Abastecimento de água entra em colapso em até 4 meses
Diagnóstico preocupante foi publicado em estudo realizado
pelo governo federal.
Ministérios pensam em saídas para a crise.
Abastecimento de água em SP pode entrar em
colapso em até 4 meses.
Se os níveis de chuva permanecerem como estão em São Paulo, sem
melhorarem o volume dos reservatórios que abastecem a cidade, e se o consumo
continuar no nível que está hoje, da ordem de 20 m3 por segundo, em
três ou no máximo quatro meses chegaremos ao colapso no abastecimento de água
no Estado.
O "preocupante" diagnóstico, segundo apurou o jornal O Estado
de S. Paulo, foi feito pelo governo federal na reunião realizada no Planalto em
23/01/15. Comandado pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o encontro
com seis ministros avaliou a situação crítica dos Estados de São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro.
Para tentar evitar que a situação chegue a este ponto e possa até mesmo
comprometer a situação de geração de energia em algumas regiões, como é o caso
principalmente do Rio, cada ministério estudará propostas para serem
apresentadas em uma próxima reunião no Planalto.
Com estas propostas aprovadas pela presidente Dilma Rousseff, o governo
federal vai chamar os governadores dos três Estados para que eles apresentem os
planos de contingência de que dispõem e, juntos, possam construir uma proposta
conjunta de trabalho para tentar diminuir os prejuízos à população.
Como medida preventiva, o governo federal anunciou a inclusão no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma obra que promete aumentar a
disponibilidade de água no Sistema Cantareira e beneficiar a região
metropolitana de São Paulo, que sofre com a escassez de água.
O projeto de transposição da bacia do Paraíba do Sul ao Sistema
Cantareira tem investimento estimado em R$ 830,5 milhões e será executado pela
Sabesp, que distribui água no Estado de São Paulo.
O empreendimento é um dos projetos que o governo de São Paulo apresentou
à presidente Dilma no fim do ano passado para reforçar o abastecimento de água
no Estado. A obra irá integrar as águas da bacia do Rio Paraíba do Sul ao
Sistema Cantareira por meio de um canal entre as represas Atibainha, que
abastece São Paulo, e o reservatório Jaguari, no Rio de Janeiro.
A expectativa, segundo o Ministério do Planejamento, é que a obra
aumente a disponibilidade hídrica no sistema Cantareira em 5,1 m3
por segundo. O empreendimento de interligação do reservatório Jaguari-Atibainha
na carteira do PAC foi aprovada pelo comitê gestor do programa.
Segundo apurou a reportagem, o governo avaliou também na reunião os
impactos da forte estiagem na irrigação, que poderá atrapalhar a produção
agrícola e até mesmo na indústria, trazendo prejuízos ao País em momento em que
a economia já enfrenta sérios problemas.
Até mesmo um planejamento de redução de fornecimento de água, em caso de
agravamento da crise, foi tratado no encontro. Há uma decisão de que hospitais
e residências serão preservados. Caso haja necessidade de escalonamento de
consumo, uma das medidas poderia ser readequação de horários de aula e até
suspensão, em último caso.
Além de Mercadante, participaram da reunião a ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira e os ministros Eduardo Braga (Minas e Energia), Nelson
Barbosa (Planejamento), Gilberto Occhi (Integração Nacional), Tereza Campello
(Desenvolvimento Social) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário). (yahoo)
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