Apesar da recuperação, o índice do Cantareira é crítico. Na mesma data do
ano passado, os reservatórios contavam com 63,8% da capacidade.
Responsável pelo
abastecimento de água de 47% da Grande São Paulo, o sistema Cantareira
apresentou em 16/04/14 a maior alta no nível de seus reservatórios
desde fevereiro, quando o índice iniciou a série de recordes negativos de
capacidade. Nesta quarta, o nível das reservas é de 12,3%, uma alta de 0,3% na comparação com a marca mínima de 12% registrada ontem,
segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp). Apesar da recuperação, o índice do Cantareira é crítico. Na mesma
data do ano passado, os reservatórios contavam com 63,8% da capacidade.
O aumento observado
no volume de água armazenado no sistema foi possível devido às fortes chuvas
desta terça-feira. De ontem para hoje, o volume de chuvas sobre a região do
Cantareira (na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais) somou 27,1
milímetros (mm). Com isso, a pluviometria acumulada em abril chegou a 83,6 mm,
o equivalente a 96,3% da média prevista para todo o mês.
Os sistemas Alto
Tietê e Guarapiranga, que estão substituindo o abastecimento de regiões antes
atendidas pelo Cantareira, também apresentaram alta nesta quarta, passando de
36,8% para 37,2% e de 78,2% para 78,8%, respectivamente.
O sistema Cantareira
apresentou em 16/04 a maior alta no nível de seus reservatórios.
Racionamento
Documento interno da
Prefeitura de São Paulo, obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, relata que a
Sabesp informou ao Comitê Gestor dos Serviços de Água e Esgoto da capital que
está reduzindo em 75% a pressão da água fornecida na cidade entre meia-noite e
5 horas. A medida, segundo especialistas, indica que o racionamento de água já
está em curso na madrugada.
"Na prática,
essa redução deixa a água sem força suficiente para atingir alturas maiores do
que 10 metros. Ou seja, acima dessa altura os reservatórios e as regiões mais
altas podem apresentar dificuldades no abastecimento. Esse racionamento exige
que a gestão pública municipal fique atenta ao impacto gerado na rede para não
haver prejuízo dos serviços", diz o ofício.
Procurada, a
concessionária nega que a prática signifique um racionamento de água na Grande
São Paulo. "Não há racionamento, rodízio ou restrição de consumo em nenhum
dos municípios atendidos pela Sabesp. A adequação da pressão é uma medida
necessária para atender manobras técnicas como o remanejamento dos Sistemas
Guarapiranga e Alto Tietê para o Cantareira", afirmou, em nota, a
companhia.
Na avaliação de
analistas consultados pela reportagem, a adoção de um racionamento teria um
impacto no desempenho financeiro da Sabesp ainda maior do que o projetado para
o programa de bônus e para os investimentos emergenciais. Sem considerar a
possibilidade de um corte involuntário nos serviços de distribuição de água, o
Citi já estima que a crise hídrica reduzirá em 51% o resultado líquido da
concessionária no ano. Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos,
depreciação e amortização), a previsão é de uma queda de 21%. (diariodolitoral)
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