Segundo Andersen (1990) já é tido como um sucesso
empreendedor proporcionar hospedagem confortável aliada às práticas
ecoturísticas e de sustentabilidade, servindo não somente como alternativa de
economia para o custo de hospedagem, mas também, como forma de aproximação com
o universo natural. Para tanto o envolvimento dos responsáveis pela execução
dos projetos, arquitetos, construtores e gestores se faz fundamental (ANDERSEN
1990).
Segundo Fiksel (1996) a atividade econômica ecológica possui
duas vertentes: a ecoeficiência e a ecocidadania. A ecoeficiência objetiva
promover um sentido de melhoria econômica das empresas ao controlarem com maior
eficiência os impactos gerados no meio ambiente, usando os recursos de forma
mais coerente. As empresas ecoeficientes reduzem custos, mais competitivas,
obtêm vantagens em novos mercados , utilizando tecnologias limpas e adotando
conceitos do “ciclo de vida” do produto de maneira ecologicamente correta do
nascimento ao descarte.
Com o objetivo de quantificar os impactos ambientes
existentes no meio empresarial, se faz necessário o uso de indicadores de
ecoeficiência, que contribuem também para melhorias, acompanhamento e
planejamento de possíveis estratégias para a conquista da qualidade ambiental
do setor estudado.
Através de informações obtidas pela coleta de dados, os
indicadores propiciam a mensuração do impacto gerado pela empresa, ou seja,
medindo a quantidade de recursos utilizados pela empresa podemos ter um
panorama do impacto ambiental gerado por ela, auxiliando na tomada de decisões
da empresa quanto às atitudes ambientais futuras. (DIAS, 2006)
Como qualquer empresa do ramo de hospedagem, a hotelaria
necessita proporcionar qualidade através de conforto, o que ocasiona o consumo
de energia. Revillon (2001) descreve que: “A hotelaria é um setor que depende
da energia para poder oferecer os serviços esperados pelos hóspedes:
eletricidade, água quente, piscinas aquecidas e, em especial, ar-condicionado”.
Para prover os mesmos resultados com menos recursos é
estimulado o uso da energia solar, que poderia ter uma participação bem maior
no setor hoteleiro no Brasil. Com isso, podemos observar a real necessidade de
consumo mas também que pensar o aproveitamento da tecnologia, através de novas
formas de utilização, que possam contribuir para uma gestão que contribua com
as ações de sustentabilidade e para melhoria a manutenção da qualidade
ambiental.
A busca incessante pela qualidade de serviços oferecidos aos
hóspedes faz com que se tenha um aumento considerável no consumo de energia.
Para Dias (2006) esta diferença no consumo não leva a mudanças de comportamento
e nem consciência ambiental por parte dos gestores. “Esta busca por novos
padrões de qualidade é normalmente feita sem que se considerem o uso de
energias renováveis, levando a que não sejam aproveitadas oportunidades para
melhoria de eficiência energética e de integração de sistemas (como
ar-condicionado e água quente)”.
Neste sentido, podemos verificar que a qualidade abordada e
perseguida pelos gestores hoteleiros se caracteriza unicamente na satisfação do
cliente como único foco, deixando de perceber novas possibilidades igualmente
satisfatórias e que também seriam de grande valia econômica para a empresa,
tanto sob a dimensão operacional como pela imagem percebida, gerando ganhos de
difícil quantificação que geralmente são classificados como bens intangíveis.
A sociedade utiliza os recursos naturais, desde os tempos
mais remotos, como se os mesmos fossem infinitos. A água além de ser um recurso
escasso, está seriamente comprometida pela poluição e pelo desperdício.
Pensando nossa situação em termos de água potável, o estado não parece
animador. No mundo, de toda água existente, somente 1% dela é própria para o
consumo. Desse montante de água potável boa parte se encontra no território
Brasileiro.
Ricci (2002) aponta que para se medir a eficácia das ações
ambientais propriamente implementadas, existem vários indicadores que podem ser
criados e monitorados. A complexidade e quantidade dos indicadores devem
obedecer à relação custo-benefício. Este autor sugere indicadores que podem ser
utilizados em um Programa de Gestão Ambiental de um Hotel, analisadas sob
efetiva dimensão dos impactos mais relevantes às atividades do ramo hoteleiro.
Estes indicadores variam de acordo com o tipo de hotel, sua
localização, suas instalações etc. O ideal, segundo Ricci (2005), seria
realizar um “bench marking” (um processo contínuo de comparação de produtos,
serviços e práticas empresariais entre os mais fortes concorrentes ou empresas
reconhecidas como líderes) com hotéis de mesmo porte e características
semelhantes de serviços.
Com o desenvolvimento de programas de eficiência energética
e otimização do uso de recursos hídricos restam questões relacionada com
tratamento de esgotos, efluentes ou águas servidas, gestão de resíduos sólidos,
monitoramento de emissões atmosféricas e o desenvolvimento ou a adesão a
protocolos de programas de responsabilidade ambiental (NAIME, 2004; RICCI,
2002)
Podemos definir Turismo sustentável como uma prática que
busca a excelência na satisfação das necessidades econômicas, sociais e
estética de uma região turística, assim como desenvolver o turismo receptivo,
mantendo e preservando oportunidades de futuro. Ter a concepção de desenvolver
preocupação sistêmica com a gestão dos recursos utilizados para que o objeto
principal do turismo, natural, cultural ou social, predominante em cada região,
possa continuar a ser usufruído (DIAS, 2006).
Observar os procedimentos sustentáveis dentro de
empreendimento hoteleiro, diz respeito a observação da prática de atividade e
monitoramentos que visem melhorar sua qualidade ambiental. Uma das principais
motivações para este trabalho de acompanhamento é alcançar a conscientização
ambiental dos colaboradores do hotel, para que possam saber a importância do
seu papel, e que adotem a ideia de sustentabilidade. A observação envolve a
rotina do hotel e a sistemática operacional com relação a produção e gestão de
resíduos sólidos, consumo de energia e água, controle da utilização de água
potável, evitando o desperdício e organização do setor de compras.
Existe uma grande lacuna na produção de dados estatísticos
que nos retratem de forma fiel a realidade da situação ambiental É
relativamente nova nossa preocupação pela busca de informações, nossa
consciência se voltou para as carências econômicas e sociais ligadas a questões
ambientais muito recentemente. Num primeiro momento, a preocupação existente
era voltada para recursos ligados diretamente ao meio natural, como a poluição
e degradação de rios e florestas.
Os indicadores estatísticos ficavam mais a cargo de órgãos
governamentais, instituições científicas, associações não governamentais sem
que houvesse padronização de exigências formalizada (TRIGUEIRO, 2005). Hoje a
preocupação atinge a todos os setores e as formas de controle e divulgação são
as mais variadas possíveis. (ecodebate)
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