Alertas do DETER/INPE estimam 219 km² de desmatamento por
corte raso entre novembro/14 e janeiro/15.
Nos meses de novembro e dezembro de 2014 e
janeiro de 2015, as áreas de alerta para alteração na cobertura florestal por
corte raso e por degradação florestal somaram 291 km². Deste total, estima-se
que 219 km² são de áreas de desmatamento por corte raso e 70 km² são de áreas
de degradação florestal, conforme registro do DETER, o Sistema de Detecção em
Tempo Real de Alteração na Cobertura Florestal realizado pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
O DETER utiliza dados de satélites de
resolução moderada (250 m) e é concebido para ser um suporte à fiscalização de
desmatamento e demais alterações na cobertura florestal ilegais,
prioritariamente orientado para as necessidades do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As imagens são analisadas
e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite mapas de Alertas de
alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os Alertas podem se
referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito, quando há a remoção
drástica da cobertura florestal por corte raso e também a eventos de degradação
florestal que podem ser por exploração madeireira por corte seletivo,
preparação da área para o corte raso, localmente denominada brocagem, ou
cicatrizes de incêndio florestal.
O INPE passa a divulgar os dados do DETER com
a fatoração da área de Alerta em corte raso e em degradação florestal atendendo
a uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica
firmado em 2014 entre os dois órgãos. A fatoração é feita com base nas
proporções de corte raso e de degradação florestal verificados na validação dos
dados do DETER e poderá ser aplicada toda vez que houver dados de satélites de
alta resolução (20-30 m) disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de
nuvens em quantidade suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de Alertas
e 30% de sua área total. Também, conforme o acordo firmado entre as duas
instituições, a divulgação do DETER é agora referente a um trimestre, realizada
no fim do mês seguinte ao término do trimestre e, além dos relatórios de dados
(1) e de validação (2), o INPE divulga mapas da distribuição espacial das
ocorrências de Alertas de cada mês deste trimestre agregados em células de 50
km X 50km (3)e o mapa com os polígonos de Alertas do trimestre anterior (4). O
INPE também fornece uma interface gráfica para a visualização dos dados do
DETER e outras informações pertinentes sobre as alterações da cobertura
florestal na Amazônia (5).
No trimestre novembro/2014 a janeiro/2015 foram validados 53% dos
eventos e 61% da área de Alertas em novembro, 81% dos eventos e 92% da área de
Alerta em dezembro e 79% dos eventos e 78% da área de Alertas em janeiro. Com
base nas proporções de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos
positivos medidas nas avaliações dos dados do DETER contra imagens de resolução
espacial mais fina (30 m) neste trimestre, estima-se uma área de
219 km² de desmatamento por corte raso, 70 km² de áreas com
evidências de degradação florestal, além de 3 km² de falsos
positivos.
Em novembro foram verificados
77 km² de Alertas; em dezembro, 85 km²; enquanto em janeiro
houve o registro de 129 km². As estimativas de desmatamento por corte raso
foram de 30 km² em novembro/2014, 76 km² em dezembro/2014 e
112 km² em janeiro/2015. As distribuições das áreas de Alertas nos
Estados em cada mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são
apresentadas na tabela a seguir. Não é possível aplicar a fatoração dos Alertas
em desmatamento por corte raso e degradação florestal porque a amostragem para
validação é feita para toda a região e não orientada para cada Estado.
Deter (*) Nov (km2) – Nuvem Nov (%)
- Deter (*) Dez (km2) - Nuvem Dez (%) - Deter (*) Jan (km2)
- Nuvem Jan (%)
Amazonas - 11,18 - 51 - 0 - 89 - 3,21
- 87
Maranhão - 1,36 - 14 - 0 - 68 - 0
- 56
Mato Grosso - 15,44 - 59 - 55,98 - 57 - 108,19
- 4
Pará - 32,69 - 44 - 17,51 - 72 - 6,60
- 68
Rondônia - 14,54 - 54 - 0 - 98 - 6,96
- 51
Roraima - 0,68 - 59 - 9,09 - 55 - 4,40
- 36
Tocantins - 0,79 - 21 - 2,86 - 33 - 0
- 15
Total – 76,68 – 50 – 85,44 – 73 – 129,36 – 59
(*) Soma das áreas de alerta de corte raso,
degradação florestal e falsos positivos.
Detalhamento
dos dados e descrição do Sistema DETERO INPE realiza desde 2008 uma estimativa amostral da proporção de áreas de
corte raso, degradação florestal e falsos positivos, por meio da comparação dos
polígonos do DETER com imagens de melhor resolução, como as do Landsat.
Desta forma, no mês de novembro foram
examinados 68 polígonos, 53,5% das ocorrências que representam 61,6% da área
total de alertas. Foi constatado que 39,5% da área dos alertas se tratam de
cortes rasos e 60,5% são áreas de degradação florestal (não houve detecção de
alertas considerados falsos positivos). Assim, estima-se que em novembro o
DETER forneceu alertas de 30 km² de corte raso e 46 km² de
degradação florestal.
Para o mês de dezembro o INPE examinou 61
polígonos que representam 81,3% das ocorrências e 90,2% da área total de
alertas. Foi constatado que 88,9% da área dos alertas são de cortes rasos e
11,1% são áreas de degradação florestal (não houve detecção de alertas
considerados como falsos positivos). Com base nesta avaliação, estima-se que em
dezembro o DETER forneceu alertas de 76 km² de corte raso e
9 km² de degradação florestal.
Na avaliação do mês de janeiro, o INPE
examinou 88 polígonos que representam 69,8% das ocorrências e 78% da área total
de alertas. Foi constatado que 86,8% da área dos alertas se tratam de cortes
rasos, 10,9% são áreas de degradação florestal e 2,3% dos alertas foram
considerados falsos positivos. Deste modo, estima-se que em janeiro o DETER
forneceu alertas de 112 km² de corte raso e 14 km² de degradação
florestal.
Os resultados do DETER devem ser analisados em
conjunto com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação
por satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que
estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a
localização dos alertas emitidos pelo DETER.
Mapa
de alertas de novembro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação
de 50% da Amazônia.
Mapa
de alertas de dezembro, mês em que a cobertura de nuvens impediu a observação
de 73% da Amazônia.
Mapa de alertas de janeiro, mês em que a
cobertura de nuvens impediu a observação de 59% da Amazônia.
Em função da cobertura de nuvens variável de
um mês para outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a
comparação entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Realizado pela Coordenação de Observação da
Terra (OBT) do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e
degradação florestal na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta
frequência de revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do
satélite Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar
polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os
desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens. Os
alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são produzidos para orientar a
fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os mapas de alertas do DETER
são enviados diariamente ao IBAMA com a localização precisa de eventos de
desmatamento e degradação florestal e um indicativo de área que tem qualidade
limitada pela resolução do satélite, que permite representação acurada de área
apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de
área de alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da
intensidade de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde
1988 o mapa de desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m
(Landsat, CCD/CBERS, LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula
a taxa de desmatamento anual em km² medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo
DETER é compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema
uma ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre
novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte
raso, quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa,
quanto áreas com evidência de degradação decorrente de extração de madeira,
preparação para desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser
parte do processo de desmatamento na região.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta
DETER, o INPE apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os
relatórios, assim como demais dados relativos ao DETER, podem ser consultados
em www.obt.inpe.br/deter.
(ecodebate)
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