quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Agência federal adia restrição de água em SP

Medidas que atingem 5 milhões de pessoas no interior devem vigorar só em dezembro.
As regras para restrição de água nas cidades abastecidas pela Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) só devem ser definidas em dezembro, segundo admitiu nesta terça-feira, 18, o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu. Na prática, o órgão federal ainda não conseguiu apoio para reduzir a captação de setores públicos, industriais e agrícolas no interior do Estado.
A solução encontrada foi deixar aberto até o dia 28 um canal para receber sugestões - e marcar uma reunião em dezembro, em data ainda não definida. De acordo com Patrick Thomas, superintendente adjunto de regulação da agência federal, já foram recebidas 153 contribuições por e-mails e cartas - uma parte dessas foi aceita, mas mesmo assim não se chegou a um consenso. 
ANA já recebeu 153 contrapropostas e ampliou o prazo de discussão até 28//11.
Representantes do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público Estadual (MPE), em Piracicaba, também estiveram presentes no encontro e cobram que as restrições atinjam a Grande São Paulo, abastecida pelo Sistema Cantareira. As novas regras afetarão diretamente 5 milhões de pessoas. Pela proposta federal, haverá restrições práticas das 7 às 23 horas - uma vez que desde junho o Sistema Cantareira só opera com volume morto e baixa vazão.
Nesta terça, a agência voltou a insistir em regras para estados “de alerta” e “de restrição”. No caso do trecho paulista das bacias PCJ, os limites estabelecidos pela ANA, em parceria com o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) para captações, valeriam quando se chegasse à vazão crítica do “estado de alerta” e quando o volume útil for menor do que 5% no sistema que abastece o Cantareira - sem considerar o volume morto. Sistema semelhante se adotaria na reserva para Minas - conforme discussão que será feita nesta quarta em Extrema.
Racionamento
O problema é que esse baixo nível já foi alcançado há cinco meses. Ou seja, se adotada, a medida resultará em vários dias de rodízio no abastecimento para o interior, a partir de agora. 
“Mais de uma entidade criticou a questão de não ter uma similaridade de restrição para a Grande São Paulo. Tem de haver uma restrição conjunta”, afirma o promotor do Gaema de Campinas, Rodrigo Sanches Garcia.
0,4% caiu o Sistema Cantareira em 18/11, chegando a 34%; o Cantareira caiu 0,1%, ficando agora em 10,2, segundo dados da SABESP.
Como funciona o sistema de alerta/
Será considerado estado de alerta quando no Rio Atibaia as vazões forem maiores que 4 m3/s (OESP) e menores que 5 m3/s nos postos de captação. Há limites ainda para o Rio Camanducaia e para o Rio Jaguari. O estado de alerta não restringe o uso de água, mas é um aviso.
E quando há restrição?
Já no estado de restrição serão reduzidos 20% do volume diário outorgado ou haverá suspensão da captação das 18 até às 23 horas para abastecimento público e dessedentação animal. Nesses casos, também haverá redução de 30% do volume outorgado ou suspensão da captação das 7 às 13 horas para uso industrial. Outra regra prevista é a redução de 30% do volume diário outorgado ou suspensão da captação das 12 às 18 horas para irrigação e paralização dos demais usos, exceto agricultura. O estado de restrição será definido quando as vazões forem menores que as mínimas do Estado de alerta. (OESP)

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