terça-feira, 3 de março de 2015

219 km² de desmatamento por corte raso entre novembro/14 e janeiro/15

Alertas do DETER/INPE estimam 219 km² de desmatamento por corte raso entre novembro/14 e janeiro/15.
Nos meses de novembro e dezembro de 2014 e janeiro de 2015, as áreas de alerta para alteração na cobertura florestal por corte raso e por degradação florestal somaram 291 km². Deste total, estima-se que 219 km² são de áreas de desmatamento por corte raso e 70 km² são de áreas de degradação florestal, conforme registro do DETER, o Sistema de Detecção em Tempo Real de Alteração na Cobertura Florestal realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O DETER utiliza dados de satélites de resolução moderada (250 m) e é concebido para ser um suporte à fiscalização de desmatamento e demais alterações na cobertura florestal ilegais, prioritariamente orientado para as necessidades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As imagens são analisadas e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite mapas de Alertas de alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os Alertas podem se referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito, quando há a remoção drástica da cobertura florestal por corte raso e também a eventos de degradação florestal que podem ser por exploração madeireira por corte seletivo, preparação da área para o corte raso, localmente denominada brocagem, ou cicatrizes de incêndio florestal.
O INPE passa a divulgar os dados do DETER com a fatoração da área de Alerta em corte raso e em degradação florestal atendendo a uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2014 entre os dois órgãos. A fatoração é feita com base nas proporções de corte raso e de degradação florestal verificados na validação dos dados do DETER e poderá ser aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m) disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de Alertas e 30% de sua área total. Também, conforme o acordo firmado entre as duas instituições, a divulgação do DETER é agora referente a um trimestre, realizada no fim do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados (1) e de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das ocorrências de Alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50 km X 50km (3)e o mapa com os polígonos de Alertas do trimestre anterior (4). O INPE também fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do DETER e outras informações pertinentes sobre as alterações da cobertura florestal na Amazônia (5).
No trimestre novembro/2014 a janeiro/2015 foram validados 53% dos eventos e 61% da área de Alertas em novembro, 81% dos eventos e 92% da área de Alerta em dezembro e 79% dos eventos e 78% da área de Alertas em janeiro. Com base nas proporções de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos positivos medidas nas avaliações dos dados do DETER contra imagens de resolução espacial mais fina (30 m) neste trimestre, estima-se uma área de 219 km² de desmatamento por corte raso, 70 km² de áreas com evidências de degradação florestal, além de 3 km²  de falsos positivos.
Em novembro foram verificados 77 km² de Alertas; em dezembro, 85 km²; enquanto em janeiro houve o registro de 129 km². As estimativas de desmatamento por corte raso foram de 30 km² em novembro/2014, 76 km² em dezembro/2014 e 112 km² em janeiro/2015. As distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a seguir. Não é possível aplicar a fatoração dos Alertas em desmatamento por corte raso e degradação florestal porque a amostragem para validação é feita para toda a região e não orientada para cada Estado.
Deter (*) Nov (km2) – Nuvem Nov (%) - Deter (*) Dez (km2) - Nuvem Dez (%) - Deter (*) Jan (km2) - Nuvem Jan (%)
Amazonas - 11,18 - 51 - 0 - 89 - 3,21 - 87
Maranhão - 1,36 - 14 - 0 - 68 - 0 - 56
Mato Grosso - 15,44  - 59 - 55,98 - 57 - 108,19 - 4
Pará - 32,69 - 44 - 17,51 - 72 - 6,60 -  68
Rondônia - 14,54 - 54 - 0 - 98 - 6,96 - 51
Roraima - 0,68 - 59 - 9,09 - 55 - 4,40 - 36
Tocantins - 0,79 - 21 - 2,86 - 33 - 0 - 15
Total – 76,68 – 50 – 85,44 – 73 – 129,36 – 59
(*) Soma das áreas de alerta de corte raso, degradação florestal e falsos positivos.
Detalhamento dos dados e descrição do Sistema DETERO INPE realiza desde 2008 uma estimativa amostral da proporção de áreas de corte raso, degradação florestal e falsos positivos, por meio da comparação dos polígonos do DETER com imagens de melhor resolução, como as do Landsat.
Desta forma, no mês de novembro foram examinados 68 polígonos, 53,5% das ocorrências que representam 61,6% da área total de alertas. Foi constatado que 39,5% da área dos alertas se tratam de cortes rasos e 60,5% são áreas de degradação florestal (não houve detecção de alertas considerados falsos positivos). Assim, estima-se que em novembro o DETER forneceu alertas de 30 km² de corte raso e 46 km² de degradação florestal.
Para o mês de dezembro o INPE examinou 61 polígonos que representam 81,3% das ocorrências e 90,2% da área total de alertas. Foi constatado que 88,9% da área dos alertas são de cortes rasos e 11,1% são áreas de degradação florestal (não houve detecção de alertas considerados como falsos positivos). Com base nesta avaliação, estima-se que em dezembro o DETER forneceu alertas de 76 km² de corte raso e 9 km² de degradação florestal.
Na avaliação do mês de janeiro, o INPE examinou 88 polígonos que representam 69,8% das ocorrências e 78% da área total de alertas. Foi constatado que 86,8% da área dos alertas se tratam de cortes rasos, 10,9% são áreas de degradação florestal e 2,3% dos alertas foram considerados falsos positivos. Deste modo, estima-se que em janeiro o DETER forneceu alertas de 112 km² de corte raso e 14 km² de degradação florestal.
Os resultados do DETER devem ser analisados em conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a localização dos alertas emitidos pelo DETER.
Mapa de alertas de novembro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 50% da Amazônia.
Mapa de alertas de dezembro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 73% da Amazônia.
Mapa de alertas de janeiro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação de 59% da Amazônia.
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Realizado pela Coordenação de Observação da Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens. Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área de alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da intensidade de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de desmatamento anual em km² medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira, preparação para desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do processo de desmatamento na região.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios, assim como demais dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter. (ecodebate)

Nenhum comentário:

Ondas de calor devem diminuir em 2025

Ondas de calor devem diminuir em 2025, aponta Climatempo. O pico de emissões em 2025 é uma boa notícia, decerto, mas a física é implacável...