A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês)
dos Estados Unidos revelou nesta em 02/06/14 novos padrões para emissão de
carbono de usinas energéticas. O corte será de 30% das emissões até 2030.
Os novos regulamentos são os primeiros deste tipo para o
grupo de usinas já existentes, que são responsáveis pela emissão de 39% das
emissões dos EUA. A administradora da Agência, Gina McCarthy detalhou as regras
em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira.
McCarty enfatizou os problemas que surgem por conta da
poluição de carbono que "aumenta riscos não apenas para a nossa saúde, mas
para nossas comunidades e para a nossa vida"
"Pelo amor de nossas famílias, saúde e o futuro de
nossos filhos, nós temos a obrigação moral de agir sobre o clima"
explicou, mencionando os potenciais benefícios em negócios, inovação e
investimentos.
E continuou: "a ciência é clara. Os riscos são claros,
e os altos custos da inércia em relação ao clima continuam a se acumular"
As regras dizem para que sejam cortadas as emissões de gás
das usinas de energia em 30% até 2030 utilizando como base as emissões de 2005.
É esperado que com as novas regras sejam cortados 25% das emissões até 2020. A
Agência diz que as regras vão proporcionar ao país mais de 90 bilhões de
dólares em saúde e benefícios, e evitar hospitalizações por doenças como asma,
por exemplo.
Mas a EPA está dando aos estados americanos flexibilidade em
como implementar os novos padrões. Estados podem direcionar as usinas
energéticas para cortar as emissões de gás através do uso de um combustível
menos agressivo ao meio-ambiente, como gás natural, ou atualizando o maquinário
para aumentar a eficiência das usinas. Os Estados podem também chegar aos novos
padrões aumentando a produção de energia vinda de fontes renováveis, como a de
usinas eólicas, solares ou hidrelétricas.
McCarthy destacou o fato de que os estados americanos podem
determinar a maneira como vão atingir os novos padrões exigidos. "O que
deixa esse plano amarrado -- e o que o fará dar certo -- cada meta de cada
estado é moldada para as circunstâncias do local, e os estados têm a
flexibilidade necessária para atingir as metas com o que funcionar melhor para
eles" disse a administradora.
A administração já havia divulgado regras para novas usinas
de energia, que, basicamente, dizia para que as novas usinas utilizassem apenas
gás natural ou tivessem tecnologia para evitar a emissão de dióxido de carbono.
O presidente Barack Obama falou a respeito das novas regras
em seu programa de rádio.
"Nós limitamos a quantidade de tóxicos, como mercúrio,
enxofre e arsênico que as usinas jogam no ar e na água" isse Obama.
"Mas elas podem dispensar a quantidade que quiserem de carbono no ar e
isso não é inteligente e não faz sentido"
As regras vem sendo trabalhadas há algum tempo. A Suprema
Corte exigiu em 2007 que a EPA regulasse a emissão de gás tóxico sob o Ato do
Ar Limpo se achasse que "essas emissões antecipariam razoavelmente o risco
à saúde pública e o bem estar".
A EPA emitiu um projeto de comprometimento em 2009, e passou
a priorizar a regulação das emissões de carros e caminhões, antes regular
usinas de energia, que são, de longe, a maior fonte de emissões nos EUA. Em uma
convenção sobre clima na Universidade de Georgetown em junho passado, Obama
falou para a EPA produzir regras para usinas existentes até Junho de 2014.
As lutas políticas contra as novas regras ganharam força à
medida em que foram divulgadas. Na última semana, a Câmara do Comércio dos EUA
divulgou um documento dizendo que as regras custariam 50 bilhões de dólares por
ano para a economia e eliminaria mais de 200 mil empregos. Em resposta às novas
regras o senador republicano Mike Enzi afirmou que a administração de Obama vai
"matar o carvão e seus 800 mil empregos".
Defensores do meio-ambiente, por outro lado, estão
divulgando as economias potenciais para os americanos que podem acontecer após
o implemento de tecnologias mais eficientes e limpas de geração de energia.
Os defensores dos cortes de emissão de poluentes também
apontam para os programas de defesa do meio-ambiente que já estão em
funcionamento, como a Iniciativa Regional de Gás Natural (IRGN), um pacto entre
nove estados lançado em 2005 que usa um sistema de capitalização para reduzir
as emissões de gás poluente. Os estados envolvidos afirmam que foi possível
fazer grandes cortes com custos mais reduzidos do que o esperado inicialmente.
Eles foram auxiliados pelo aumento do uso de gás natural, mas também pelo custo
reduzido de várias inovações no mercado, explica Peter Shattuck, diretor de
iniciativas de mercado do Environment Northeast.
"Nós somos fundamentalmente incapazes de projetar essas
inovações, caso contrário, eles não seriam inovações", Shattuck disse ao
Huffington Post. "Então, você tende a ver os alvos alcançados a um custo
menor do que o previsto." Isso deve ficar como um exemplo para os críticos
que estão agora projetando forte aumento do custo de acordo com as novas normas
federais, disse ele.
"Está provado, é extremamente rentável, está
proporcionando benefícios econômicos para a nossa região", disse Kelly
Speakes-Backman, um comissário da Comissão de Serviço Público de Maryland e
presidente do conselho de administração da IRGN. "Achamos que a IRGN
fornece um plug-and-play muito simples que outros estados ou outras regiões
pode imitar." (brasilpost)
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