Chuva acumulada em outubro é de 0,4mm, ante uma média
histórica de 130,8 mm; perda diária é de 1,56 bilhão de litros.
Considerado o marco inicial da
temporada de chuva em São Paulo, o mês de outubro segue com nível crítico de
pluviometria e a estiagem no Sistema Cantareira está igual à de julho, que foi
o mês mais seco em 84 anos de medições. O cenário fez o déficit diário de água
nos reservatórios subir 16% na primeira quinzena, em relação ao mês de
setembro.
A vazão afluente, que é o volume de
água que chega aos reservatórios, está em 4,2 mil litros por segundo em
outubro, igual ao registrado em julho. Enquanto isso, 22,4 mil litros por
segundo estão sendo retirados do sistema para abastecer 12 milhões de pessoas
na Grande São Paulo e na região de Campinas. No mês passado, por exemplo, a
vazão de entrada foi de 7,3 mil litros por segundo.
Volume médio de água que chegou às
represas por meio das chuvas e dos rios afluentes corresponde a apenas 15,5% da
média histórica do mês
Até esta quinta-feira, o volume
médio de água que chegou às represas por meio das chuvas e dos rios afluentes
corresponde a apenas 15,5% da média histórica do mês, de 27,1 mil litros por
segundo, e menos da metade do registrado no outubro mais seco do manancial
desde 1930, que foi de 11,5 mil litros por segundo.
Com uma redução tímida no volume de
água retirado dos reservatórios para abastecer a Grande São Paulo e um pequeno
aumento na descarga para o interior, o déficit diário do Cantareira subiu de
1,34 bilhão de litros, em setembro, para 1,56 bilhão em outubro. As projeções
apontam que, no fim deste mês, o manancial terá perdido 48,3 bilhões de litros.
Previsão
Em 16/10/14, o Centro de Previsão
de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas
Especiais (INPE) previa para os próximos 11 dias chuva na região do Cantareira
apenas entre 19 e 20 de outubro, mas ainda de forma isolada. As projeções do INPE
servem de referência para o planejamento da Sabesp, segundo a presidente da
companhia, Dilma Pena.
Desde o início declarado da crise do Cantareira, em janeiro, o maior déficit mensal ocorreu em fevereiro, no qual a diferença entre o que entrou e o que saiu dos reservatórios ficou negativa em 58,3 bilhões de litros, equivalente a 5,9% do volume útil do sistema. No mês passado, o déficit foi de 40,3 bilhões de litros.
No período de estiagem, o governador Geraldo Alckmin dizia que aprendeu com o pai, “na roça”, que as chuvas caem em São Paulo nos meses que têm a letra “r”. Em setembro, as represas do Cantareira registraram 71,9% da pluviometria esperada para o mês, que era de 91,9 milímetros. Em outubro, contudo, a chuva acumulada em 16 dias na região dos reservatórios foi de apenas 0,4 milímetros, quando a média histórica do mês é de 130,8 milímetros.
De acordo com a meteorologista Ana
Maria Heuminski de Ávila, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas
Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, o volume de chuva previsto nos
modelos para os próximos dias é insuficiente para amenizar a crise do sistema.
“A partir do dia 20 está prevista a chegada de uma frente fria do Sul, que deve
ajudar a romper essa massa de ar seco sobre a região. Mas as chuvas mais fortes
só devem vir mesmo a partir de novembro”. (OESP)
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