sexta-feira, 13 de junho de 2014

Governo americano decreta redução de 30% de carbono até 2030

A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos revelou nesta em 02/06/14 novos padrões para emissão de carbono de usinas energéticas. O corte será de 30% das emissões até 2030.
Os novos regulamentos são os primeiros deste tipo para o grupo de usinas já existentes, que são responsáveis pela emissão de 39% das emissões dos EUA. A administradora da Agência, Gina McCarthy detalhou as regras em uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira.
McCarty enfatizou os problemas que surgem por conta da poluição de carbono que "aumenta riscos não apenas para a nossa saúde, mas para nossas comunidades e para a nossa vida"
"Pelo amor de nossas famílias, saúde e o futuro de nossos filhos, nós temos a obrigação moral de agir sobre o clima" explicou, mencionando os potenciais benefícios em negócios, inovação e investimentos.
E continuou: "a ciência é clara. Os riscos são claros, e os altos custos da inércia em relação ao clima continuam a se acumular"
As regras dizem para que sejam cortadas as emissões de gás das usinas de energia em 30% até 2030 utilizando como base as emissões de 2005. É esperado que com as novas regras sejam cortados 25% das emissões até 2020. A Agência diz que as regras vão proporcionar ao país mais de 90 bilhões de dólares em saúde e benefícios, e evitar hospitalizações por doenças como asma, por exemplo.
Mas a EPA está dando aos estados americanos flexibilidade em como implementar os novos padrões. Estados podem direcionar as usinas energéticas para cortar as emissões de gás através do uso de um combustível menos agressivo ao meio-ambiente, como gás natural, ou atualizando o maquinário para aumentar a eficiência das usinas. Os Estados podem também chegar aos novos padrões aumentando a produção de energia vinda de fontes renováveis, como a de usinas eólicas, solares ou hidrelétricas.
McCarthy destacou o fato de que os estados americanos podem determinar a maneira como vão atingir os novos padrões exigidos. "O que deixa esse plano amarrado -- e o que o fará dar certo -- cada meta de cada estado é moldada para as circunstâncias do local, e os estados têm a flexibilidade necessária para atingir as metas com o que funcionar melhor para eles" disse a administradora.
A administração já havia divulgado regras para novas usinas de energia, que, basicamente, dizia para que as novas usinas utilizassem apenas gás natural ou tivessem tecnologia para evitar a emissão de dióxido de carbono.
O presidente Barack Obama falou a respeito das novas regras em seu programa de rádio.
"Nós limitamos a quantidade de tóxicos, como mercúrio, enxofre e arsênico que as usinas jogam no ar e na água" isse Obama. "Mas elas podem dispensar a quantidade que quiserem de carbono no ar e isso não é inteligente e não faz sentido"
As regras vem sendo trabalhadas há algum tempo. A Suprema Corte exigiu em 2007 que a EPA regulasse a emissão de gás tóxico sob o Ato do Ar Limpo se achasse que "essas emissões antecipariam razoavelmente o risco à saúde pública e o bem estar".
A EPA emitiu um projeto de comprometimento em 2009, e passou a priorizar a regulação das emissões de carros e caminhões, antes regular usinas de energia, que são, de longe, a maior fonte de emissões nos EUA. Em uma convenção sobre clima na Universidade de Georgetown em junho passado, Obama falou para a EPA produzir regras para usinas existentes até Junho de 2014.
As lutas políticas contra as novas regras ganharam força à medida em que foram divulgadas. Na última semana, a Câmara do Comércio dos EUA divulgou um documento dizendo que as regras custariam 50 bilhões de dólares por ano para a economia e eliminaria mais de 200 mil empregos. Em resposta às novas regras o senador republicano Mike Enzi afirmou que a administração de Obama vai "matar o carvão e seus 800 mil empregos".
Defensores do meio-ambiente, por outro lado, estão divulgando as economias potenciais para os americanos que podem acontecer após o implemento de tecnologias mais eficientes e limpas de geração de energia.
Os defensores dos cortes de emissão de poluentes também apontam para os programas de defesa do meio-ambiente que já estão em funcionamento, como a Iniciativa Regional de Gás Natural (IRGN), um pacto entre nove estados lançado em 2005 que usa um sistema de capitalização para reduzir as emissões de gás poluente. Os estados envolvidos afirmam que foi possível fazer grandes cortes com custos mais reduzidos do que o esperado inicialmente. Eles foram auxiliados pelo aumento do uso de gás natural, mas também pelo custo reduzido de várias inovações no mercado, explica Peter Shattuck, diretor de iniciativas de mercado do Environment Northeast.
"Nós somos fundamentalmente incapazes de projetar essas inovações, caso contrário, eles não seriam inovações", Shattuck disse ao Huffington Post. "Então, você tende a ver os alvos alcançados a um custo menor do que o previsto." Isso deve ficar como um exemplo para os críticos que estão agora projetando forte aumento do custo de acordo com as novas normas federais, disse ele.
"Está provado, é extremamente rentável, está proporcionando benefícios econômicos para a nossa região", disse Kelly Speakes-Backman, um comissário da Comissão de Serviço Público de Maryland e presidente do conselho de administração da IRGN. "Achamos que a IRGN fornece um plug-and-play muito simples que outros estados ou outras regiões pode imitar." (brasilpost)

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