sábado, 17 de janeiro de 2015

Plantio de 1 milhão de mudas espera por chuva

Mudas destinadas ao reflorestamento das bacias que compõem o Cantareira aguardam volta das chuvas para serem plantadas.
Cerca de 1 milhão de mudas de espécies nativas destinadas ao reflorestamento das bacias que compõem o Sistema Cantareira estão há três meses aguardando a volta das chuvas na região para serem plantadas. Segundo Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, responsável pelo projeto, as condições climáticas ainda não estão favoráveis, apesar do ressurgimento de algumas nascentes no sul de Minas.
“Desde novembro, estamos com as mudas de 86 tipos de árvores nativas esperando o tempo melhorar para fazermos o replantio, priorizando a região de cabeceira do manancial e seguindo até Bragança Paulista. Mesmo com essa chuva que está caindo lá na serra, o solo ainda não está adequado para plantar”, disse Malu. As mudas ajudariam a recuperar cerca de 400 hectares, área equivalente a 400 campos de futebol.
Ela conta que as chuvas comemoradas em dezembro por moradores da Serra da Mantiqueira normalmente começam em setembro na região. “Eu entendo o otimismo deles, porque a seca já dura muito tempo, mas essas chuvas na região serrana já deveriam ter começado há quatro meses. Agora, precisa chover todos os dias em fevereiro e março para que o Rio Jaguari volte ao normal.”
Nascentes ressurgem em Minas
A 1,6 mil metros de altitude, quase no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias.
A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores das regiões, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São Paulo.
A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores da região, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São Paulo. 
As represas que representam 82% do manancial recebem 60% menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto.
As represas que representam 82% do manancial recebem 60% menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto. 
Principal afluente do Cantareira que abastece hoje cerca de 12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio Jaguari virou um pequeno córrego com menos de 50 centímetros de profundidade durante a estiagem do ano passado.
Principal afluente do Cantareira, que abastece hoje cerca de 12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio Jaguari virou um pequeno córrego com menos de 50 centímetros de profundidade durante a estiagem do ano passado. 
Muitas nascentes que forma o rio nos municípios de Extrema, Camanducaia e São Bento do Sapucaí, desapareceram no início de 2014, quando o Estadão teve na região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que já elevou para 1,5 metros o rio Jaguari no início de janeiro/15, o que não acontecia desde dezembro/13.
Muitas nascentes que formam o rio nos municípios mineiros de Extrema, Camanducaia e São Bento do Sapucaí desapareceram no início de 2014, quando o Estado esteve na região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que já elevou para 1,5 metro o Jaguari na semana passada, o que não acontecia desde dezembro de 2013.  
Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras que tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe bem quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca, ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari, limite do município com São Bento do Sapucaí.
Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras que tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe bem quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca, ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari, no limite do município com São Bento do Sapucaí. 
Agricultores, meteorologistas, pescadores e donos de pousadas na região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das nascentes do Jaguari. Mas todos são unânimes na avaliação de que a chuva deste ano ainda não seria suficiente para recuperar o rio.
Agricultores, meteorologistas, pescadores e donos de pousada na região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das nascentes do Jaguari. Mas todos são unânimes na avaliação de que a chuva deste ano ainda não será suficiente para recuperar o rio.
A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao longo de seu trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas, é hoje a maior vilã da recuperação das represas do Sistema Cantareira.
A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao longo de seu trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas, é hoje a maior vilã da recuperação das represas do Sistema Cantareira. 
Fazendas de eucaliptos e pinus tomaram toda a região no alto da serra, onde estão as nascentes do manancial.A 1,6 mil metros de altitude, quase no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias. 
Fazendas de eucaliptos e pinus tomaram toda a região no alto da serra, onde estão as nascentes do mananNenhum órgão gestor de recursos hídrico federal ou estadual tem um ponto de medição de pluviometria na região serrana do Jaguari, o que impossibilita qualquer comparação. O primeiro registro é feito já na entrada da represa, na região de Bragança Paulista, onde a vazão está 80% abaixo da média. (OESP)

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