O nível dos reservatórios do sistema Cantareira voltou a cair em
15/04/14, atingindo a marca mínima histórica registrada em 12/04, de 12% da
capacidade total das reservas. O recuo de 0,1% acontece após alta observada em
13/04, a única em mais de 30 dias, segundo dados da Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Na mesma data do ano passado, o índice
que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do sistema era de 63,8%.
Apesar das fortes chuvas observadas na capital paulista, a pluviometria
do dia prevista para a região do Cantareira (na divisa entre os estados de São
Paulo e Minas Gerais) é de apenas um milímetro (mm). No acumulado do mês, o
volume de chuvas soma 56,5 mm, o que corresponde a 63,2% da média prevista para
abril.
Segundo planejamento apresentado ao comitê anticrise, liderado por
técnicos da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia
Elétrica de São Paulo (DAEE), a Sabesp projeta que o uso do chamado volume
morto do sistema Cantareira garanta o abastecimento de água na Grande São Paulo
até novembro, quando começa a temporada de chuvas. A concessionária pretende
dividir a captação da água do fundo dos reservatórios em duas etapas: no dia 15
de maio começa a retirada de cerca de 116 bilhões de litros das Represas
Jaguari-Jacareí, que durariam até 28 de agosto; a partir de setembro, começa a
retirada de aproximadamente 80 bilhões de litros da Represa Atibainha, com
duração prevista até 27 de novembro.
O investimento na compra de bombas e nas obras de infraestrutura
necessárias para a captação profunda soma R$ 80 milhões. A conta, no entanto,
não inclui o aumento previsto nos custos com energia elétrica, para o
bombeamento, e com materiais de tratamento, uma vez que a água do fundo das reservas
possui maior quantidade de sentimentos.
Além da captação do volume morto, a Sabesp aposta no programa de
incentivo à redução do consumo de água como forma de evitar um racionamento
ainda neste ano. Na avaliação de analistas, os descontos concedidos nas tarifas
impactarão diretamente as receitas da Sabesp, contribuindo para um desempenho
financeiro mais fraco em 2014. A estimativa é de que o lucro líquido da
concessionária no ano caia pela metade, sofrendo uma perda de cerca de R$ 1
bilhão. (OESP)
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