para evitar racionamento, revelou a crise por que passam os recursos hídricos no Sudeste, especialmente em um momento de estiagem.
O presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, alerta que a transposição de águas de um Estado para outro, alternativa buscada pelos paulistas, será uma medida comum no futuro.
De acordo com Andreu, os governantes precisam se preparar e discutir, de maneira conjunta, os problemas de escassez de água para se anteciparem aos problemas e aumentar a segurança hídrica no País.
— É um fenômeno natural, não no Brasil, mas no mundo inteiro. Já se discutem questões de transposição e interligação de bacias. Isso vai acontecer e nós devemos nos antecipar para evitar situação como essas, nas quais, diante de uma crise, se buscam soluções [imediatas] e o arranjo fica muito difícil em função dos vários interesses envolvidos na disputa.
Agência de Águas: “Se rios não fossem poluídos, São Paulo não sofreria com racionamento”
De acordo com o presidente da ANA, haverá conflitos pelo uso da água, principalmente em regiões que têm poucos recursos hídricos e onde o desenvolvimento ocorreu de forma acelerada e não foi acompanhado de novas opções de captação de água.
Rio Paraíba do Sul
O conflito pelas águas no rio Paraíba do Sul começou depois que o governo de São Paulo apresentou, como prevenção a um possível racionamento, uma proposta para utilizar as águas da bacia, que também abastece o Rio de Janeiro.
A proposta do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é fazer a transposição das águas, retirando recursos hídricos de um dos braços da represa do Jaguari, em Igaratá (SP), e levar a água para o reservatório Atibainha (SP), por um canal com 15 quilômetros de extensão.
Mas o governador do Rio, Sérgio Cabral, já avisou que não vai permitir a transposição das águas se isso colocar em risco o abastecimento das residências e das empresas cariocas.
Para o presidente da ANA, é legítimo que São Paulo queira aumentar a segurança hídrica do Estado. Mas, pondera ele, o governo do Rio de Janeiro também está certo ao se preocupar com os impactos que a transposição podem causar no Estado.
— É uma situação bastante complexa. Todos os argumentos que estão sendo colocados são corretos. À luz das necessidade que são reais, tanto de São Paulo quanto do Rio de Janeiro, é preciso buscar uma solução para este momento.
Andreu afirmou que a agência não libera autorização para as obras de transposição, mas sim analisa a solicitação para emitir um parecer. Segundo o presidente da ANA, a agência vai analisar uma maneira de reduzir prejuízos para os dois lados. (r7)

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