Sistema
Cantareira: Representação Gráfica dos Reservatórios
Os ministérios
públicos Estadual e Federal ajuizaram ação civil pública pedindo à Justiça que
restrinja o uso da água do Sistema Cantareira e coíba a captação da segunda
cota do volume morto, como deseja a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp).
Os promotores dos
núcleos de Piracicaba e Campinas do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio
Ambiente (Gaema) argumentam que as retiradas podem trazer implicações ao
abastecimento público, “levando a um colapso das duas regiões abastecidas
(Bacia do Piracicaba e região metropolitana de São Paulo), riscos à saúde
pública, impactos ao meio ambiente e impactos à indústria, à agricultura e à
economia”, diz a ação, distribuída à 3ª Vara da Justiça Federal da Subseção
Judiciária Federal de Piracicaba. A Sabesp não se pronunciou, pois ainda não
foi notificada sobre a ação.
A retirada da segunda
cota foi uma das soluções encontradas pela companhia, já que o nível dos
reservatórios do Sistema Cantareira registra quedas consecutivas, chegando em
07/10/14 a 5,6% da sua capacidade total de armazenamento. Há um ano, o volume
armazenado era 40%.
Desde maio, o sistema
depende da reserva técnica, o chamado volume morto, que acrescentou 182,5
bilhões de litros de água. A captação da segunda cota aumentaria em 10,7% a
capacidade do Cantareira.
O início dessa
captação depende, porém, de aval da Agência Nacional de Águas (ANA) e do
Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). Essas agências reguladoras
exigem da Sabesp um Plano de Contingência. Segundo a ANA, o documento, que
deveria ter sido entregue em 06/10, não chegou à agência até as 9h de 07/10/14.
Em nota, a Sabesp
informa que o cronograma de obras acordado com os órgãos reguladores para a
reserva técnica do Sistema Cantareira vem sendo cumprido, com respeito a todas
as exigências do órgão regulador. “Não há prazos legais envolvidos. Os planos e
relatórios estão sendo produzidos e apresentados conforme a necessidade do
abastecimento na região, com a fundamentação técnica que o assunto exige. As
obras para bombeamento da segunda reserva técnica, já concluídas, foram
autorizadas pelos reguladores e serão utilizadas somente se necessário”,
informa.
Esta é a maior crise
hídrica da história de São Paulo. De acordo com o governo do estado, a partir
do dia 30 deste mês, parte do volume do Sistema Guarapiranga passará a ser
utilizado em complemento ao Cantareira.
Em entrevista
coletiva, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin voltou a dizer que “não há
e não haverá racionamento” de água em São Paulo. Segundo ele, não falta água na
capital paulista e os problemas apontados por consumidores seriam apenas
“pontuais”. O governador descartou a necessidade de racionamento de água e
disse que vai manter o bônus para os consumidores que reduzirem o uso de água
no estado. (ecodebate)

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