União prevê colapso no fornecimento de água em SP no prazo
de 4 meses
Obra para socorrer o Sistema Cantareira em SP é incluída no
PAC
Transposição do Paraíba do Sul para abastecer parte da
capital e da Grande São Paulo terá ajuda do governo.
No
início de janeiro, tem chovido abaixo da média na área das represas que formam
o Sistema Cantareira.
O
governo federal prepara ações de apoio aos Estados para ajudar no enfrentamento
da crise hídrica. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou em
23/01/15 que a União dará total apoio, com medidas técnicas e apoio financeiro
às obras emergenciais. “Não teremos limites de esforços no apoio para assegurar
abastecimento de água”, declarou, após reunião de seis ministros na Casa Civil
da Presidência.
Esse
encontro analisou a situação, considerada “crítica”, dos reservatórios nos
Estados de São Paulo, Minas e Rio. Izabella, destacada como porta-voz do
encontro, declarou que o abastecimento de água no Sudeste é “sensível e
preocupante”, em particular no Estado de São Paulo. “O que vem ocorrendo no
Sudeste é totalmente atípico. (Os níveis dos reservatórios) estão abaixo do ano
passado e muito aquém do que é registrado desde a década de 1930”, afirmou a
ministra, que fez ainda um apelo à população para que poupe água e energia.
Como
primeira ação, o governo decidiu incluir no Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) uma obra que promete aumentar a disponibilidade de água no
Sistema Cantareira e beneficiar a região metropolitana de São Paulo. O projeto
de transposição da bacia do Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira tem
investimento estimado em R$ 830,5 milhões e será executado pela Companhia de
Saneamento Básico do Estado (Sabesp). O Estado
apurou ainda que na reunião foi feito um relato informando que não há previsão
de chuva nos reservatórios dos três Estados e se apresentou um diagnóstico
dramático.
De
acordo com informações de participantes do encontro, se os níveis de chuva
permanecer como estão em São Paulo, sem melhorar o volume dos reservatórios que
abastecem a cidade, e se o consumo continuar no nível que está hoje, da ordem
de 20 m³ por segundo, em três ou no máximo quatro meses haverá risco ao
abastecimento de água no Estado. Para tentar evitar que a situação chegue a
esse ponto e possa comprometer a situação de geração de energia, principalmente
do Rio, cada ministério estudará propostas para serem apresentadas em uma
próxima reunião no Planalto.
Com
essas propostas aprovadas pela presidente, o governo federal vai chamar os
governadores dos três Estados para que apresentem os planos de contingência de
que dispõem e, juntos, possam construir uma ação para diminuir os prejuízos à
população. A ministra evitou falar sobre qual seria o limite dos reservatórios
e do risco de desabastecimento em São Paulo. Questionada se poderia haver
racionamento, afirmou que só quem opera os sistemas e pode dar esse tipo de
determinação e são os governos estaduais.
Aula
suspensa
Conforme
apurou a reportagem, o governo avaliou também os impactos da forte estiagem na
irrigação, que poderá atrapalhar a produção agrícola e até a indústria,
trazendo prejuízos ao País (mais informações na página E3). Até um planejamento
de redução de fornecimento de água, em caso de agravamento da crise, foi
tratado no encontro. Há uma decisão, no entanto, de que hospitais e residências
serão preservados. Caso haja necessidade de escalonamento de consumo, uma das
medidas poderia ser readequação de horários de aula e, em último caso, até sua
suspensão. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário