Sabesp
faz obra para garantir água em 626 pontos da Grande SP
Considerados
‘críticos’, locais não podem ficar desabastecidos porque abrigam hospitais,
presídios e centros de hemodiálise.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (Sabesp) está executando obras de ampliação da rede para garantir o
abastecimento ininterrupto em 626 pontos da Grande São Paulo considerados
“críticos”. São as áreas que não podem ficar sem água porque abrigam grandes
hospitais, presídios e centros de hemodiálise.
Segundo o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, as
obras fazem parte do plano de contingência e estão sendo feitas para caso seja
adotado o rodízio oficial de água, o que ele considera de baixa probabilidade.
“As obras vão garantir, numa hipótese de rodízio, que não acredito que vá
acontecer, que esses pontos tenham pressão e vazão contínua”, disse Kelman.
O dirigente informou que será preciso prolongar a
rede de abastecimento da Grande São Paulo em 53,3 km para ligar os pontos
críticos às adutoras que “ficam sempre com alta pressão”. Onde não for possível
fazer a conexão à rede segura, o abastecimento será garantido com caminhão-pipa
terceirizados pela companhia.
Por causa da crise, a Sabesp tem reduzido a pressão
e fechado o registro de 40% da rede durante a maior parte do dia, um
racionamento que não é “sistêmico”, segundo Kelman. As manobras, que provocam
longos cortes de abastecimento, acontecem na saída dos reservatórios de bairro,
que recebem água das adutoras. Com a ligação direta de hospitais e presídios a
esses grandes dutos, o risco de corte seria eliminado.
Segundo a Sabesp, a maior parte dos pontos críticos
(449) fica na região central da Grande São Paulo, que inclui o centro e áreas
das zonas sul, leste e oeste da capital. Outros 58 pontos ficam na região
norte, que depende exclusivamente do Sistema Cantareira, o manancial mais
crítico hoje, 44 ficam na parte sul, 41 no trecho oeste e 34 na porção leste.
Higienópolis. Marcação na calçada onde Sabesp vai
implementar 670 metros de tubulação
Obra
Em Higienópolis, por exemplo, na região central da
cidade, a Sabesp vai fazer cerca de 670 metros de tubulação para atender o
Hospital Infantil Sabará, que fica na Avenida Angélica. No último fim de
semana, dois funcionários da companhia fizeram sondagens com um aparelho para
detectar barulho no subsolo. Também foram pintadas marcas amarelas, delimitando
o espaço por onde os tubos vão passar. O encanamento sairá de uma adutora
localizada na junção das Ruas Itacolomi e Piauí, virará na Rua Pará e chegará à
unidade médica.
Segundo o hospital, que é equipado com 115 leitos de
internação, o local pode armazenar cerca de 184 mil litros de água e tem um
consumo médio de 57 mil litros por dia. “Nossa autonomia é de três dias sem
abastecimento da Sabesp”, informou a assessoria de imprensa do hospital, que
atende cerca de 10 mil pacientes por mês.
Levantamento divulgado em 24/03/15 por
Kelman em um seminário sobre segurança hídrica na Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP) mostra que, até o dia 20 de março, 361 pontos
críticos, ou 57% do total, já haviam sido equacionados. A meta é concluir todas
as obras até o final de abril.
“Isso é parte da contribuição da Sabesp ao plano de
contingência”, disse Kelman. “É estar preparado para o pior, que seria um
rodízio muito pesado. Mas, repito, acho que isso não vai acontecer.” (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário